Blairo Maggi quer garantir recursos para o crédito rural
O calendário agrícola entra em vigor a partir da próxima sexta-feira (1º). Até lá o governo terá que publicar uma série de portarias definindo regras como o preço mínimo dos produtos extrativos da safra 2016/2016, os juros e os valores do crédito rural que serão oferecidos aos produtores, bem como os recursos destinados ao seguro rural.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, participou, nesta terça-feira (28), de almoço com o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias, para tratar do financiamento aos agricultores.
Maggi deixou claro que não aceita aumento na taxa de juros já definida para o financiamento da safra deste ano, que variam de 8,5% a 12% ao ano. “Com a inflação no patamar que ela se encontra os juros não são tão elevados”, avalia o ministro. Os juros da safra passada giraram em torno de 7% a 10,5%.
Durante o almoço, o ministro Blairo Maggi cobrou ainda que seja criada uma escala móvel para os juros do financiamento de investimento – longo prazo – para a aquisição de máquinas e equipamentos. Na opinião do ministro a taxa estabelecida para o Plano Safra deste ano é muito elevada a longo prazo e pode gerar problemas para os produtores.
A ideia proposta por Maggi é criar uma escala móvel de juros vinculada a inflação. Assim, se houver uma queda na inflação os juros seriam reduzidos. “Essa taxa no valor atual a longo prazo pode ser uma grande armadilha para o produtor”, ponderou.
O diretor de crédito rural do Banco do Brasil, José Carlos Reis, concordou com a preocupação do ministro. Osmar Dias sinalizou que poderá haver uma diferenciação entre as taxas cobradas para o financiamento da safra e para investimento.
Plano Safra disponibilizará para a safra de 2016/2017 R$ 202 bilhões. O vice-presidente de Agronegócios do BB lembrou que 91% dos recursos destinando ao financiamento rural são provenientes da poupança ou de depósitos à vista. Ele disse que por causa da crise e da alta da inflação o investimento em poupança tem caído, por isso há uma preocupação do banco em tentar conseguir mais recursos para garantir o Plano Safra.
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