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Internacional
Segunda - 27 de Julho de 2015 às 15:34

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O presidente Barack Obama aterrissou neste domingo (26) na Etiópia, onde realizará uma visita de dois dias, convertendo-se no primeiro presidente americano em exercício a visitar o segundo país mais populoso da África.

O Air Force One pousou no aeroporto internacional de Adis Abeba após um breve voo procedente do Quênia, primeira etapa de sua viagem africana.

O presidente americano foi recebido na pista pelo primeiro-ministro etíope Hailemariam Desalegn e sua esposa.

A visita incluirá negociações com o governo etíope, um aliado estratégico chave dos Estados Unidos, mas criticado no âmbito do respeito à democracia e aos direitos humanos.

Obama também se tornará o primeiro presidente dos Estados Unidos a dar um discurso na sede da União Africana (UA), um bloco formado por 54 Estados africanos.

Além disso, se reunirá com líderes regionais sobre a guerra civil no Sudão do Sul.

A presidente da Comissão da União Africana (UA), a sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma, considerou esta visita "histórica" e "um passo concreto para ampliar a aprofundar as relações entre a UA e os Estados Unidos".

Como no Quênia, sua visita se centrará na luta contra o terrorismo. Adis Abeba, assim como Nairóbi, estiveram na linha de frente da luta contra os insurgentes somalis shebab, filiados à Al-Qaeda.

As duas nações têm tropas na Somália como parte de uma missão da UA, apoiada pelos Estados Unidos.

  Etíopes tiram fotos enquanto acompanham comitiva do presidente americano Barack Obama passar por rua de Adis Abeba  (Foto: Zacharias Abubeker/AFP Photo)Etíopes tiram fotos enquanto acompanham comitiva do presidente americano Barack Obama passar por rua de Adis Abeba (Foto: Zacharias Abubeker/AFP Photo)

Mas sua visita também ocorre dois meses depois de eleições nas quais a coalizão governante do primeiro-ministro etíope ganhou cada um dos 546 assentos no Parlamento.

A oposição, que perdeu seu único assento, alega que o governo utilizou táticas autoritárias para garantir a vitória.

O próprio Departamento de Estado americano falava em seu relatório anual sobre a Etiópia, publicado em junho, sobre "restrições à liberdade de expressão", "perseguição e intimidação de membros da oposição e jornalistas" e "julgamentos políticos".

"Não queremos que esta visita seja utilizada para apagar as violações dos direitos humanos por parte das autoridades e que a transformem em uma recompensa. Encorajamos Barack Obama a falar dos direitos humanos", convocou Abdulahi Halaje, da Anistia Internacional.

Cúpula sobre Sudão do Sul
Na segunda-feira, Obama celebrará uma mini cúpula sobre o Sudão do Sul, devastado por 19 meses de um conflito civil que deixou dezenas de milhares de mortos.

Participarão os líderes de Etiópia, Quênia e Uganda, assim como o ministro sudanês das Relações Exteriores, Ibrahim Ghandur.

Obama tentará conseguir o apoio do continente para tomar ações duras se os dois beligerantes sul-sudaneses não respeitarem um ultimato para assinar a paz no país mais jovem do mundo até 17 de agosto.

Na terça-feira, Obama fará um discurso na sede da União Africana, onde poderá se dirigir a todo o continente e seguir com os compromissos assumidos na cúpula EUA-África de agosto de 2014.

Num momento em que a África é palco de várias crises de Burundi a Sudão do Sul, passando pela República Centro-Africana, os atores da sociedade civil esperam que Obama pressione a UA a se envolver mais no respeito à democracia.

Com exceção de alguns retratos e bandeiras dos Estados Unidos na estrada que leva ao aeroporto, a capital etíope não mostrava sinais da "Obamania" que se apoderou do Quênia durante sua visita.

A visita de Obama ao Quênia, país onde seu pai nasceu, se centrou em temas econômicos e de segurança, assim como nos direitos humanos.





Fonte: France Presse

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