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Agronegócios
Quarta - 22 de Julho de 2015 às 11:44

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Na agenda para melhorar os índices de exportação e a balança comercial do Ceará estão pontos para fortalecer em relação a estratégia, a logística e órgãos que lidam com o mercado internacional. No relatório elaborado pela Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE-CE) esses problemas são apontados e a resolução passa pela articulação política, econômica e social para serem mudados.


Conforme pesquisa do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Ceará, o Estado registrou déficit de US$ 76,5 milhões na balança comercial no mês de junho, com exportações se retraindo 69,1%, ante igual período de 2014. No ano, as vendas para o exterior caíram 36,1%.

Para Marcos Veríssimo, presidente do Conselho Temático de Relações Internacionais (Corin) da Fiec, não adianta ter localização geográfica se não há infraestrutura adequada em portos e aeroportos. “Nossa estrutura é precária também nas rodovias, por onde escoamos produtos até portos e aeroportos”. Ele defende mais rotas por ar e água. São cerca de 24 navios por mês para outros países partindo do Estado e, no aeroporto, quase 90% da carga é transportada pela TAP. “Temos a possibilidade da TAM entrar. Esse hub (centro de conexões de voos) seria muito bom, com mais 14 voos internacionais e 18 nacionais”.

Outras aberturas que estão sendo encaminhadas é a do canal do Panamá e da Nicarágua, que deixaria o Ceará mais próximo também da Ásia, sendo um hub marítimo. “Se abrir, vamos triplicar a movimentação no Porto do Pecém. Para isso, temos que construir mais berços e aumentar nossa capacidade”, avalia Marcos. O custo logístico também impacta, conforme atesta Edgar Gadelha, presidente do Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Carnaúba do Ceará (Sindicarnaúba-CE).

O superintendente do CIN/Fiec, Eduardo Bezerra, avalia que a quantidade de mercadoria do Ceará ainda não é suficiente para ampliar o serviço de cabotagem e mais rotas. “Não há carga porque não há serviço e não há serviço porque não há carga suficiente”. Mas, com a ampliação do canal do Panamá, que está previsto para o final de 2015, rotas que hoje saem de Santos poderão partir do Nordeste. “Isso trará grande economia com frete e tempo de viagem”, analisa Luiz Roberto Barcelos, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

João Bosco Arruda, coordenador do mestrado de logística da Universidade Federal do Ceará (UFC) diz que esteve há pouco tempo visitando o terminal de cargas do Aeroporto Pinto Martins. Para ele, ainda há grande ociosidade para exportar. “Normalmente, se o produto não for perecível, o transporte mais barato é o marítimo, que usa o Porto do Pecém”, avalia.

NÚMEROS

76 mi
de dólares foi o déficit na balança comercial do Ceará em junho

36,1%
é a queda acumulada nas exportações do Ceará no acumulado de

2015
Gargalos e soluções para as exportações do Ceará

Estratégias

1 Ausência de promoção comercial estruturada dos produtos no exterior
Solução - Implantação pelo Governo do Estado de uma política para o comércio exterior com gestor e órgão responsável pela promoção comercial do Ceará no mercado externo

2 Cultura Exportadora incipiente
Solução - Criação e divulgação de programa de estímulo à exportação, envolvendo diversos órgãos do Governo; realização de campanha publicitária de estímulo à exportação aos empresários

3 Ausência de pontos focais e apoio às exportações no interior
Solução - Definição de pontos focais virtuais e presenciais, com capacitação e ampla divulgação aos empresários

4 Ausência de projetos específicos nos polos industriais
Solução - Estimular câmaras setoriais e temáticas a apresentar seus projetos e demandas para fomento à exportação

Logística

1 - Ausência de linha marítimas para países africanos

2 - Número reduzido de destinos internacionais atendidos via aérea
Solução (para ambos) - Realização de levantamento com empresas interessadas em confirmar demanda e oferta na origem e destino, bem como carga prevista; ação coordenada com o Governo Estadual junto às empresas de linha marítima e aérea e demais setores para viabilizar parcerias

Órgãos envolvidos

1 - Inexistência de regime de sistema simplificado pelo modal marítimo
Solução - Fomentar parceria entre Ministério da Fazenda, Mdic e Sefaz para desenhar proposta de regime simplificado

2 - Recursos humanos insuficientes nos processos de desembaraço aduaneiro
Solução - Articular com o Governo Federal para contratar profissionais necessários para funcionamento adequado do desembaraço aduaneiro, 24 horas, nos portos e aeroportos

3 - Dificuldade de entendimento e emissão de notas fiscais de exportação
Solução - Avaliar as dificuldades do processo atual, em conjunto com empresas, e realização de treinamento para interessados





Fonte: O Povo

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