Taques defende a renegociação da dívida gerada pelas obras da Copa

O governador Pedro Taques (PSDB) irá defender durante reunião de hoje (20) a moratória das dívidas e a renegociação dos débitos gerados com a União por conta das obras da Copa do Mundo. O encontro será na hora do almoço com o presidente interino Michel Temer (PMDB) e já adiantou que levará a proposta para mesa de negociação.

De acordo com o tucano, os 12 estados que sediaram a Copa do Mundo tiveram um aumento considerável da dívida com a União por contas das obras. Esta reclamação já é antiga dos governadores que tiveram a missão de realizar o evento.

Isto porque, muitos se empolgaram com a promessa do próprio governo federal de que receberiam ajuda, porém, os recursos vieram através de financiamentos, e a maioria começou a ser paga a partir de 2015, ou seja, deixada de herança para a atual gestão.

A reunião de Temer com os governadores irá tratar da carência de dois anos ao Estado para pagamento da dívida. “A União é uma verdadeira agiota dos estados. Ano passado, Mato Grosso pagou quase R$ 1,1 bilhão da dívida e encargos. Os estados hoje têm sua autonomia reduzida e os governadores não passam de chefes de departamento da União”, declarou Taques.

O chefe do Executivo pondera ainda que Mato Grosso já fez os ajustes fiscais, não pode fazer operações de crédito e a União não faz a parte dela, sendo assim, não pode exigir dos estados.

Brustolin diz que moratória não beneficia MT e defende só a renegociação da dívida

O governo do estado mudou seu posicionamento com relação à dívida. Em maio, o ex-secretário de Fazenda Paulo Brustolin afirmou que não defendia a moratória de 12 meses, mas sim a renegociação.

Porém, agora o próprio governador já aposta no prazo de dois anos para que os estados retomem os pagamentos e com isso ganhe um fôlego de até R$ 2 bilhões neste período. Isto também poderá auxiliar o Estado a ter dinheiro em caixa para o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) que tem gerado uma crise com os servidores do Estado.

Mato Grosso acumula em dívidas R$ 7,1 bilhões, sendo R$ 2,4 bilhões com a União. Em 2016, deveriam ser pagos R$ 285,6 milhões, sendo que R$ 97 milhões já foram pagos.