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Sexta - 10 de Junho de 2016 às 08:51
Por: Eduardo Gomes - Diário de Cuiabá

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Clodoaldo Barbosa, presidente do SEEB, vê falha na segurança bancária
Clodoaldo Barbosa, presidente do SEEB, vê falha na segurança bancária

“Bancos negligenciam na questão da segurança”. O desabafo é do presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro do Estado de Mato Grosso (SEEB), Clodoaldo Barbosa, e integra um rosário de críticas ao sistema financeiro e de defesa da classe bancária e dos clientes. 


Barbosa observa que segurança bancária vai bem além das portas giratórias com detectores de metais, vigilantes, câmeras e dos biombos para privacidade das operações bancárias. Ela inclui a qualificação do bancário para que o mesmo preste bom, rápido e seguro atendimentos. “Nós pressionamos e eles (os bancos) instalaram os biombos. Antes deles, a quantidade de assaltos conhecidos como ‘saidinha de bancos’ era muito grande; depois dos biombos diminuiu consideravelmente, porque o bandido não sabe que tipo de operação o cliente fez”, cita.

Quanto à qualificação, a queixa do presidente do sindicato é vigorosa. Barbosa diz que a “a cada dia os bancos estão mais voltados para lucrar, lucrar e lucrar”. A busca desenfreada pelo lucro, segundo ele, “fragiliza a segurança interna nas agências”. A fragilidade é causada por um leque de medidas que a rede bancária deixa de adotar. “Os bancos não oferecem cursos de grafoscopia na detecção de fraudes em assinaturas, porque não lhes interessa investir na capacitação de seu pessoal” denuncia lamentando.

Quanto à falha na identificação de assinaturas Barbosa pede aos clientes que fiquem atentos, porque o bancário além de não receber a devida qualificação, fica permanentemente sobre forte estresse pela sobrecarga de trabalho, o dever de cumprir metas e etc. “A demora no atendimento muitas vezes resulta em agressões verbais por parte do cliente, pois para ele o banco é abstrato e a única figura que ele vê é o bancário que o atende”, observa.

No passado, o curso de grafoscopia esteve no centro das atenções dos bancos. Há mais de 12 anos Barbosa recebeu qualificação num desses cursos. Hoje – segundo ele – os bancos disponibilizam tal curso on-line que não embasam os que os fazem.

Em Cuiabá e Várzea Grande funcionam mais de 120 agências bancárias. “A rede física é grande, mas o número de bancários é pequeno, para que eles (os bancos) possam reduzir custo operacional”, exemplifica.

Barbosa observa que o banco não tem braços para conferir a assinatura nos cheques e documentos “e sempre que acontece alguma fraude ou falha, transfere a responsabilidade para o bancário, porque sua direção trabalha com risco calculado”, lamenta.

Risco calculado, segundo o líder dos bancários, é manter um caixa sem qualificação para identificar assinatura. Nem todos os clientes vitimas de pequenas fraudes reclamam, mas quando o fazem o banco lhes restituí o prejuízo. A economia dos bancos com a falta de investimento para capacitar seu pessoal e os pequenos prejuízos nunca reclamados por clientes cobrem o desembolso dos que reclamam de fraudes.

Recentemente o Diário publicou reportagem com a reclamação da JVP Factoring, de Cuiabá, que registrou queixa no Banco Central, polícia e Procon contra o Bradesco pelo pagamento de aproximadamente 1.500 cheques com assinaturas do emitente fraudadas e sacados e compensados em sua conta na agência 1966 do Bradesco. As fraudes, recorrentes, teriam ocorrido num período de oito anos e teriam a participação de dois funcionários da vítima. O gerente regional do banco em Cuiabá, Daniel Kiefer de Araújo, não quis comentar o fato. O desabafo e as críticas do presidente do SEEB sobre a falta de qualificação de bancários acendem a luz de alerta aos clientes e deixam claro que faltam dentes na engrenagem da segurança bancária. 





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