Sandro "Louco" é ouvido por juíza e nega envolvimento com Comando Vermelho

Foto: Reprodução

Membros da facção criminosa Comando Vermelho de MT, responsável por assassinatos e roubos, orquestrado de penitenciárias, foram ouvidos na 7ª Vara de Combate ao Crime Organizado, sob o crivo da juíza Selma Rosane. Apontado como líder do grupo, Sandro Rabelo, conhecido como Sandro Louco, negou qualquer participação no bando criminoso.

“Falaram que eu sou tudo. General do PCC e agora chefe do Comando Vermelho. Não sou nada disso”, afirmou o réu. As investigações da Polícia apontam que o Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT) é uma filial ‘independente’ da facção criminosa Comando Vermelho do Rio de Janeiro. Conforme os autos, em MT, a organização nasceu em 2012, sendo gerenciada por Sandro Louco, Renato Sigarini, Miro Arcangelo de Jesus e Renildo Silva.

Denúncias afirmam, ainda, que Sandro Rabelo já foi o “braço direito” de Marcos Camacho, o “Marcola”, líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em Mato Grosso, mas depois de conhecer pessoalmente o traficante Fernandinho Beira mar, decidiu fundar sua própria “franquia” do crime organizado.

A investigação sobre o esquema iniciou-se nesse em dezembro de 2013 depois de uma tentativa de explosão ao muro da penitenciária da Penitenciária Central do Estado (PCE). O resultado da operação motivou a transferência de parte do grupo para penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN). No entanto, 'Sandro Louco' permanece preso na capital em razão de problemas de saúde.

A Polícia aponta que grupo agia no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), na Penitenciária Central do Estado, Cadeia Pública de Várzea Grande, Cáceres, Penitenciária Ana Maria do Couto May, Presídio Major Eldo Sá (Rondonópolis), e o Centro Socioeducativo (destinado a adolescentes).
Outros supostos membros da facção serão ouvidos nos próximos dias.

Sandro “Louco”, o líder

Com 47 anos de idade, Sandro Rebelo, o “Louco”, já possui condenações que ultrapassam 180 anos de prisão. As principais condenações são por latrocínio e formação de quadrilha. Segundo a inteligência da Polícia Civil, foi o líder do PCC em Mato Grosso, sendo considerado o braço direito do traficanteinternacional Marcola. Atualmente, é considerado o principal nome do Comando Vermelho – MT e o principal fator para o crescimento exponencial da facção.

De acordo com delegado geral da Polícia Civil, Aderson Garcia, quando o CV-MT surgiu houve alguns atritos com o PCC no Estado, contudo, Sandro usou da sua habilidade para conseguir um acordo altamente vantajoso a sua nova organização criminosa: As duas facções criminosas poderiam coexistir pacificamente na região, contudo, o PCC não poderia “batizar” nenhum novo membro. A partir de julho de 2013, o criminoso que quisesse entrar para alguma fação neste Estado só poderia escolher o Comando Vermelho.

Como resultado, o PCC manteve os mesmos 80 membros desde então, enquanto o CV-MT passou a ter cerca de 400 “filiados”. Com a desarticulação do “Conselho Final” do Comando Vermelho Mato Grosso, na operação Grená, liderada pelo delegado Flávio Stringueta, a expectativa é que o número pare de crescer.