Para Blairo Maggi, crise política não 'grudou' no agronegócio ainda
Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
A crise política em Brasília não "grudou" ainda no agronegócio, na opinião do empresário e senador mato-grossense Blairo Maggi. A preocupação do setor produtivo, principalmente no estado, é quanto ao desenvolvimento da safra 2015/2016 da soja diante as irregularidades das chuvas (Mato Grosso). A previsão é que o Brasil colha 100 milhões de toneladas da oleaginosa, cerca de 29 milhões proveniente de Mato Grosso.
Diversos escândalos políticos em Brasília (DF), que estão influenciando a economia brasileira, são registrados desde janeiro. O mais recente é a prisão do senador Delcídio do Amaral do PT de Mato Grosso do Sul.
Na visão de Blairo Maggi a crise política brasileira ainda não causou problemas para o agronegócio brasileiro. Conforme ele, a preocupação do momento, no caso de Mato Grosso, do setor produtivo é com as irregularidades das chuvas.
Em entrevista a agência de notícias Reuters, nesta quinta-feira, 26 de novembro, durante evento de comemoração dos 50 anos a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Blairo Maggi destacou a previsão de 100 milhões de toneladas de soja no Brasil na safra 2015/2016, volume recorde, porém frisou que a mesma não começou bem devido ao clima.
Durante o evento da Anec, Blairo Maggi recebeu o prêmio de "maior produtor e exportador individual de soja".
Como o Agro Olhar destacou recentemente, há casos de replantio da soja em lavouras localizadas em Nova Mutum, por exemplo. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), entre os dias 19 e 26 de novembro a semeadura da oleaginosa registrou uma variação semanal de 5,9 pontos percentuais, atingindo 95,6% de 9,2 milhões de hectares. Em relação ao ciclo 2014/2015 há um atraso de 2,4 pontos percentuais nos trabalhos de plantio.
Exportações
Conforme o presidente da Anec, Luis Barbieri, que também é executivo no Brasil para oleaginosas da multinacional Louis Dreyfus, o Brasil tem o grande desafio para a exportação da soja 2015/2016 diante de grandes estoques.
"Estamos vivendo uma recomposição de estoques mundiais de soja em níveis que poucas vezes vimos, esse é um desafio, precisamos buscar eficiência", pontuou Barbieri, segundo a Reuters, referindo-se à pressão verificado sobre os preços internacionais exercida pelas grandes colheitas nos principais produtores mundiais.
Pelas projeções (outubro) do Departamento Agrícola dos Estados Unidos (USDA), somente os Estados Unidos deverão ser responsáveis por aproximadamente 105,8 milhões de toneladas de soja, seguido do Brasil com 100 milhões e da Argentina com 57 milhões de toneladas na safra 2015/2016. A China vem em seguida com 11,5 milhões de toneladas.
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