Ordem na sala de aula Pesquisa mostra que professores perdem em média 35 dias letivos apenas buscando colocar ordem na classe
A indisciplina, o desrespeito e até mesmo agressão dos alunos para com os professores, demais funcionários da escola e com os próprios colegas de classe são situações frequentemente vivenciadas dentro das salas de aula. No país, pesquisas mostram que os professores perdem em média 35 dias letivos apenas buscando colocar ordem na classe.
A omissão das famílias, aliada ao número de crianças ou adolescentes indisciplinados nas salas, contribuem para o aumento das dificuldades enfrentadas pelos docentes e diretores nas escolas. Do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público subsede Cuiabá, a professora Helena Bortolo diz que a gestão escolar é responsável por auxiliar, fazer a orientação adequada junto aos pais e, se for o caso, encaminhar a um profissional que possa avaliar o aluno. “A gestão escolar tem que dar esse acompanhamento”, reforçou.
Nos casos mais complicados, os profissionais também podem recorrer ao Conselho Tutelar ou Juizado Especial da Infância e Juventude. Na rede municipal de Cuiabá, os conflitos entre estudantes e docentes não são tão comuns, conforme a assessoria de imprensa do município. Um dos motivos se deve ao fato de a rede atender até o 9º ano, série que atende meninos e meninas com faixa etária de 13 anos, em média.
Na capital, um projeto da Secretaria Municipal de Educação (SME), em parceria com o Juizado da Infância e o Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente, trabalha para a implantação nas unidades educacionais da rede municipal o projeto “Escola de Pais – Equilíbrio entre o amor e o limite”.
A ideia é fortalecer o relacionamento familiar e buscar desenvolver relações mais saudáveis entre filhos e pais. Mas, entre outros, são abordados temas como “Princípios da Aprendizagem”, “Relacionamento Afetivo e Envolvimento”, “Regras e limites”, “Consequências para Comportamentos Adequados e Inadequados” e “Problemas dos Filhos – Drogas, Delinquência, Depressão, Agressividade”.
Segundo a assessoria de imprensa, o projeto é dividido em duas etapas. A primeira foi realizada entre os dias 15 e 17 passados, com a formação dos multiplicadores que vão trabalhar diretamente com os pais nas escolas polos. O encontro teve a participação da psicóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lídia Weber.
Weber entende que educar os filhos no mundo atual é muito mais difícil do que décadas atrás, pois hoje o mundo está muito mais perigoso e complexo. Além disso, os pais têm menos tempo para estarem com os filhos. No entanto, é preciso fortalecer esses laços, pois o envolvimento dos pais na vida dos filhos é extrema importância para evitar problemas futuros, entre eles, os comportamentais.
A secretária municipal de Educação, Marioneide Kliemaschewsk reforçou que o projeto busca resgatar a importância da família na educação das crianças, levando conhecimento e auxílio aos pais para que possam agir na educação dos seus filhos, mantendo o equilíbrio entre o amor e o limite. “Este projeto visa resgatar e a valorizar a formação humana num contexto muito maior e mais amplo, pois entendemos que a educação não é apenas o ato de transmitir conhecimento, mas também de transmitir valores, buscando formar cidadãos bem resolvidos afetivamente”.
A juíza Gleide Bispo destacou que esse é um dos projetos mais importantes já desenvolvidos pela 1ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá. “Os pais têm muita dificuldade na colocação de limites para seus filhos e o projeto tem por finalidade orientá-los na criação e na educação dessas crianças”. Todas as 160 unidades educacionais da rede municipal (creches, escolas e centros municipais de educação infantil) serão beneficiados com o projeto. (Com assessoria)
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