Rio inicia campanha sobre prevenção e tratamento de HIV e DST
As unidades municipais de saúde do Rio de Janeiro iniciaram hoje (28) ações de prevenção e oferta de testes para detecção de HIV e sífilis, na quarta edição da "Campanha Carioca de Prevenção – Teste, trate, viva melhor", que tem como objetivo a conscientização sobre as doenças sexualmente transmissíveis.
Vários pontos da cidade, como os Arcos da Lapa, a Praça Mauá, o Museu de Arte do Rio e o Parque Madureira, ficarão iluminados de vermelho até a próxima terça-feira (01), Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
O coordenador Especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, disse que a campanha consiste em duas etapas: de reforço das testagens em todo o município e de distribuição de materiais informativos e preservativos em diversos pontos da cidade durante os dias de carnaval.
“O Rio de Janeiro é, hoje, o município que mais faz testagem no Brasil, e isso é motivo de orgulho. Hoje nós temos a melhor campanha do Brasil porque ela leva o cidadão à unidade de saúde, onde não só ele faz a testagem mas tem acesso a diversos tratamentos” explicou.
O foco da campanha serão os jovens que, segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, representam o segmento populacional mais infectado pelo vírus HIV há dez anos.
Para o vice-presidente da organização não-governamental Grupo Pela Vidda-RJ, Josimar Pereira, a falta de uma campanha contínua, focada na prevenção, é um dos motivos do aumento “assustador” do número de casos da doença. “Como o governo preconiza que existe tratamento e medicamento, as pessoas banalizaram e deixaram de usar o preservativo, mas não se falta dos efeitos colaterais e das consequências dos tratamento a longo prazo.
O foco deveria ser Viver melhor é se prevenir. Pelo menos duas vezes a cada mês deveria haver uma campanha maciça para que isso entre na cabeça das pessoas”, declarou ele, ao ressaltar que o tratamento é muito caro e um aumento exponencial da doença pode causar no futuro colapso no serviço e provimento gratuito de medicamentos.
Segundo Pereira, que também é representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS, embora não faltem medicamentos para o tratamento da doença, faltam profissionais capacitados para atender a essa população. “O problema é conseguir uma consulta, um médico que faça a avaliação em um curto espaço de tempo. Muitas vezes falta o acolhimento, a pessoa tem que aguardar de 30 a 40 dias para um consulta com um infectologista ou o resultado do exame”, comentou ele. “A indicação é de 48 horas, no máximo 72 horas, já ter uma consulta marcada, pois o resultado positivo afeta muito o psicológico do cidadão e a imunidade cai muito”.
Atualmente, 34.564 pessoas retiram medicamentos para HIV em unidades de saúde do município, algumas vindas de outras cidades. Em 2014, a secretaria realizou mais de 490 mil testes, sendo cerca de 212 mil testes para HIV e 281 mil para sífilis. Neste ano foram realizados 402.236 testes para as duas doenças até setembro.
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