PF realiza 8ª fase e "invade" bancos em Cuiabá e São Paulo
Sem alarde, a Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira a oitava fase da "Operação Ararath", que investiga um esquema bilionário de desvio de dinheiro público através de empréstimos fraudulentos com bancos e agiotas. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas sede de um banco, em São Paulo (SP), e na agência localizada na avenida Barão de Melgaço, em Cuiabá, emitidos pelo juiz federal Jefferson Schneider.
Houve o recolhimento de dezenas de caixas de documentos e computadores. A operação sigilosa usou cerca de 15 agentes a paisana comandados pela delegada Heloísa Alves de Albuquerque Faveri, que assumiu as investigações no lugar do delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho, que foi tramsferido para a direção da PF em Brasília (DF).
A última fase da "Operação Ararath" foi realizada no dia 1º de abril quando houve a prisão do ex-secretário de Fazenda, Copa e Casa Civil, Éder Moraes Dias, por suspeita de tentar transferir o patrimônio adquirido ilicitamente para filhos e "laranjas" após ter cerca de R$ 100 milhões bloqueados pela Justiça. Após 113 dias, os agentes da PF voltam a atuar na investigação recolhendo documentos estratégicos para desvendar um esquema de lavagem de dinheiro através de empréstimos simulados por empreiteiras que prestaram serviços ao Governo de Mato Grosso nos últimos anos.
A "Operaçaõ Ararath" já resultou em sete denúncias criminais contra envolvidos de participar do esquema de lavagem de dinheiro, sendo que o ex-secretário o maior denunciado. Aliás, nos próximos dias, devem ser dadas as primeiras sentenças aos denunciados.
Além disto, existem outros 11 inquéritos sigilosos sob a responsabilidade do Ministério Público Federal. A investigação teve início em novembro de 2013 tendo como alvo o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o "Júnior Mendonça", que veio a se transformar delator entregando como funcionava todo esquema de lavagem de dinheiro através do seu "banco pirata"
DESMEMBRAMENTO E PRISÕES No inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli sugeriu o desmembramento de toda investigação com a distribuição de acordo com o foro de cada autoridade suspeita. Toffoli encaminhou ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, o processo para que seja emitida sua opinião em relação a divisão.
Após o dia 31, quando se encerra o recesso forense, o STF deve oficializar o desembramento. Com a provável divisão, o único investigado que continuará nas mãos de Dias Toffoli é somente o senador Blairo Maggi.
Já os outros 10 que estão no inquérito 3842 terão que ser encaminhados conforme sua prerrogativa de foro ou não. Por exemplo, as investigações contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), ex-secretário Éder Moraes Dias, ex-deputado estadual José Riva (PSD), ex-conselheiros Humberto Bosaipo e Alencar Soares Filho ficarão na Justiça Federal, em Cuiabá.
Já o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), será investigado no Tribunal Regional Federal. No Superior Tribunal de Justiça, ficarão as investigações contra o conselheiro Sérgio Ricardo de Almeida e o desembargador afastado, Evandro Stábile. A tendência é que em agosto sejam realizadas novas operações, inclusive com mandados de prisão preventiva e condução coercitiva.
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