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Segunda - 27 de Junho de 2016 às 10:24
Por: Glaúcio Nogueira - Folha Max

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Denunciado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o ex-presidente da Companhia Matogrossense de Mineração (Metamat), João Justino Paes de Barros, afirmou em depoimento ter intermediado a troca de aproximadamente R$ 2 milhões em cheques para o ex-secretário de Fazenda, Marcel Souza de Cursi, em uma factoring. O dinheiro, segundo ele, era entregue em caixas e mochilas ao ex-secretário, sempre no interior da Casa Civil.

Deste montante, ele descontou três cheques emitidos pelo médico Filinto Corrêa da Costa, com valor total de R$ 105 mil, provavelmente parte dos R$ 7 milhões desviados dos cofres públicos, esquema descoberto na Operação Seven. O Gaeco chegou a Barros depois de rastrear as movimentações financeiras de Filinto, acusado de ter vendido uma mesma área por duas vezes ao Estado.

Dos diversos cheques emitidos, três foram descontados pelo empresário André Luís Marques de Souza, também denunciado pelo Gaeco. Ao ser questionado sobre o assunto, ele afirmou que costumava trocar cheques para alguns servidores públicos e recebeu os cheques de Marcel por meio de João Justino, no final de 2014.

Para trocar os cheques, ele cobrava uma taxa de 1,5%. Ao ser confrontado com a informação, o ex-presidente da Metamat confirmou a negociação, dizendo ser amigo de longa data de Souza.

Ele revelou que conheceu Cursi por intermédio do ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, quando despachava com ele. Nadaf teria então recomendado Barros a Marcel, revelando que ele conhecia alguém que descontava cheques.

Depois disso, ele recebeu quatro ou cinco envelopes, cada um com cinquenta cheques de valores diversos, que levava diretamente a Souza. Depois de descontados, o dinheiro era entregue em caixas ou mochilas ao ex-presidente da Metamat, que fazia a entrega a Marcel no interior da Casa Civil.

A Barros, o ex-secretário justificava as transações dizendo que queria preservar a empresa da família e que os cheques eram referentes a transações das empresas das filhas dele, que representariam uma empresa de cosméticos em Mato Grosso. Ao estimar em R$ 2 milhões o volume de recursos gerados com a transação, ele disse ainda que a estimativa foi feita por Marques, uma vez que não abriu em nenhuma ocasião nem os envelopes com os cheques e nem as caixas com o dinheiro.

Na última semana, o Gaeco denunciou 13 pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e organização criminosa. Entre os denunciados estão Marcel, Nadaf, Barros, Souza e Filinto. O procedimento está sob análise da juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos e, se aceito, tornará os denunciados réus em mais este processo.





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