Bissexual denuncia ameaças após post de apoio a Bolsonaro em MT Maxwill Oliveira Queiroz é cantor e diz que parte do seu público é LGBTT. Ele afirmou que desconhecia polêmicas de homofobia envolvendo deputado.
Um jovem de 24 anos procurou a polícia, na quarta-feira (22), após ter recebido ameaças de morte pela internet depois de postar uma mensagem em apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), na página dele no Facebook. Maxwill Oliveira Queiroz, que é cantor e bissexual, disse desconhecer as polêmicas relacionadas ao parlamentar e ao público LGBTT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais].
Na postagem, ele disse: “estou apoiando o Bolsonaro. Novo Presidente do Brasil”. Ele explicou que não tinha muito conhecimento sobre a atuação do político e que decidiu declarar apoio após ver um vídeo do deputado.
“Vi um vídeo do Bolsonaro abraçando um homossexual e decidi declarar apoio. Não sou muito ligado em política. Só depois disso, vieram me falar que, na verdade, ele é bem homofóbico”, contou.
Segundo o cantor, algumas pessoas conhecidas no meio LGBT de Cuiabá criaram grupos em aplicativos de celular para criticar o posicionamento dele numa rede social. Uma das mensagens diz: “tomara que essas bixas [sic] a favor de Bolsonaro levem uma surra de homofóbicos até ficar mole no chão”. Outra pessoa afirma que vai atirar nele.
O artista, que se assume como bissexual e diz que parte do seu público é composto por pessoas LGBTT, disse conhecer parte das pessoas que o ameaçaram e que decidiu fazer um boletim de ocorrência para ter algo formal caso algo sofra algum tipo de crime mais grave.
Conhecido como 'Mr. Max Mc', ele pensa em cancelar alguns shows em Cuiabá devido às ameaças. Ele afirmou que tem evitado sair de casa porque já recebeu ofensas pessoalmente. Ele relatou ter sido xingado por um grupo que estava em um ônibus quando andava pelo bairro Tijucal, na capital, na quarta-feira.
Mr. Max MC é cantor de funk em Cuiabá (Foto: Arquivo pessoal/ Maxwill Oliveira Queiroz)
“Falaram que vão me pegar, me bater. Falaram que vão juntar um monte de 'bicharada' e dar um pau em mim. Eu fiquei tremendo. Nunca imaginei que isso poderia acontecer comigo. Posso ser agredido a qualquer momento”, argumentou.
Além das palavras ofensivas direcionas a ele, o jovem lembrou que as irmãs também foram vítimas. Elas o defenderem das acusações nas redes sociais e receberam ameaças e promessas de agressões também.
O cantor relatou que já sofre com intimidações há algum tempo, mas que "os casos mais antigos são por inveja”.
Ele argumentou ter repensado o apoio ao deputado Jair Bolsonaro depois de buscar algumas declarações do político acerca do público LGBT. “Eu jamais vou ser homofóbico. Amo meu público LGBT. Eles são carinhosos demais comigo e são tudo para mim. Não quero que pensem coisas erradas a meu respeito por causa de uma postagem em uma rede social”, defendeu.
Comentários