Governador não quer base ‘gelatinosa’
Após a base governista se dividir na Assembleia Legislativa na votação da RGA (Revisão Geral Anual) dos servidores públicos, o governador Pedro Taques (PSDB) rechaçou a possibilidade de divisão dos parlamentares que apoiam sua gestão estadual, rechaçando a tese de “base gelatina”.
“Dos 24 deputados, 21 estão apoiando nosso governo. Você precisa ter uma base e ela não pode ser gelatinosa, tem que ser uma base firme para que você possa fazer as mudanças que o eleitor quer. Penso que temos uma base firme e bem conduzida pelo deputado Wilson Santos, nosso líder na Assembleia”, disse.
Taques ainda agradeceu aos parlamentares pela maioria obtida na Assembleia Legislativa para aprovar o parcelamento da reposição inflacionária aos servidores públicos estaduais, medida considerada estratégica para evitar, de acordo com a equipe econômica do Estado, o estouro das contas públicas.
“Os deputados têm autonomia e independência para votar e fico contente que a maioria entendeu a realidade financeira do Estado apresentada exaustivamente pela equipe econômica”, ressaltou.
Questionado se houve decepção pelo voto de nove parlamentares contrários à proposta, o que incluiu deputados considerados aliados como Leonardo Albuquerque (PSD), que até entregou a vice-liderança do Legislativo por discordar da maneira como se deu a votação, Taques negou qualquer sentimento neste sentido.
“Eu já passei da fase de ter decepção. Muito menos surpresa. Prefiro guardar surpresas para o final do ano em festas de amigo oculto”, disse.
Para o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, o processo de votação da RGA foi importante, porque facilitou verificar quem de fato é aliado do governador de Mato Grosso.
“O processo da RGA deixou claro que o governador começou, finalmente, a construir um grupo político. Nesse aspecto foi um divisor de águas. Um grupo político que ele não tem, porque furou fila. Ele é um elemento excepcional, fez uma carreira brilhante no Ministério Público, chegou ao Senado e em quatro anos virou governador”, declarou Wilson Santos.
Apesar das negativas, após a votação, Wilson declarou à imprensa que agora passaria a contar com apenas 17 deputados e não 21. Na conta da nova base aliada, entram os 15 que votaram com o governo no projeto da RGA – incluindo Romoaldo Junior (PMDB), que participou apenas da primeira votação, e Guilherme Maluf (PSDB), que vota apenas em caso de empate –, além de Leonardo Albuquerque (PSD) e Wancley Carvalho (PV). Os dois tiveram autorização de Wilson para votar contra o projeto, por suas origens no serviço público.
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