Em protesto, servidores da Justiça cobram declaração de Lewandowski
Servidores da Justiça Federal realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira (24) em frente ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) durante passagem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
A manifestação na tarde desta sexta-feira reuniu cerca de 500 servidores (segundo os organizadores) cobrando que Lewandowski dê declarações públicas de que é o autor do PLC e de que é favorável à aprovação da proposta no Congresso, para onde o texto deve voltar após receber veto da presidenteDilma Rousseff(PT), publicado na última quarta-feira (22).
“Não tem sentido o Poder Judiciário federal apresentar um projeto e depois abandoná-lo”, criticou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal deMato Grosso(Sindijufe), Pedro Aparecido de Souza.
De acordo com o presidente do Sindijufe, a categoria está há nove anos sem reajuste salarial. “Os servidores do Judiciário, Executivo e Legislativo estaduais de Mato Grosso recebem o reajuste da inflação todo ano. Nós, do Judiciário federal, não. Não temos data-base, que repõe a inflação uma vez ao ano”, protestou o sindicalista.
O PLC 28/2015 trata do Plano de Carreiras dos Servidores do Poder Judiciário daUniãoe prevê um reajuste médio de 59% nos salários dos servidores – com ele, os aumentos iriam de 53% a 78,5%, de acordo com o cargo. Com a aprovação da proposta, a estimativa é de impacto de R$ 25,7 bilhões nos gastos com o servidores nos próximos quatro anos. Mas, na última quarta-feira, foi publicado no Diário Oficial o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto.
Segundo o presidente do Sindijufe, os manifestantes se reunirão com Lewandowski ainda nesta sexta e, por isso, devem permanecer em frente ao prédio do TJMT.
Para ele, a declaração do presidente em apoio poderia influenciar para que o PLC tenha o veto da presidente derrubado quando for a votação noCongresso, em sessão bicameral. “Como o projeto é bicameral, precisa dos votos de 41 senadores e de 257 deputados, equivalente a 50% mais um. Se conseguirmos, derrubamos o veto”, comenta.
Os servidores da Justiça federal, da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral estão em greve desde o dia 10 de junho. No estado, são cerca de 1,3 mil servidores em mais de 50 municípios, segundo Souza. Ele informou ainda que 60% da categoria estão em greve e 40% fazem o atendimento e serviços essenciais nos órgãos públicos de Mato Grosso.
O diretor-geral do STF, Amarildo Vieira, foi encarregado por Lewandowski de intermediar as negociações com o governo federal nesta quarta-feira, por meio de nota.
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