Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 09 de Julho de 2015 às 11:53

    Imprimir


Foto: (Foto: Guilherme Ferrari/ G1)

Fábia, Fabiele e Fabíola são trigêmeas e ganharam ouro na Olimpíada de Matemática

Fábia, Fabiele e Fabíola são trigêmeas e ganharam ouro na Olimpíada de Matemática

Fazer contas não deve ter sido algo complicado para o casal de agricultores Lauriza e Paulo Loterio. Principalmente depois do nascimento das filhas trigêmeas, quando praticamente tudo na vida da família passou a ser em dose tripla. Não foi diferente com as vitórias obtidas pelas filhas.

No ano passado, Fábia, Fabiele e Fabíola, hoje com 15 anos, conquistaram as melhores notas doEspírito Santo na 10ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). No dia 20 de julho, elas vão até o Rio de Janeiro receber as medalhas de ouro.

Fazer contas não deve ter sido algo complicado para o casal de agricultores Lauriza e Paulo Loterio. Principalmente depois do nascimento das filhas trigêmeas, quando praticamente tudo na vida da família passou a ser em dose tripla. Não foi diferente com as vitórias obtidas pelas filhas.

No ano passado, Fábia, Fabiele e Fabíola, hoje com 15 anos, conquistaram as melhores notas doEspírito Santo na 10ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). No dia 20 de julho, elas vão até o Rio de Janeiro receber as medalhas de ouro.

Como se não bastasse, elas também conquistaram os três primeiros lugares no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) deSanta Teresa, no mesmo ano. Atualmente, elas cursam o 1º ano do curso técnico em Agropecuária, integrado ao Ensino Médio.

Para a família simples, que trabalha na roça, ver as filhas desenhando um futuro melhor através da educação é um sonho. “Medalha de ouro não é para qualquer um. Para um pai como eu, que não sabe nada, vê-las subindo assim é muito orgulho”, contou Paulo, que só estudou até a 2ª série do Ensino Fundamental.

Trajetória na OBMEP
A primeira vez que as trigêmeas participaram da prova foi quando estavam na 5ª série do Ensino Fundamental. Naquela vez, elas não foram medalhistas, mas ganharam menção honrosa.

No ano seguinte, Fabíola ganhou medalha de bronze e passou a fazer as atividades do Programa de Iniciação Científica da OBMEP, das quais podem participar alunos medalhistas na olimpíada.

Quando estavam na 7ª série, o resultado se repetiu, e só Fabíola ganhou medalha de bronze. No entanto, a nota alcançada por Fabiele também deu a ela a oportunidade de participar do PIC.

Fábia, que não havia conquistado nenhuma medalha, se interessou em participar do programa e foi autorizada pelo Impa a frequentar o PIC, mesmo sem ter sido medalhista.

A atividade parece ter reforçado o aprendizado das trigêmeas, que, no ano passado, quando cursavam a 8ª série, conquistaram medalhas de ouro na olimpíada. “Quando a gente tem um objetivo, dá muito mais vontade de estudar. Depois do PIC, eu conheci a matemática de verdade”, contou Fábia.

A notícia da medalha de ouro chegou de surpresa e empolgou o trio. “Eu nem acreditei no começo, acho que demorou para cair a ficha que a gente tinha ganhado medalha de ouro”, contou Fabíola.

Hoje, elas contam que nunca houve disputa entre as irmãs. “A gente não ficava competindo para ver quem é melhor, a gente ajudava uma à outra quando alguém tinha dificuldade em alguma coisa”, disse Fabiele.

Para o diretor da escola, Saulo Andreon, a conquista das trigêmeas vai servir de incentivo para outros estudantes. "Foi o ápice da realização delas e da escola. A medalha coroou o desempenho delas. Foi um marco inicial. Elas são e serão sempre uma inspiração para os outros alunos", disse.

Influência da irmã

Lauriza e Paulo contam que com a chegada das trigêmeas, o casal, que já tinha dois filhos, precisou trabalhar ainda mais para sustentar a família. “Quando elas chegaram, apertou. Ficou complicado, trabalhamos em dobro”, contou Paulo.

Como o trabalho na roça aumentou, foi a irmã mais velha quem ajudou a cuidar das meninas pequenas enquanto os pais e o irmão trabalhavam na roça. Dona Lauriza conta que Flávia brincava de ser professora das irmãs, o que também pode ter incentivado as trigêmeas a se dedicarem aos estudos.

“Desde pequena, ela incentivava elas, dava aulinha de brincadeira, ajudou bastante. E as irmãs mais novas sempre copiam a mais velha, então acho que foi isso que aconteceu”, contou Lauriza.

Além disso, Flávia foi a primeira filha de agricultores da região a fazer uma faculdade. Depois de conseguir uma bolsa de estudos em uma faculdade particular de Santa Teresa, ela se formou em enfermagem e atualmente trabalha em Vitória e faz Doutorado em Biotecnologia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

"Quando ela falou em faculdade, achamos até estranho. Ninguém tinha feito faculdade por aqui ainda. Ela correu atrás de tudo para conseguir bolsa", contou Paulo. Orgulhosos, os pais veem a filha mais velha como uma referência para as trigêmeas.

“Não sei se sou uma referência para elas, mas contribuí o máximo que eu pude e vou continuar contribuindo. O que eu falava para elas é que elas tinham que estudar para conseguirem o que querem”, contou Flávia.

Premiação

A entrega das medalhas de ouro acontece no dia 20 de julho, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O evento deve contar com a presença de autoridades como a presidente da República e o Ministro da Educação.

O matemático Artur Ávila, uma espécie de ídolo das ciências exatas, também deve participar da premiação.

Além disso, a história das trigêmeas será exibida em vídeo durante o evento, em uma espécie de apresentação da OBMEP e de como a iniciativa consegue revelar talentos.

A reportagem também foi publicada no jornal A Gazeta desta quinta-feira (9) e vai ao ar no ESTV 1ª edição, na TV Gazeta, ao meio-dia.





Fonte: G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/415720/visualizar/