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Segunda - 11 de Abril de 2016 às 21:36
Por: AIRTON MARQUES E CAMILA RIBEIRO - MIDIA NEWS

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Secretário Chefe da Casa Civil Paulo Taques.
Secretário Chefe da Casa Civil Paulo Taques.

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, afirmou nesta segunda-feira (11) que o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) não deve ser totalmente concluído antes que a gestão do governador Pedro Taques (PDT) chegue ao fim, em 2018.

No entanto, Paulo Taques garantiu que o próximo gestor receberá a obra encaminhada, sem os problemas que existiam quando o atual governador tomou posse.

O governador Pedro Taques está fazendo com que o próximo governador não receba dele, o que nós recebemos da gestão passada. Vai receber uma obra não 100% pronta, mas vai receber uma obra com todo o planejamento feito

A afirmação foi dada no início da noite de hoje, durante audiência da Frente Parlamentar em Prol da Retomada e Conclusão das Obras do VLT, na Assembleia Legislativa.

“Todo o VLT não deve ficar pronto até o fim da gestão. Aliás, esta é uma pergunta pertinente. Se perguntar a alguém nesta sala, quem será o governador do Estado em 1º de janeiro de 2019, ninguém sabe responder”, disse.

“O que quero dizer com isso? O governador Pedro Taques está fazendo com que o próximo governador não receba dele, o que nós recebemos da gestão passada. Vai receber uma obra não 100% pronta, mas vai receber uma obra com todo o planejamento feito. Com orçamento, de onde veio o dinheiro”, completou.

Retomada da obra

O estudo da empresa de consultoria KPMG apontou que a construção do modal já consumiu R$ 1,06 bilhão dos cofres públicos e mais R$ 600 milhões serão empregados.

Além disso o relatório também demonstrou a viabilidade do VLT desde que o Governo invista, anualmente, R$ 37 milhões, pelos próximos 30 anos. Somente desta forma, a tarifa ficaria a mesma dos ônibus coletivos.

Apesar da viabilidade, ainda há uma série de incertezas, já que a questão está judicializada e o Consórcio VLT pode não aceitar uma conciliação com o Governo. Além disso, a licitação é questionada pelo Ministério Público e pode ser anulada.

Por conta destas incertezas, o secretário da Casa Civi, Paulo Taques, disse ser impossível dizer quando a obra será realmente retomada.

Ele não descarta, inclusive, a necessidade de realização de um novo processo licitatório, caso o Governo do Estado não chegue a um acordo com o consórcio responsável pela obra.

“Também é uma agonia nossa. Impossível dizer isso, pois a variáveis são muitas. Vou dizer apenas uma coisa: na próxima quarta-feira [13] vou receber em meu gabinete o consórcio [VLT]. Nós, por orientação da Controladoria Geral do Estado e pelo resultado do relatório da KPMG, só podemos gastar R$ 600 milhões. O Consórcio entende que nós ainda temos que repassar R$ 1 bilhão. São R$ 400 milhões de diferença. Se não houver um acordo, aí nós vamos ter que partir para uma licitação. Apenas nessa variável já vamos consumir muito tempo”, declarou.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Emanuel Pinheiro

Pinheiro: "O que nós vimos foi um protocolo de boas intenções"

“Protocolo de boas intenções”

O coordenador da Frente Parlamentar em Prol da Retomada e Conclusão das Obras do VLT, na Assembleia Legislativa, deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), criticou a demora para a retomada da obra.

Ele apontou “letargia” na solução do problema e afirmou que o Governo, ao invés de garantir a data de reinício da instalação do modal, apresenta apenas um “protocolo de boas intenções”.

“Ficou claro que muitas ações deixam a desejar. Primeiro que se estabeleceu a intenção de se retomar as obras, não a decisão de retomar. Segundo que houve uma negligência clara do Estado, tanto é que está sofrendo uma investigação do Ministério Público, com relação as obras de revitalização da Prainha e da Fernando Corrêa da Costa”, afirmou.

“Recebi as declarações dos secretários com desalento e tristeza. Esperávamos aqui, depois de um ano e quatro meses de espera, um anúncio efusivo e contagiante para a população cuiabana e várzea-grandense: a decisão política da retomada das obras. O que nós vimos foi um protocolo de boas intenções, que aliás, nós já estamos cansados”, completou.

Além disso, o parlamentar também condenou o fato de já ter se passado um ano e quatro meses da gestão do atual governo e o imbróglio envolvendo o modal ainda não ter sido resolvido.

“Acho um desrespeito a população. Defendo a retomada das obras com responsabilidade e agilidade. Depois de um ano e quatro meses, não se vê nada. Nenhuma decisão política. Estou achando que este chavão [retomar as obras com responsabilidade] é para esconder a inércia e letargia do Governo em relação ao VLT”, finalizou.





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