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Cidades/Geral
Quarta - 08 de Julho de 2015 às 13:44

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Questionando possíveis falhas na investigação da morte do líder da quadrilha que tentou roubar um avião em um hangar em Sinop, Daniel Tenório, ainda no mês de maio, o juiz da 1ª Vara Federal Murilo Mendes, encaminhou para análise da Procuradoria Geral o pedido de arquivamento do Ministério Público Federal (MPF).


Segundo o processo, Tenório foi morto em um possível confronto policial em uma casa do Residencial Daury Riva, em Sinop, no dia 21 de maio deste ano. Cinco dias antes, dia da tentativa de roubo, o policial federal Mário Henrique de Almeida Mattos, 33 anos, foi alvejado por um tiro no tórax e morreu após dar entrada no Hospital Regional de Sinop.

Segundo o magistrado, houve discordância na apuração das informações que envolviam a morte do criminoso. As informações narradas são do delegado que esteve à frente da operação e disse que a morte foi em consequência da resistência do suspeito, ou seja, uma possível reação.

Murilo Mendes alegou que não se tem a informação de quantos policiais entraram na casa, consequentemente, nem quantos ficaram do lado de fora. “Não foram ouvidos os policiais que entraram na casa e os que ficaram do lado de fora. Não se sabe quem atirou. A alegação é de legítima defesa, alegação para lá de consistente”, diz trecho do documento.

Ele disse ainda que o policial que efetuou os disparos deveria ser ouvido para saber em que condição estava Tenório. Além disso, relatar qual movimento o réu fez que supostamente levasse a uma reação à ação policial. Outro ponto é quanto à declaração do delegado chefe à imprensa sinopense. O magistrado afirmou que nem a descrição feita aos jornalistas está inserida no processo.

“Um jornal da cidade noticiou que os vizinhos ouviram quatro tiros. O delegado chefe diz que foram dois. Nenhum vizinho foi ouvido. Aquele mesmo jornal diz que havia uma tira de sangue, o que poderia sugerir que o réu tivesse sido arrastado. O jornalista não foi convidado a dar depoimento”, diz outro trecho.

Além disso, “a polícia abriu inquérito autônomo para apurar o crime de favorecimento pessoal, infinitamente menos grave do que o de homicídio, mas pediu o arquivamento do réu Daniel Tenório sem que tenha sido aberto inquérito”, completou.

Para o magistrado ainda é necessário esclarecer outro pontos específicos à morte. Pontos que são fundamentais a serem inseridos no processo aberto. “Qual era o efetivo? Havia meios menos gravoso de capturar o réu? Não? Por quê? O réu foi baleado em que local da residência? [...] Alguém fez ver, por gritos, como recomendam os manuais, que o réu deveria se entregar? Se sim, os vizinhos escutaram? O delegado que comandou a operação diz que entrou na casa e apresentou ordem de prisão. Como teria sido a cena? Não se sabe”, questionou.

A casa em que o líder da quadrilha foi encontrado pertencia a um amigo dele. Tenório seria a cabeça pensante do grupo. Era ele quem negociava o crime, adquiria as armas.

Esse seria o segundo crime cometido pelos investigados na cidade. No mês de abril eles teriam roubado uma aeronave Cesnna 206, no mesmo aeroclube, localizado às margens da MT-140. Na oportunidade foram recebidos R$ 180 mil pelo crime.





Fonte: Nortão Noticias

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