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Economia
Quarta - 13 de Julho de 2016 às 07:54
Por: Mariana Peres - Diário de Cuiabá

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Commodities agrícolas de Mato Grosso sustentam mais um terço do superávit brasileiro neste primeiro semestre
Commodities agrícolas de Mato Grosso sustentam mais um terço do superávit brasileiro neste primeiro semestre

Mais de 97% das exportações de Mato Grosso se concentraram neste primeiro semestre em embarques de matérias-primas e mesmo assim geraram receita suficiente para dar a Mato Grosso um superávit externo de US$ 7,56 bilhões, cifras que sozinhas sustentaram pouco mais de um terço (32%) do saldo comercial do país, superando Minas Gerais e o Pará. 


Graças às commodities agrícolas, Mato Grosso manteve a terceira colocação entre os maiores exportadores do Brasil no período - atrás apenas dos industrializados São Paulo e Minas Gerais. As exportações mato-grossenses de janeiro a junho somaram US$ 8,2 bilhões, crescimento de 25,4% em relação aos US$ 6,54 bilhões de 2015, crescimento que retoma o desempenho positivo da pauta de exportações, prejudicada nesse período nos anos de 2014 e 2015. O saldo superavitário do Estado é resultado de US$ 8,2 bilhões em exportações, menos US$ 652,26 milhões em importações, que resultam em vendas maiores que as compras em US$ 7,56 bilhões. Além da demanda internacional por grãos, a receita é beneficiada pela valorização do câmbio que beneficia as transações.

Com esse faturamento, US$ 8,2 bilhões, Mato Grosso passa a contribuir com 6,9% do montante total do país, que somou US$ 90,25 bilhões, registrando retração de 4,3% em relação aos US$ 94,32 bilhões exportados no mesmo período em 2015. No entanto, o superávit do país foi de US$ 23,65 bilhões, dada à retração de 27,7% nas importações por conta da fortíssima recessão econômica nacional. No primeiro semestre, São Paulo contabilizou receita de US$ 22,13 bilhões e Minas Gerais US$ 10,04 bilhões.

Como observa o economista e consultor da PR Consultoria de Cuiabá (MT), Carlos Vitor Timo Ribeiro, “é importante registrar que exceto Mato Grosso e o Paraná, todos os outros Estados tiveram desempenho negativo nesse semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Mato Grosso cresceu a receita das exportações em 25,5% e o Paraná, quarto colocado nacional entre os maiores exportadores do período, em 7,1%. Friso ainda, que os dois estados à frente de Mato Grosso, como São Paulo e Minas Gerais apresentaram retração anual de 0,6% e 8,8%, respectivamente”.

‘GANHO’ – Como pontua Timo Ribeiro, “o efeito do câmbio em nossas vendas externas até junho continua sendo bastante positivo e demonstra um ‘ganho’ de R$ 2,56 bilhões, por conta da apreciação de 10% do dólar frente ao real, no período”, explica. Com o dólar médio de junho de 2016 em R$ 3,424, as exportações desse ano totalizam R$ 28,12 bilhões, contra R$ 25,56 bilhões com o dólar médio de junho do ano passado (R$ 3,112), “daí a diferença positiva de R$ 2,56 bilhões que denominamos ‘ganho cambial’. O aumento de 25,5% em dólar no valor total de nossas vendas externas nesse semestre, transforma-se em aumento ainda maior de 38% em reais, ilustrando bem o efeito cambial que potencializa o ‘ganho’ em reais, com reflexos positivos para a economia mato-grossense, que tem nas exportações, contribuição expressiva na formação histórica do PIB estadual”.

PRODUTOS – Do total exportado pela pauta mato-grossense, US$ 5,8 bilhões foram negociados pelo complexo soja, registrando crescimento de 18,1% em valor, por conta do forte aumento dos embarques físicos de soja-grão e de farelo, mesmo com retração nas cotações internacionais.

Timo Ribeiro chama à atenção para o comportamento de outras duas commodities: milho e algodão. As vendas de milho “dispararam” totalizando US$ 1,21 bilhão, um aumento em valor de 112%, mesmo tendo retração de 11% no preço externo, compensado pelo aumento de 138% no volume físico exportado, que já superam 7,2 milhões de toneladas, influenciado provavelmente pelo bom momento do câmbio.

As vendas de algodão também cresceram bastante registrando aumento de 38,7% em valor e de 46% nos embarques físicos, apesar da queda de 5% no preço internacional. “Nesse ano, estamos respondendo por praticamente 60% das vendas físicas de milho e de 63,8% do algodão exportados pelo país, o que também nos credencia como importante players do agronegócio nacional”, destaca.

As exportações do complexo carne totalizam US$ 619,07 milhões, registrando crescimento de 4,4% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

A carne bovina com US$ 454,27 milhões de faturamento vem sustentando a quarta posição na pauta externa estadual apesar da retração de 12,4% no faturamento e 11,3% na cotação externa no período. As vendas de carne suína e de aves registraram fortíssima recuperação em valor e no embarque físico, especialmente a carne suína com variações acima de 1.300%, mas Timo Ribeiro alerta que dada a base de comparação via quantitativos irrisórios do primeiro semestre do ano passado o percentual é o que se chama de armadilha estatística. 





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