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Cidades/Geral
Terça - 04 de Agosto de 2015 às 12:42

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Os trabalhadores técnico-administrativos do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) não estão recebendo novos pacientes desde a manhã desta segunda-feira (3). De acordo com a coordenação do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf), os funcionários do HUJM decidiram parar as atividades devido a ineficiência das negociações com o governo federal.


O HUJM possui, atualmente, 73 dos seus 150 leitos em uso, e oferece atendimentos de clínica geral, clínica cirúrgica, pediatra, obstetrícia e doenças infecto-contagiosas. O hospital também realiza cerca de 130 exames laboratoriais diários. De acordo com o assessor de imprensa do Sintuf-MT, Daniel Dina, os procedimentos irão sendo reduzidos conforme os pacientes forem liberados até chegar a 30% do efetivo, mínimo previsto pela constituição. "Hoje reduzimos a força de trabalho para 50%, e vamos reduzindo, caso o governo não avance nas negociações", afirma.

A coordenadora geral do Sintuf, Leia de Souza Oliveira, ressalta que a greve não irá prejudicar os pacientes que já se encontram internados no local. "A greve só irá atingir os procedimentos externos, uma vez que não iremos atender novos pacientes, mas os que já estão sendo tratados não irão sofrer nenhum prejuízo", declara.

Leia ainda acrescenta que o HUJM não estava em pleno funcionamento independente da paralisação, devido a problemas estruturais do edifício, que se encontra em reforma.

O Sintuf/MT está em greve desde o dia 28 de maio, juntamente com outras 67 universidades federais. A categoria exige um ajuste salarial de 27,3 %, porém o governo se mantém inflexível, com uma proposta de 21,3% divididos em quarto anos. Segundo Daniel Dina, assessor de imprensa do Sintuf- MT a proposta não atende aos anseios e necessidades dos técnicos- administrativos.

Além do Sintuf, a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat) também deflagrou greve no dia 28 de maio, e ainda não apresenta nenhuma previsão de retomada das atividades. De acordo com a assessora de imprensa da categoria, Luana Souto, a greve irá continuar até que haja alguma flexibilização por parte do governo federal. " A pauta dos professores não se restringe a questões salariais. Queremos discutir os cortes na educação, que esse ano já retirou mais de R$10 bilhões da educação", declara.

Outro lado

De acordo com o superintendente do HUJM, Francisco Souto, a administração do hospital respeita o movimento grevista, mas não pretende diminuir os atendimentos na instituição. " A intenção é que o hospital continue em funcionamento, mas caso o comando de greve inviabilize a entrada de novos pacientes, realizem piquetes, ou inviabilizem o atendimento, nós eximimos da responsabilidade caso alguém deixe de receber assistência e atribuiremos a responsabilidade unicamente ao comando de greve. A orientação da administração é de quem aparecer será atendido", declara.

Veja a nota oficial emitida pelo HUJM

''A direção do Hospital Universitário Júlio Müller foi comunicada através do Ofício Nº099/2015, na tarde de terça-feira, dia 28 de julho, que os profissionais filiados ao Sintuf (Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da UFMT) decidiram paralisar as atividades nos dias 30 e 31 de julho, próximas quinta e sexta-feira.

O HUJM informa que o direito de greve será respeitado pela Instituição. Entretanto, a legislação determina que as entidades sindicais ou os trabalhadores comuniquem da decisão de paralisação aos empregados e usuários do Sistema Único de Saúde com antecedência de 72 horas. O que não ocorreu.

Para evitar medidas cabíveis, os gestores do Hospital alertaram os dirigentes do Sintuf que, nas próximas mobilizações, sejam observadas as regras pertinentes ao direito de greve. O HUJM ressalta ainda que as atuais reivindicações da categoria, como reajuste salarial e isonomia entre os trabalhadores do Hospital (celetistas e RJU), devem ser discutidas nacionalmente. A governança do Júlio Müller não tem competência para negociar com o Sindicato.

Pautas anteriores, relacionadas às condições de trabalho, estão sendo atendidas pela gestão da unidade de saúde. Desde que a Ebserh assumiu a administração do HUJM avanços foram alcançados, como a ampliação do quadro de profissionais com a realização de concurso público para 359 vagas, 342 delas ocupadas até julho de 2015.

Além disso, foram desenvolvidos projetos de Infraestrutura, e adquiridos equipamentos e mobiliários com investimentos na ordem de R$ 8,689 milhões (em 2014). Em abril deste ano, teve início a reforma na estrutura do prédio. Todo o telhado do hospital com aproximadamente 9 mil metros quadrados está sendo substituído. Orçada em R$ 2,360 milhões, a obra atende também a troca do cabeamento de informática e da rede elétrica.''

ATENDIMENTOS:

A direção do HUJM informa que a paralisação dos trabalhadores filiados ao Sintuf, nos dias 30 e 31 de julho, não afetará os atendimentos à população. Os serviços de Internação e Ambulatórios ocorrerão normalmente.

Sobre a adesão dos servidores do HUJM à greve que já está em andamento na UFMT e as propostas de escalas de atendimento do sindicato, a partir do dia 03 de agosto, a direção do Hospital informa que:

1. A confecção das escalas diante da mobilização de greve é de total responsabilidade das chefias de Unidades, Setores ou Divisões do HUJM e não da Comissão de Mobilização, por se tratar de responsabilidade legal dos agentes designados pela Gestão. Diante disso, serão apresentadas as escalas à Comissão que poderá emitir opinião.

2. O posicionamento do HUJM diante dos 30% é que os atendimentos externos poderão atender a este percentual, porém nos atendimentos de internação as escalas deverão ser mantidas em pelo menos 50% de seu efetivo.

3. Necessário ressaltar que a paralisação mobilizará apenas servidores contratados por meio do Regime Jurídico Único.

4. Considerando que há grande número de pacientes regulados para atendimento até 07/08/2015, dos quais muitos se deslocam do interior para esta instituição, foi enviada uma proposta de escala de greve para garantia de tais atendimentos até a data em comento, sem prejuízo de negociação para os dias posteriores.





Fonte: A Gazeta

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