Casos suspeitos de microcefalia aumentam 70% em Mato Grosso
Os casos suspeitos de microcefalia que podem ter sido causados pelo vírus zika em Mato Grosso aumentaram 70,8%, segundo o balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta terça-feira (5). Agora, 44 novos casos foram registrados na região Oeste do estado, nos municípios de Cáceres (42), Jauru (1) e Pontes e Lacerda (1). O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e da febre chikungunya.
Com a divulgação do novo balanço, há 123 casos de microcefalia investigados em Mato Grosso. Nesse total estão inclusos os casos de seis gestantes que realizaram exames e tiveram a doença confirmada nos fetos, sendo uma em Cuiabá, quatro em Rondonópolis, a 218 km da capital, e uma em Peixoto de Azevedo, a 692 km da capital.
No estado, ainda há outros casos suspeitos de microcefalia em Rondonópolis (62), Alto Garças (2), Alto Araguaia (1), Itiquira (2), Pedra Preta (2), São José do Povo (2), Jaciara (1) e Tesouro (1). Na semana passada, o Ministério da Saúde havia divulgado que os casos em Mato Grosso haviam diminuído, somando 72 casos suspeitos até o dia 26 de dezembro.
No Brasil, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde também nesta terça-feira (5), já foram notificados 3.174 casos suspeitos da doença em recém-nascidos de 684 municípios de 21 unidades da federação. Pela primeira vez, um caso está sendo investigado no Amazonas.
Zika vírus
A relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia foram confirmados pelo Ministério da Saúde em novembro de 2015, após a realização de exames pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). Os exames foram realizados no sangue e em tecidos de um bebê do Ceará com microcefalia e demais malformações congênitas, que indicaram a presença do vírus.
Até o dia 26 de dezembro, quando foi emitido o último boletim epidemiológico, 1.672 amostras biológicas já haviam sido encaminhadas ao Laboratório Central do Mato Grosso (Lacen), para diagnóstico diferencial. Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
Combate
Segundo o governo do estado, os cuidados para evitar a proliferação do mosquito devem ser intensificados nesse período, devido a ocorrência de chuvas. Em dezembro, o estado apresentou um plano emergencial de enfrentamento ao mosquito.
Entre as ações previstas está o repassede R$ 20 milhões aos municípios para serem aplicados em ações de combate ao mosquito, além da distribuição aos municípios de “fumacê”, bombas costais e insumos, como inseticidas, além da capacitação de profissionais da saúde estadual abordando vigilância, controle, diagnóstico e assistência às doenças.
Em conjunto com os municípios, o estado assumiu o compromisso de garantir atenção aos pacientes para diagnóstico e tratamento, em especial às gestantes e os bebês. Todas as referências que atendem o sistema único de saúde serão orientadas a receber os pacientes para o acompanhamento neurológico.
Orientação
O Ministério da Saúde orienta as gestantes a manter o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico, e adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença,eliminando os criadouros e protegendo-se da exposição de mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, usando calça e camisa de manga comprida e utilizando repelentes permitidos para gestantes.
Comentários