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Cidades/Geral
Quinta - 13 de Setembro de 2012 às 14:53
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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Cerca de seis mil bancários de 300 agências de Mato Grosso irão cruzar os braços a partir da próxima terça-feira (18). A greve, aprovada por unanimidade em assembleia-geral realizada na noite de quarta-feira (12), será por tempo indeterminado.

A paralisação das atividades, segundo o SEEB-MT (Sindicato dos Bancários de Mato Grosso), é uma resposta às negociações com os bancos, que não avançaram nas áreas de segurança, condições de trabalho e valorização da categoria.

No ano passado, a categoria parou as atividades por 20 dias, em pressão para que os bancos atendessem às reinvindicações.

De acordo com o diretor de imprensa do sindicato, John Gordon Ramsay, rodadas de negociações foram marcadas entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), mas nenhum acordo for fechado.

A federação apresentou uma proposta de aumento salarial de 6%, rejeitada pelo comando de greve da categoria por estar abaixo do que foi pedido.

“6% é pouco pelo lucro que os bancos tiveram no primeiro semestre deste ano. Os bancos Itaú/Unibanco tiveram lucro de R$ 6 bilhões, Santander R$ 3 bilhões e CEF [Caixa Econômica Federal] 2,9 bilhões”, ressaltou o diretor.

De acordo com o presidente do SEEB-MT, José Guerra, a greve vai além de apenas pedidos de aumento salarial, mas visa à valorização dos bancários, que reivindicam, entre outras coisas, mais contratações para evitar a sobrecarga de trabalho.

“Vamos parar no dia 18 e vamos mostrar aos banqueiros que estamos em luta por mais valorização e melhores condições de trabalho. Os lucros dos bancos somos nós que trazemos”, disse o presidente.

Entre as reclamações mais frequentes dos bancários, que fazem parte da campanha nacional da categoria para este ano, estão a desvalorização dos funcionários, prática de assédio moral, metas abusivas e altos lucros, más condições de trabalho e demissões em massa feitas por instituições bancárias que frequentemente atingem altas margens de lucros.

A falta de segurança nas agências bancárias também é questionada, uma vez que algumas unidades bancárias ainda resistem ao cumprimento da lei municipal que obriga as empresas a instalarem biombos nos caixas e portas giratórias.

Reivindicações

A categoria pede por reajuste salarial de 10,25%, ou seja, 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97%, além de PLR de três salários do funcionário acrescidos de R$ 4.961,25 fixo.

Eles também reclamam por um salário mínimo equivalente ao salário mínimo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de R$ 2.416,28, e pagamento de auxílio-alimentação e vale-refeição no valor de um salário mínimo (R$ 622) cada um. Hoje, o salário-base dos bancários gira em torno de R$ 1,4 mil, segundo o sindicato.

Os bancários também pedem pela implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos, bem como auxílio-educação para cursos de graduação e pós-graduação.

Constam na pauta ainda o fim da rotatividade nos bancos, aumento do número de contratações, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – que inibe as demissões imotivadas – e a ampliação da inclusão bancária.

Mais segurança nas agências e postos bancários também é uma das reinvindicações da categoria, que pede ainda pelo cumprimento da jornada de seis horas para todos os funcionários, fim das metas consideradas abusivas e combate ao assédio moral, previdência complementar e igualdade de oportunidades.






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