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Em um ano, enquanto frango vivo aumenta 15%, milho dobra de preço
Campinas, 31 de Maio de 2016 - Quando maio terminar e forem divulgados os índices inflacionários do mês, as análises, em geral, apontarão que o frango vem tendo boa evolução de preços no corrente exercício. Porque, para uma inflação (IPCA) que em 12 meses não deve chegar a 9,5% e no ano (janeiro-maio) tende a ficar muito próxima dos 4%, o frango vivo, por exemplo, registra evolução da ordem de, respectivamente, 15,21% e 16,52%.
Porém, embora reais, tais dados não refletem o verdadeiro beco sem saída em que foi lançado o negócio do frango no corrente exercício em decorrência das altas, contínuas, do milho (que em maio corrente supera, novamente, todos os resultados anteriores e atinge o maior preço da história) e do farelo de soja (que, após alguns meses de baixa, volta a registrar sensíveis altas – de pelo menos 25% nos últimos 30 dias).
Como os dois itens correspondem ao principal fator de custo do frango, é fácil avaliar o tamanho da perda da capacidade aquisitiva do produtor do frango. Assim, no tocante ao milho, o preço [máximo] alcançado pelo frango vivo em maio corrente adquiriu menos de 60% do volume adquirível um ano atrás (redução de 42,93% no poder de compra). Já na média dos últimos cinco meses a redução é de quase um terço (-31,87%).
Na média dos últimos cinco meses, o farelo de soja ainda revela aumento na capacidade de compra (+4,25%). Mas se tomado apenas o mês de maio, já há redução de 10,70%, índice que sobe para 25% se considerada a variação de preço ocorrida no último mês, de abril para maio corrente.
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