Souza Bandeira
Escola debate enfrentamento ao bullying com alunos do ensino fundamental
EE Souza Bandeira interage com os alunos no enfretamento do bullying
Na semana passada, a Escola Estadual Souza Bandeira, em Cuiabá, tomou a iniciativa de discutir o tema bullying com os estudantes das 18 turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. O objetivo da conversa foi mostrar que pais, gestores e educadores precisam identificar situações de bullying. O assunto que na maioria das vezes é encarado como uma brincadeira pode ter consequências sérias.
O técnico pedagógico Admilson Mário de Assunção, da Superintendência de Diversidade Educacional, tratou o tema “Bullying não é brincadeira e causa problemas nas vítimas”. Fotos e depoimentos de pessoas que sofreram bullying foram usados para explicar algumas situações e mostrar como isso se infiltra na sociedade. “Acham que é uma brincadeira, começa com chacotas, apelidos, enfim, pensam que não tem gravidade, nem consequência. Então, procuramos trabalhar pela consciência e respeito, mostrando que causa violência. Em uma brincadeira todos se divertem, portanto, quando uns se divertem e outros sofrem não pode haver brincadeira, é violência”, definiu o educador.
A palavra Bullying deriva do termo inglês bully, que significa valentão, brigão. E mesmo sem denominação em português, o termo é entendido como ameaça, intimidação, humilhação, maltrato e se tornou muito popular principalmente entre os adolescentes, já que são eles os maiores provocadores e vítimas do bullying.
As principais características do bullying também foram relatadas aos estudantes da Escola. Desigualdade social é uma delas, e nesta questão, a vítima está sempre em situação de desvantagem. A repetição é outra característica, pois as agressões e o sofrimento são constantes. “Fazer sofrer é a vontade do agressor”, destacou o palestrante, ao pontuar que os profissionais da educação devem estar atentos aos sinais de mudanças no comportamento que os alunos vítimas apresentam, como desinteresse pela escola, faltas frequentes, baixa autoestima, apatia e, algumas vezes, reações violentas.
Depoimentos
O diálogo estabeleceu uma relação de confiança e alguns alunos confidenciaram suas experiências ao palestrante. Uma das coordenadoras pedagógicas da Escola Souza Bandeira, Maria Arlinda da Silva, frisou que o conteúdo da palestra foi muito proveitoso e que resultará em melhorias na convivência do corpo estudantil. “Somos uma escola e convivemos com inesperadas situações, precisamos estar alertas. Recentemente tivemos uma situação em que uma aluna estava sofrendo essa pressão dos colegas e, imediatamente, a direção chamou todos os envolvidos para tratar o assunto. Como escola, não estamos isentos disso, portanto quanto mais discutirmos sobre bullying, melhor para evitá-lo”, enfatizou.
Para o palestrante, a escola tem um importante papel nesse enfrentamento. “Só podemos acabar com esse mal passando pelo processo de conscientização, este processo é possível quando a escola promove discussões sobre a temática e outras ações como realização de teatro, poesias, músicas, confecção de murais e outras atividades. A escola deve ser um ambiente, lúdico, alegre, saudável, em que o aluno sinta prazer em estar presente, entendendo que o bullying não é brincadeira”, destacou.
Há alguns dias o tema também foi tratado em Várzea Grande com profissionais da educação na Escola Estadual Irene Gomes de Campos. Cerca de 70 profissionais participaram da ação que tinha o objetivo de orientar na identificação dos casos de bullying e sobre os encaminhamentos que precisam ser dados.
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