PM faz operações para encontrar envolvidos em resgate de traficante Mais de 20 batalhões da polícia participam das ações em comunidades. Ações aconteceram desde às 6h desta segunda-feira (20).
A Polícia Militar faz operações pelo Rio e pela Região Metropolitana, desde as 6h desta segunda-feira (20), para encontrar os envolvidos no resgate do traficante Fat Family do Hospital Municipal Souza Aguiar, que ocorreu no domingo (19). A PM também pretende encontrar criminosos que vêm praticando roubos e latrocínios pelo estado.
Mais de 20 batalhões da Polícia Militar participam das ações em diversas comunidades. Até a publicação desta reportagem, não havia informações sobre pessoas detidas.
Dois suspeitos identificados
O diretor das Delegacias de Homicídio, Rivaldo Barbosa, disse que dois suspeitos da invasão ao Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, já foram identificados.
A polícia está analisando as imagens das câmeras de segurança do hospital para tentar identificar o restante do grupo.
Nícolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, durante internação no Souza Aguiar (Foto: Reprodução/TV Globo)
A ação de resgate de Nícolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, teve tiroteio dentro do hospital e deixou um morto e um ferido — um vigia e um técnico de enfermagem, respectivamente. Criminosos ainda atiraram um artefato explosivo, similar a uma bomba caseira, contra a polícia.
Segundo informações da PM, um grupo de aproximadamente 25 homens chegou ao hospital numa ação quase cinematográfica: em quatro motos e cinco carros e armados com fuzis, pistolas e explosivos. Houve tiroteio e um homem morreu e dois ficaram feridos.
Os feridos são um técnico de enfermagem, que está em estado grave, e o PM também baleado passou por uma cirurgia no domingo.
O traficante foi baleado no rosto num confronto com a polícia na última segunda-feira (13). O criminoso seria um dos chefes do tráfico de drogas no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul da cidade.
O delegado Fábio Cardoso contou que os suspeitos chegaram à recepção e já pediram para que fossem levados ao 6º andar do hospital, na ortopedia, onde o traficante estava internado. A DH está investigando inclusive pessoas que visitaram Fat Family dias antes, que podem ter passado as informações para o grupo que invadiu o hospital.
“Eram de dez a 15 pessoas, uns seis subiram ao 6º andar, renderam os PMs que faziam a custódia do preso, que não reagiram, o que evitou ainda mais vítimas. A DH já está fazendo um trabalho intenso para a identificação do grupo e tentando provar, que eles estiveram lá. Estamos investigando pessoas que estiveram visitando o preso. Duas ou três pessoas que passaram informações sobre o local onde ele estava”, disse Cardoso.
A Secretaria Estadual de Segurança (Seseg) informou que o traficante não foi transferido porque os médicos informaram que o caso dele inspirava cuidados e que ele faria uma cirurgia no domingo. A Seseg disse que enviou um ofício ao governo do estado para que presos custodiados sejam atendidos somente no Hospital Penitenciário. E que, caso não haja condições para que isso aconteça, que em 30 dias vai montar um hospital de campanha, como medida provisória.
A Seseg disse também que vai pedir a transferência do tio de Fat Family, que está no Complexo Penitenciário de Gericinó, para um presídio federal. A secretaria acredita que ele tenha participado do plano de fuga de Fat Family do hospital.
Polícia recebeu denúncia sobre possível ação de resgate
Em entrevista coletiva no início da noite deste domingo, o subchefe operacional do Estado Maior da Polícia Militar do Rio, coronel Luiz Henrique Pires, confirmou que a PM recebeu a denúncia sobre a possível tentativa de resgate do criminoso Fat Family de dentro do Hospital Municipal Souza Aguiar.
"Nós tínhamos uma informação realmente. O policiamento foi reforçado. Era uma informação genérica que não detalhava, como tantas outras que a gente recebe todos os dias", afirmou o coronel aos jornalistas. Ainda segundo o subchefe da PM, havia cinco policiais militares reforçando a segurança do criminoso na unidade. Um estava na portaria do Souza Aguiar e outros quatro no setor de custódia.
"Nós não temos condição de, a cada informe que recebemos, botar 30 a 40 policiais para tomar conta da situação", disse.
As informações chegaram aos policiais militares na quinta-feira (16). Segundo ele, na sexta-feira (17) a polícia tentou remover o paciente do hospital para outra unidade, mas foi impedida pela equipe médica do hospital. De acordo com a PM, os médicos disseram que o estado de saúde do traficante era grave e ele teria que passar por uma cirurgia e não poderia ser liberado.
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