Suspeito de tráfico de Ipanema vendia droga para 'alta sociedade', diz polícia
O jovem Patrick Rubio, suspeito de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e preso nesta quinta-feira (8) dentro do apartamento onde morava com os pais em Ipanema, na Zona Sul do Rio, vendia entorpecentes para a pessoas com alto poder aquisitivo.
De acordo com o delegado Fábio Asty, da 45ª DP, no Conjunto de Favelas do Alemão, traficantes das comunidades da região estavam negociando com ele novos tipos de drogas em busca de sofisticação.
"O público alvo dele é da alta sociedade carioca. Pelo local onde ele reside, que é em Ipanema, e o alto valor financeiro do grama dessas drogas. Para se ter uma ideia, o haxixe marroquino é comercializado para venda aqui por R$ 200 o grama", disse Asty.
De acordo com amigos da família, Patrick Rubio Calmon de Aguiar, de 27 anos, foi criado em Ipanema, bairro de classe média alta do Rio. O G1 não conseguiu contato com representantes ou familiares do suspeito até a publicação desta reportagem.
Patrick já havia sido preso em 2010, também por tráfico, mas foi liberado pela Justiça. Na casa dele, de acordo com o delegado, foram apreendidos haxixe paquistanês, marroquinos e sementes para plantio, metanfetamina, wax e water hash de Amsterdam, skank, além de R$ 19,2 mil, € 100 (cerca de R$ 428) e US$ 268 (cerca de R$ 1,02 mil).
As investigações apontam que Patrick integra uma rede internacional de tráfico de drogas centralizada em Amsterdam, na Holanda. Os entorpecentes são comercializados por preços altos entre jovens de classe média alta da cidade, principalmente na Zona Sul.
"Acreditamos que ele vendia para amigos de academia, em festas locais, e o MDMA era vendido em festas de música eletrônica", explica o delagado.
Denúncia de moradora do Alemão
Ainda segundo a polícia, Patrick foi denunciado por uma moradora do Alemão que teria caído em um golpe. "A moradora o denunciou, nos informou a residência dele, porque ela teria caído num golpe com bebidas alcoólicas para entorpecer pessoas."
Histórico: a classe média no tráfico
O filme “Meu nome não é Johnny”, adaptação do livro homônimo do jornalista Guilherme Fiúza, reconta a história de João Guilherme Estrella, jovem de classe média carioca que virou o rei do tráfico de drogas da Zona Sul do Rio de Janeiro nos anos 90. Selton Mello foi escalado para reviver o traficante.
Inteligente, engraçado e querido por amigos e familiares, Johnny levava a vida gastando todo o dinheiro que ganhava em festas e drogas.
Com bom humor, o filme mostra a trajetória de João, das festas animadas e viagens luxuosas aos dois anos de sofrimento na prisão. A direção de Mauro Lima conseguiu unir realismo a diversão, tudo ao som de uma trilha sonora com Lobão, Titãs e outras pérolas do rock nacional.
Playboy e Pedro Dom
Um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro, Celso Pinheiro Pimenta, conhecido como Playboy, morto no dia 8 de agosto, foi criado em uma cobertura em Laranjeiras, bairro de classe média do Rio.
O criminoso era um dos chefes do Morro da Pedreira e o último remanescente da quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, que durante anos aterrorizou moradores do Rio de Janeiro, invadindo residências para assaltar.
Pedro Dom, um jovem de classe média que mergulhou no crime, foi morto pela polícia na Lagoa, Zona Sul, em 2005.
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