Governo não venderá ativos da Eletrobras a qualquer preço, diz ministro
Apesar da necessidade de devolver a liquidez para que a Eletrobras volte a investir em projetos e toque o processo de desinvestimento de parte dos ativos, o governo federal não venderá esses ativos [os bens] a qualquer preço.
A afirmação foi feita hoje (30) pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, após participar da abertura do Brasil Solar Power 2016, o primeiro evento oficial do setor de energia solar, que reuniu autoridades e empresários do setor, no Centro de Convenções SulAmérica, no Estácio, no Rio de Janeiro.
O ministro confirmou que o processo de desinvestimento será comandado pelo professor Vicente Falconi, que deverá ser confirmado na diretoria da holding (empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas) na próxima assembleia geral, no dia 22 de julho.
“Sobre a situação em que a Eletrobras se encontra é preciso devolver a liquidez para a empresa. Nós estamos ainda em fase de aprovação da nova diretoria, que deverá confirmar no próximo dia 22 Wilson Ferreira como novo presidente”, disse.
Lógica da desmobilização
Para o ministro de Minas e Energia, está mais do que evidente que alguns ativos terão mesmo que ser desmotivados, “mas com a lógica da desmobilização. Nós não vamos vender a qualquer custo os ativos da Eletrobras, até para que não reste nenhuma dívida relativa a esses ativos. Mas evidentemente que do tamanho que ela está não pode ficar”, afirmou.
Ao admitir que levantamentos apontam para uma receita proveniente desta desmobilização de ativos de R$ 20 bilhões, Bezerra Filho adiantou que o processo terá início pelos ativos de alienação. Levantamentos indicam que podem ser arrecadados até R$ 20 bilhões e [o processo] vai começar “pelas distribuidoras”.
Leilão de energia
O ministro informou que o governo federal deverá promover apenas um leilão de energia. Ele disse que o primeiro Leilão de Energia de Reserva, previsto para 29 de julho, será cancelado.
Para este leilão, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já havia cadastrado 428 projetos que representavam 10.195 megawatts de potência instalada. Em consequência, o leilão previsto para outubro deverá ocorrer “um pouco maior”, especificou.
Na avaliação do ministro, o governo tem que solucionar, primeiro, um grande problema envolvendo a questão da sobrecontratação. Neste sentido, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e técnicos do ministério estudam a melhor forma de realizar a licitação, que, no entanto, ainda não está definida se será de reserva.
“Mas terá leilão ainda este ano porque seria um contrassenso nesse momento de sobreoferta [energia contratada em excesso], em que estamos tendo um trabalho enorme para resolver essa questão, a gente contratar mais energia”, explicou.
O ministro disse, ainda, que o Ministério de Minas e Energia está atento à curva de crescimento da demanda de energia, mas que o governo fará isso com calma. “Mas não vamos cair naquilo de negar ao país lá na frente um retardamento no seu crescimento por falta de energia”.
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