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Nacional
Terça - 21 de Junho de 2016 às 02:53
Por: Edição: Fábio Massalli/​Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil/EBC

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Desde que foi implantada no fim do ano passado, a tarifa de contingência de água, estabelecida pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), conseguiu atingir menos da metade de sua meta, que é de 10% de economia. A redução registrada em maio foi de 4,5%. No mês, 249 mil pessoas extrapolaram a meta do consumo de água e tiveram aumento na conta de água.

A tarifa foi criada e aprovada pelos órgãos reguladores do Ceará em novembro de 2015 como uma forma de estimular a redução do consumo de água durante os períodos de escassez hídrica entre os cerca de 1 milhão de usuários da Cagece residentes na capital e nos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza.

A conta foi feita com base na média de consumo da população entre outubro de 2014 e setembro de 2015 e, a partir do resultado, ficou estabelecido que cada consumidor deveria reduzir esse consumo em 10%.

Apesar de a meta de contingência só ter sido atingida pela metade até agora, o superintendente comercial da Cagece, Agostinho Moreira, considera que a medida está surtindo efeito. No mês passado, houve uma economia de 547 mil metros cúbicos de água (m³).

“A análise que fazemos é de que o mecanismo está tendo resultado, porque essa economia que observamos nos municípios da região metropolitana nós não vemos nos demais municípios. No entanto, como se trata de uma mudança de hábitos, as pessoas precisam se adaptar a uma nova rotina. Apesar da redução no consumo de água, precisamos fazer algo mais para atingir essa meta de 10%, que é necessária.”

Desde que a tarifa de contingência foi implantada, foram economizados 1,7 milhão de m³. O volume, no entanto, era esperado para ser atingido em 40 dias. A medida não vale para os municípios de outras regiões do estado, mas, segundo a Cagece, o consumo de água nas demais cidades cearenses cresceu 1,04 milhão de m³.

Reaproveitamento

A estilista artesã Ivone Marques, 69, diz sempre teve consciência na hora de usar a água e que isso ajuda a manter a conta de água dentro da meta de contingência. A casa dela tem um jardim e algumas plantas são sobrepostas de forma estratégica para que uma aproveite a água da outra na hora de regar. Além disso, ela também aproveita no jardim a água de outros usos, como o da lavagem da louça do café da manhã.

Ivone tenta passar essa consciência para as demais pessoas da casa, especialmente para os netos pequenos. “Eu não uso a água sozinha. Tem a minha secretária e a babá dos meninos. Elas são orientadas assim. Já meu marido tem a concepção de que, se tem dinheiro para pagar a conta de água, não tem problema, mas meus netos, se virem uma torneira pingando, dizem: 'olha, vovó, a natureza chora se a gente faz assim.' Eles já têm essa consciência.”

O Açude Castanhão, que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza, está com 8,73% de sua capacidade. Na semana passada, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) confirmou que 2016 é o quinto ano seguido de seca no Ceará. A quadra chuvosa deste ano, que ocorre entre fevereiro e maio, teve resultado pior do que em 2015.





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