Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) reunidos em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (5) decidiram pela manutenção da greve que já dura 113 dias. De acordo com a Associação dos Docentes da instituição (Adufmat), de todos os docentes presentes, apenas dois votos foram favoráveis ao retorno das aulas, além de mais duas abstenções. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes) já havia divulgado na última segunda-feira (3) um comunicado anunciando a manutenção do movimento grevista.
No entanto, o sindicato avaliou que a reabertura das negociações está mais difícil e pediu para que novas assembleias gerais sejam realizadas pelos sindicatos até esta quinta-feira (6) para definir uma decisão unificada de continuidade ou não da paralisação.
Durante a realização da assembleia, os professores da UFMT também decidiram buscar mais apoio dos parlamentares em Brasília para tentar barrar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o projeto de lei enviado ao Congresso Nacional no último dia 31 de agosto que trata da reestruturação da carreira docente.
De acordo com Maurélio Menezes, membro do Comando Local de Greve (CLG), o movimento grevista dos professores está coeso e busca uma forma de dialogar com o governo federal. “O movimento grevista está unificado e continuamos a exigir a restruturação da carreira dos professores. Vamos buscar apoio dos congressistas para fazer valer a constituição e apontar a inconstitucionalidade do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)”, relatou o sindicalista ao G1.
Já a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, espera que a greve tenha fim o mais breve possível. "Nós esperamos que as aulas reiniciem em setembro. O governo fechou negociação com os professores e já enviou para o Congresso Nacional o projeto de lei. Então, esperamos que os professores retornem às atividades", enfatizou a reitora.
Ela avalia, entretanto, que os professores precisam de um plano de carreira para ter mais perspectivas profissionais na instituição. A reitora afirmou ainda que os salários da universidade estavam muito defasados e que o reajuste proposto pelo governo federal vai ajudar um pouco, mas ainda está aquém da reivindicação dos professores.
O movimento grevista
A greve começou no dia 17 de maio. Chegou a ter adesão em 56 das 59 universidades federais. Atualmente atinge 48 universidades e 32 institutos tecnológicos. Professores de oito universidades que tinham aderido ao movimento deixaram a greve.
O Ministério da Educação diz que as negociações com os professores estão encerradas desde o dia 3 de agosto, quando a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinou o acordo com o governo. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, quer a reposição integral das aulas interrompidas pela greve.
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