Menino com doença rara comove policiais civis em Cuiabá
O jovem Serginho Luiz da Silva, de 17 anos, postou um vídeo nas redes sociais e comoveu vários servidores da Polícia Judiciária Civil, que foram atrás para conhecer a história do menino, que mora no bairro São Simão, em Várzea Grande, e tem uma doença rara denominada Epidermólise Bolhosa, que provoca atrofia muscular e óssea.
O garoto é apaixonado pelas forças policiais. Em um dos vídeos dizia que gostaria de tirar fotos com os policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). "Quero tirar foto com o pessoal da GCCO. Eles são muito legais", pede.
O vídeo foi gravado pela escrivã da Corregedoria da Polícia Civil, Priscila Decker, que intermediou o encontro, depois de receber o pedido de ajuda do garato, via aplicativo de celular. "Fiquei sabendo por um amigo da Polícia. A partir daí mobilizamos os colegas aqui na corregedoria e fomos visitá-lo. Lá ele me disse queria ver o pessoal do GCCO. Gravei e mandei para o dr. Stringueta", contou.
Na tarde de terça-feira (21.07), os policiais atenderam o pedido do menino e estiveram na casa dele. Foi uma festa. Ao chegar na residência, em uma cadeira de roda, Serginho recebeu os investigadores do GCCO, acompanhados dos delegados Flávio Henrique Stringueta e Diogo Santana Souza, e também de policiais da Corregedoria.
De presente, o GCCO entregou ao menino uma camiseta da Gerência, que logo foi vestida. O garoto ainda ganhou um passeio de viatura caracterizada da unidade pelo bairro. Em vídeo gravado pelos policiais, o garoto fala: "são muito top. Era exatamente isso que eu queria. Obrigado".
O delegado Flávio Stringueta disse que agora Serginho faz parte da equipe do GCCO. "Ele é um menino que apesar da doença, sorri. Isso nos deixou bastante feliz e ao mesmo tempo comovidos em vê-lo tão debilitado. Jamais imaginávamos que uma atitude tão simples, tão diferente da nossa atividade fim, pudesse deixá-lo tão feliz e nos fazer tão bem", declarou.
O investigador Juann Paulo Queiroz de Melo, lotado na Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), foi o primeiro a receber o vídeo feito pelo menino, solicitando ajuda para comprar a pomada que usa para as bolhas em sua pele, ataduras, gazes para curativos e fraldas.
No pequeno vídeo compartilhado nos grupos, o garoto conta que seu pai está desempregado e sem dinheiro. Mas sua imagem bastou para que o policial reunisse amigos, familiares e associados do clube de motociclismo a qual pertence.
"Ele parece ser uma criança, mas tem 17 anos. A gente se solidarizou, reuniu parceiros e muita gente de coração bom apareceu. Apesar de todo o problema ele é um menino que fala de futuro e sua história é comovente", destacou.
Foi arrecadado dinheiro que será utilizado para compra de medicamentos, como tubos da pomada kollagenase com cloranfenicol, que apenas uma bisnaga de 30 mg custa cerca de R$ 70. Os novos amigos do Serginho também estão auxiliando para que o Estado adquira o medicamento e passe a fornecer sem custo ao garoto.
"Estou bastante feliz por saber que demos início a uma ação de solidariedade, que certamente irá melhorar a qualidade de vida do Serginho. Através da nossa campanha, que começou na DHPP, outras especializadas tomaram conhecimento e também ajudaram", disse Juann.
A doença
Epidermólise bolhosa é o nome que se dá a um grupo de doenças não contagiosas de pele, de caráter genético e hereditário. A principal característica da forma congênita é o aparecimento de bolhas, especialmente nas áreas de maior atrito, e nas mucosas. Lesões profundas podem produzir cicatrizes semelhantes às das queimaduras.
Nos portadores da doença, as bolhas podem estar presentes em certas áreas do corpo desde o nascimento, ou podem aparecer logo depois em regiões que sofreram pressão ou trauma, ainda que leve. Há casos de crianças que nascem sem pele em algumas partes do corpo, o que favorece o risco de infecções e sepse.
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