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Terça - 21 de Julho de 2015 às 09:35

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“Justiça que não se cumpre não é justiça, é conivência com a corrupção”diz produtor''

O produtor rural Clayton Marques Arantes, do município de Sinop, fará nova greve de fome a partir da próxima quarta-feira na capital mato-grossense. Ele se acampará em frente ao Tribunal de Justiça de Mato grosso (TJ/MT), em Cuiabá, protestando contra o juiz da capital do Nortão, Paulo Martini. A intenção é agilizar o processo de reintegração de posse da propriedade rural.


Ela fica localizada a 70 quilômetros de Sinop, no município de Santa Carmem, às margens do asfalto. São cerca de um mil hectare de área aberta. “Ela foi conhecida e ainda é conhecida na região de Sinop, como ‘fazenda do juiz Paulo Martini”, disse o produtor.

Em entrevista ao Nortão Notícias, ele relatou que já havia ganhado na justiça a reintegração da área, mas que novamente foi retirado dele. “Um ano depois eles conseguiram tirar a fazenda da gente, usando uma manobra suja. Véspera de Natal, com meia dúzia de juízes substitutos, desembargadores substitutos, conduzidos, manipulados pelo desembargador Sebastião de Moraes, conseguiram retomar a posse da fazenda” declarou ele.

Ele ressalta ainda que a decisão foi tomada pelo mesmo tribunal que anteriormente o reconheceu como o verdadeiro dono da propriedade e que em março de 2013 mudaram o posicionamento. “Desde então eles estão dentro da fazenda, depredaram a fazenda, existem Boletins de Ocorrência que nós registramos na Delegacia de Polícia Civil de Sinop”.

Ele alega que os atuais ocupantes cometeram crime ambiental na área e que o caso foi denunciado. “No Ibama, Ministério Público Federal do roubo de madeira e lapidaram o patrimônio natural da fazenda. Venderam mais de R$ 1 milhão em madeiras. O Ibama foi acionado, não aconteceu nada com eles”. Para Arantes, o grupo tem influencia no meio jurídico. “Eles têm status, porque nem o Ministério Público Federal agiu em relação a essa quadrilha”, reclamou.

Segundo o produtor, a área estava arrendada para terceiros, para que pudessem plantar na terra. No entanto os maquinários foram furtados. “Os maquinários dele foram furtados pelas pessoas que entraram na fazenda. De um dia para o outro desapareceram as máquinas. Existem Boletins de Ocorrências registrados. Existem processos correndo na justiça. Ele já provou quem foi que roubou. São as mesmas pessoas ligadas ao grupo do juiz Paulo Martini”.

Os documentos que comprovam que Arantes é dono da terra estão inseridos no processo desde o início. Segundo ele foi o juiz Paulo Martini que os desconsiderou. Os papeis provam que ele tem a posse da área desde o ano de 1998. “Quem abriu essa fazenda, fui eu e a minha família, nós que derrubamos, construímos as benfeitorias e que plantamos ali por muitos anos. Nós que trabalhamos naquela propriedade”, afirmou.

Para o produtor, o juiz se apropriou juridicamente da área e fez “grilo” em cima da terra. Ele confessa que não desiste e permanecerá lutando para reaver de uma vez por todas aquilo que ele garante ser dono. “Estou lutando para reaver isso. Já ganhei de novo. O mesmo tribunal que me tirou a fazenda a primeira vez, devolveu a fazenda a segunda vez, tirou a terceira vez e vai me dar mais uma vez. Já ganhei em todas as instâncias lá dentro do tribunal”, declarou.

Ele ainda denunciou um possível esquema existente dentro da comarca de Sinop e por isso não sai à reintegração para ele. “Ela só não sai porque fica um jogo entre o Fórum de Sinop e o Tribunal. Mandam uma ordem pra cá [cidade de Sinop], pra ser promulgada aqui, porque é a Comarca onde o processo foi apertado e, aqui não dá a ordem. Fica pedindo um ofício”.

Com a saúde debilitada em função de dois infartos que sofreu devido ao estresse do processo judicial, Arantes disse não temer perder a vida com novo infarto ou ser assassinado. “São pessoas capazes de matar a própria mãe em função de um recurso que eles querem. Claro que eu sei que minha vida está em risco. É claro que eu sei que minha saúde está debilitada [...], mas eu não temo. O que mais temo é morrer desonrado”, concluiu


"O que mais temo é morrer desonrado", diz Arantes




Fonte: Nortão Noticias

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