![Sorteio Geladeira](/promocao/banner_geladeira.gif)
![Sorteio Geladeira](/promocao/banner_geladeira_300x100.gif)
Mais de 100 jornalistas mortos em 2015, segundo a Repórteres Sem Fronteiras
Um total de 110 jornalistas foram mortos em todo o mundo em 2015, informou a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) nesta terça-feira, destacando que a maioria foi vitimada por causa de seu trabalho em países supostamente pacíficos.
Sessenta e sete jornalistas foram mortos enquanto trabalhavam e outros 43 morreram em circunstâncias ainda não determinadas, segundo o grupo em seu relatório anual. Mais 27 cidadãos que atuavam como jornalistas não profissionais e 7 funcionários de outras mídias também foram mortos.
Em 2014, dois terços dos jornalistas foram mortos em zonas de guerra, mas em 2015, ocorreu o exato oposto: dois terços foram mortos em países supostamente pacíficos, sem ocorrência de conflitos.
Com oito jornalistas assassinados em 2015, o México foi o país da América Latina mais perigoso para a profissão, onde foram registrados 67 profissionais da informação mortos.
A lista dos países mais perigosos para os jornalistas em 2015 é liderada pelo Iraque (11 assassinados) e Síria (10), seguidos pela França, com oito mortos, ocupando o terceiro lugar por causa do ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo há quase um ano.
"Esta preocupante situação pode ser imputada à uma violência deliberada contra os jornalistas e coloca em evidência o fracasso das iniciativas destinadas a protegê-los", afirma a organização.
A RSF lista os "abusos que marcaram o ano", a começar pelo atentado em 7 de janeiro contra a Charlie Hebdo, mas também o assassinato "encenado" pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) do jornalista japonês Kenji Goto, em 31 de janeiro.
No topo da lista, o México tomou consciência da grave situação que vive com a morte do fotojornalista Rubem Espinosa, encontrado morto em agosto, com "traços de tortura", ao lado de quatro mulheres em um apartamento do México.
"Seu assassinato provocou uma onda de indignação e uma tomada de consciência sobre a falta gritante de proteção para os jornalistas no México", ressalta a MSF, lembrando que uma lei para protegê-los entrou em vigor poucos dias depois, mas que é válida apenas no distrito do México.
RSF também dá destaque ao assassinato na Somália de Hindiyo Haji Mohamed, uma das duas mulheres jornalistas mortas este ano no mundo.
A jornalista da televisão nacional "sucumbiu aos ferimentos infligidos por um ataque com carro-bomba realizado pela milícia islamita shebab em Mogadíscio, em 3 de dezembro", segundo a organização, que denuncia a "impunidade" neste país.
Seu marido, também jornalista, foi vítima de um ataque em setembro de 2012.
"É imperativo estabelecer um mecanismo concreto para a implementação do direito internacional sobre a proteção dos jornalistas. Hoje, grupos perpetram abusos direcionados contra esses profissionais, enquanto muitos Estados não cumprem as suas obrigações", observa o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, no comunicado.
A organização também lamenta que as circunstâncias da morte de 43 jornalistas este ano "permanecem indeterminadas, devido à falta de investigações imparciais e exaustivas, e devido à falta de vontade dos Estados".
Em todo o mundo, há atualmente 54 jornalistas feitos reféns, contra 40 em 2014, apesar deste ano haver menos sequestros que o anterior.
No total, 787 jornalistas foram mortos no mundo desde 2005 durante o exercício de sua profissão.
A ONG critica a falta de envolvimento de certos países para proteger seus jornalistas e exige uma reação que esteja à altura da emergência.
Comentários