Operação Rêmora
Administrador aponta propina de 3% para campanha de deputado do PT Servidora da Seduc iria a sede de empreiteira buscar dinheiro
Ex-secretário de Educação de Mato Grosso, o atual deputado federal Ságuas Moraes teve seu nome citado nas investigações relacionadas a "Operação Rêmora". Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado) no dia 10 deste mês, o administrador da empresa Sanepavi, José Henrique Marimon Stephan, apontou o parlamentar petista como um dos supostos beneficiários de um esquema de cobrança de propina para o pagamento de obras na pasta.
José Henrique Marimon Stephan explicou que o esquema já funciona há vários anos na pasta e não apenas em 2015 quando o Gaeco passou a monitorar as fraudes na construção e reforma de escolas. Ele ainda detalhou que o dono da Sanepavi, Mário Lourenço Salem, lhe contou em 2014 que repassava 3% dos valores que tinha a receber pelas obras.
O dinheiro seria entregue a uma servidora da pasta Nuccia Maria Gomes Almeida Santos. Ela ia a sede da empreiteira sempre que as medições das obras eram quitadas.
De acordo com o administrador da Sanepavi, o dinheiro arrecadado seria destinado a campanha de Ságuas a reeleição em 2014. "O patrão dizia que esse dinheiro era arrecadado pela Seduc para patrocinar a futura campanha eleitoral do, à época, secretário Ságuas Moraes", disse ao Gaeco.
O funcionário ainda confirmou que o esquema de divisão de obras também já funcionava ao estilo semelhante descoberto pelo Gaeco. "Segundo seu patrão, sempre que a Seduc lançava um pacote de obras, já havia direcionamento para que as principais obras fossem para as principais empreiteiras, quais sejam, a do Luiz Fernando Rondon da Luma, o Esper Haddad Neto da Panamericano, a Aroeira do Ricardo Sguarezi, a Esteio do Joel de Barros Filho, a Geotop do Eder Meciano”, comentou.
Ságuas Moraes teve doações de várias empreiteiras envolvidas na "Operação Rêmora". Dos R$ 993 mil gastos em sua campanha a reeleição, R$ 230 mil foram de cinco empresas suspeitas de fraudes na pasta.
Ex-titular da pasta entre 2007 e 2013, ele negou que tenha sido beneficiado com qualquer propina e que recebeu doações espontâneas. Sobre a servidora Nuccia Maria Gomes Almeida Santos, o parlamentar petista explicou que ela atuou na Seduc, mas desconhece a prática.
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