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Saúde
Terça - 11 de Setembro de 2012 às 20:44

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Um levantamento feito na capital paulista, a partir dos prontuários dos idosos atendidos pelo Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Psiquiatria, mostrou que 61,4% dos diagnósticos feitos em agosto deste ano indicaram transtornos de ansiedade e depressão. No mês passado, o número de diagnósticos da faixa etária acima de 60 anos foi oito vezes superior ao de agosto de 2010.

Dos pacientes recebidos pelo ambulatório, 30% apresentaram demências, mal de Alzheimer e pós-acidente vascular cerebral. O restante dos idosos foi diagnosticado com dependências, como a de álcool. Entre os depressivos, foram observados fatores comuns que levaram ao quadro. De acordo com Fábio Armentano, coordenador do Laboratório de Psicogeriatria do AME, conflitos familiares, abandonos e solidão, que ocorrem quando há morte de cônjuge ou quando os filhos deixam a casa dos pais, são os mais comuns. Mas Armentano relata também casos de pacientes que moram com os filhos e, mesmo assim, sentem-se sós. “Eles sofrem com um distanciamento afetivo muito grande”, conta.

Outro fator levantado pelo médico foi a chegada da aposentadoria não planejada. Além de enfrentar dificuldades financeiras, em muitos casos, os idosos sentem-se desocupados. “A gente percebe que esse isolamento social, essa inatividade, é um fator muito importante para o desenvolvimento de quadros depressivos”, disse Armentano. Por isso, a recomendação do médico tanto para o paciente que já está em tratamento quanto para aquele preocupado em se prevenir contra essa situação é manter-se ativo. “Mesmo parando de trabalhar, deve-se buscar atividades funcionais, ocupacionais ou voluntárias, que façam com que se sinta útil, ativo”, orienta.

Essas medidas, destaca o médico, são importantes para evitar o agravamento do quadro depressivo. Pacientes em estágio grave de depressão podem ter tendência ao suicídio ou sofrer de inapetência, ou seja, quando deixam de se alimentar. Já os casos graves de transtornos de ansiedade se traduzem na dificuldade de o idoso fazer as suas atividades normais do dia a dia. “Os pacientes se isolam dentro de casa por medo ou por crises de ansiedade, como a síndrome do pânico. Ele acaba não saindo de casa”, disse.

Armentano alerta para alguns sinais que podem ser apresentados pelo idoso que sofre de transtornos de ansiedade ou depressão. O afastamento do convívio familiar e de outras pessoas, a redução do prazer em fazer as atividades, a falta de disposição para sair de casa ou para se levantar da cama, a diminuição do apetite e crises de choro são os mais frequentes. “São pacientes que precisam ser levados para uma avaliação médica. O médico geriatra é capaz de identificar se esses sintomas são decorrentes de um quadro depressivo ou alguma outra doença.”

O melhor tratamento, de acordo com o médico, é feito por equipe multidisciplinar, formada por psiquiatra, psicólogo, terapeutas ocupacionais e enfermeiros. “Quando a gente integra esse tratamento multidisciplinar com a medicação, quando ela é necessária, nós conseguimos um melhor resultado. A gente sempre tentar fazer com que o paciente volte a se integrar à sociedade”, disse.






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