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Saúde
Sexta - 29 de Janeiro de 2016 às 12:10

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A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse nesta quinta-feira (28) que o zika vírus está se difundindo de "maneira explosiva". No Brasil, suspeita-se que o vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, tenha relação com o surto de casos de microcefalia fetal (má formação cerebral em fetos).


"O nível de alarme para a difusão e infeção do zika vírus é extremamente alto", disse Chan, durante um encontro informativo com os países-membros da OMS. "Estou preocupada. Há 23 países com casos confirmados de zika", comentou a diretora, ressaltando que as contaminações estão se difundindo rapidamente, que não existe vacina e que as pessoas não apresentam "nenhuma imunidade" ao vírus.

"No momento, a relação entre o vírus e outras doenças, como a microcefalia fetal, ainda não foi estabelecida, mas há fortes suspeitas", pontuou Chan. O comitê da OMS se reunirá no dia 1 de fevereiro, em Genebra, para analisar a difusão do zika vírus e para decidir se a situação deve ser considerada uma emergência sanitária internacional.

Até o momento, mais de 20 países e territórios na América já confirmaram casos do vírus: Barbados, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, Guadalupe, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Ilhas Virgens, Martinica, México, Panamá, Porto Rico, Paraguai, República Dominicana, St. Maarten, Suriname e Venezuela.

Nesta semana, a OMS já tinha emitido um alerta de que o vírus deve se espalhar pelo continente americano. A previsão é de que sejam registrados de três a quatro milhões de casos na região. Apenas Chile e Canadá, onde as temperaturas são mais baixas e não favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, devem contabilizar menos infecções. Outros países da Europa, como Itália, também já relataram casos de contaminação.

"No Brasil, realmente está acontecendo alguma coisa, e a única explicação está ligada ao zika", comentou Marcos Espinal, repsonsável por doenças infeccionas na América da OMS. Desde dezembro do ano passado, o Brasil já registrou aproximadamente 3,8 mil casos de zika. No final do ano passado, o Ministério da Saúde estabeleceu a relação entre o aumento da microcefalia no nordeste do país e a infecção por zika. Até agora, as autoridades de saúde brasileiras, com apoio da OMS, estão investigando qual o efeito que o zika poderia ter sobre os fetos.

De acordo com a análise preliminar, o risco de aparição de microcefalia e malformações estaria associado com a infecção no primeiro trimestre da gravidez. As grávidas têm o mesmo risco que o resto da população de serem infectadas com o vírus zika, que é transmitido pela picada de um mosquito Aedes contaminado. Muitas delas podem não saber que têm o vírus, por não terem apresentado sintomas. Apenas uma em cada quatro pessoas apresenta sintomas de infecção por zika e, entre as que são afetadas, a doença é geralmente leve.

Os sintomas mais comuns são febre e exantema (erupção cutânea ou urticária), muitas vezes acompanhados por conjuntivite, dores musculares ou nas articulações, com um mal-estar que começa entre dois e sete dias após a picada de um mosquito infectado.

Não há vacina ou tratamento específico para a infecção por zika. Por isso, o tratamento consiste em aliviar os sintomas, inclusive para as grávidas, que devem seguir as recomendações médicas. O vírus da zika é transmitido por picadas do mosquito Aedes aegypt. Ele foi isolado pela primeira vez em 1947, em Uganda, em um macaco na floresta de Zika, mas somente em 1952 foi descrito como um vírus da mesma família dos causadores da febre amarela e da dengue.





Fonte: Ansa via Terra

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