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Educação/Vestibular
Segunda - 13 de Junho de 2016 às 20:37
Por: Marcio Camilo | Da Assessoria Seduc-MT

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Marcio Camilo - Seduc-MT
Estudantes dos jogos escolares praticam judô de olhos vendados.
Estudantes dos jogos escolares praticam judô de olhos vendados.

O Governo de Mato Grosso realiza uma série de ações para fomentar o paradesporto no estado, com o objetivo de criar uma cultura de respeito e valorização às pessoas com deficiência. Este tipo de trabalho é desenvolvido nas etapas regionais dos Jogos Escolares da Juventude, quando professores e alunos são envolvidos no projeto Esporte Sem Limites.

Dessa vez, é a cidade de Dimantino (a 197 km de Cuiabá) que recebe cursos e vivências em modalidades paralímpicas. Para a região do Médio Norte do estado foi designado Gilmar Gracioso, que é técnico da seleção mato-grossense paralímpica (deficientes visuais) de judô. Ele já proferiu curso aos professores de educação física e promoveu vivências com os estudantes que competem nos jogos escolares de Diamantino, que prosseguem até a próxima quarta-feira (15.06).

No curso, Gracioso ensinou as regras e os conceitos básicos do judô paralímpico aos profissionais interessados em trabalhar com a modalidade nas escolas. Na vivência, os estudantes treinaram alguns golpes da modalidade de olhos vendados. A dinâmica fez com que os alunos tivessem uma noção de como é ser um paratleta.

A estudante Sergiane Alves, atleta de basquete da Escola Municipal Guiomar Campos Miranda, de Barra do Bugres, disse que se sentiu desesperada durante o treino, pois não conseguiu enxergar nada. “É muito angustiante não ver. O professor falava os comandos, mas eu me sentia muito insegura de não saber o que havia pela frente”, relatou a adolescente.

No entanto, a apesar da sensação desconfortável, Sergiane aprendeu uma grande lição na vivência. “Antes dessa experiência eu via um cego e procurava me manter afastado dele. Agora, sempre que ver uma pessoa que não enxerga eu vou procurar ajudar. Essas pessoas merecem muito o nosso respeito”, destacou a atleta de Barra do Bugres.

O secretário adjunto de Esporte e Lazer do estado, Pedro Luiz Sinohara, acompanhou a vivência dos alunos. Ele, que já foi técnico da seleção brasileira de judô, tendo cinco participações em olímpiadas, teve uma conversa com os estudantes que participaram da dinâmica do judô para deficientes visuais.

Aos meninos e meninas, Sinohara disse para nunca desistirem dos seus sonhos, por mais que hajam obstáculos no caminho. Para ilustrar, ele citou o caso do professor Junior Cabral, que possui má formação nos braços e pernas. “Logo quando nasceu, ele sofreu rejeição de parte da família. Depois sofreu muitos preconceitos das pessoas, mas mesmo assim ele não desistiu do seu sonho e hoje é formado em Educação Física. Quando vocês (estudantes) acharem que suas vidas estão difíceis, lembrem-se do exemplo de superação do professor Cabral”, aconselhou.

Políticas especiais

O projeto Esportes Sem Limites, de fomento ao paradesporto, que é desenvolvido durante as etapas dos jogos escolares, é uma ação da Superintendência de Políticas Esportivas Especiais da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc-MT). A frente do órgão está o superintendente Mário Marcio Pecora.

Em relação aos cursos paralímpicos aos professores de Educação Física do estado, Pecora ressaltou que é crucial despertar o interesse nos profissionais de trabalhar o paradesporto nas escolas. “Em Mato Grosso, 26% da população possui algum tipo de deficiência. Nesta parcela, temos muitos estudantes com a necessidade de praticar esportes adaptados”, atentou.

Outro aspecto importante, conforme Pecora, é que, ao fazerem o curso, os professores melhoram o curriculum e podem trabalhar numa área ainda pouco explorada em Mato Grosso. “Pode ser uma grande oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Ao fazer o curso paralímpico o profissional pode abrir uma academia especializada em trabalhar o esporte com pessoas com deficiência”, sugeriu.

O Esporte Sem Limites também mostra para os estudantes que é possível que uma pessoa com deficiência pratique esportes. “Ao ver isso nas vivências, esses adolescentes passam a ser fomentadores desta ideia quando retornam aos seus municípios de origem”, destacou o superintendente.

Estadual paralímpico

O Esportes Sem Limites serve ainda como trabalho de base para formar paratletas que participem do primeiro Estadual Paralímpico de Mato Grosso, que será realizado em Cuiabá, entre os dias 29 e 31 de julho.

A competição tem 400 vagas disponíveis, sendo 200 para categoria escolar e 200 para a categoria aberta, que envolve paratletas adultos. Os jogos serão disputados nas modalidades de natação, judô, atletismo, tênis de mesa, bocha, goalbol e futebol de 5 (para deficientes visuais).

Pecora ressalta que quatro dias antes do estadual terá curso de formação para técnicos, árbitros e classificadores que irão participar da competição. “Serão 200 vagas abertas para a capacitação dos profissionais”, reforçou o superintendente.





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