Grevistas fazem protesto e lavam calçadas de órgãos públicos em MT Servidores lavaram calçadas da Seduc contra PPPs e fraudes em licitações. Ato faz parte das manifestações para cobrar o pagamento da RGA.
Os servidores estaduais lavaram as calçadas do prédio da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e de outros órgãos públicos, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá, nesta segunda-feira (13).
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Henrique Lopes, a intenção dos profissionais, que estão em greve desde o dia 31 de maio para cobrar o pagamento de 11,28% da Revisão Geral Anual (RGA), é mostrar o posicionamento da categoria em relação às fraudes em licitações da Seduc, que vieram à tona com a Operação Rêmora.
"Hoje foi o dia de lavar a calçada do órgão, que, nesse governo, foi o primeiro onde se descobriu o indício de corrupção envolvendo empresas privadas. Cada centavo faz falta para a educação. A relação que se tem hoje com o setor privado já mostrou que alguém está se beneficiando com o dinheiro público", afirmou o sindicalista, se referindo ao projeto do governo para firmar Parceria Público-Privada (PPP) na educação.
As irregularidades envolveriam obras em escolas estaduais no valor de R$ 56 milhões, e estariam ocorrendo, pelo menos, desde outubro de 2015.
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Além de lavar as calçadas da Seduc, em um ato simbólico, os servidores varreram as calçadas do Palácio Paiaguás [sede do governo estadual], da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra), da Federação Mato-grossense de Agricultura (Famato) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O protesto começou às 8h [9h no horário de Brasília] e, segundo o Sintep, contou com a participação de aproximadamente mil pessoas não só da educação, mas de outras categorias, entre elas de integrantes do Sindicato dos Profissionais de Desenvolvimento Econômico e Social (Sindes) e do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal de Mato Grosso (Sintap).
O objetivo agora é tentar evitar que o projeto do governo para o parcelamento de 6% da RGA seja aprovado pelos deputados, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). "Queremos que os deputados rejeitem a proposta, devolva-a para o Executivo e exija que o governo negocie com o Fórum Sindical. Esperamos que melhore a proposta", afirmou Lopes.
Servidores cobram o pagamento da revisão salarial de 11,28% (Foto: Júlio Marques de Oliveira/ Sindes-MT)
A última proposta do governo foi pagar o índice de 6% que já havia sido apresentado, dividido em três parcelas a serem quitadas em setembro deste ano e janeiro e abril de 2017, além da possibilidade de pagamento do índice restante de 5,28%, caso o estado apresente gasto mensal com os servidores menor de 49% da Receita Corrente Líquida (RCL). Essa proposta foi rejeitada pelas categorias.
"Não há compromisso do governo com os 5,28%. Prometeu conceder os 5,28% só se conseguir baixar o limite da LRF e quem define o quadro de servidores é o governo e não o movimento sindical. Seria uma negociação com prejuízo aos trabalhadores", argumentou o representante dos profissionais da educação.
O governo de Mato Grosso anunciou na sexta-feira (17) que deve começar a cortar o ponto dos servidores que decidiram continuar em greve no estado mesmo após a Justiça expedir liminares que determinam o retorno imediato aos postos de trabalho, sob risco de pagamento de multas que variam de R$ 5 mil a R$ 100 mil por dia.
Manifestantes passaram pela Seduc, Palácio Paiaguás, Sinfra, Famato e Secretaria de Saúde (Foto: Júlio Marques de Oliveira/ Sindes-MT)
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