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Polícia prende comerciante de Alto Paraguai que matou amante grávida em MT Corpo foi encontrado na chácara do suspeito
Dois crimes de homicídio proveniente da violência contra mulher foram esclarecidos pela Polícia Judiciária Civil, em investigações realizadas pelo Setor de Desaparecidos da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP). Em ambos os casos, as vítimas estavam desaparecidas há cerca de sete meses e uma delas grávida.
De acordo com o delegado, Luciano Inácio da Silva, que comanda as duas investigações, os casos começaram como desaparecimento e evoluíram para homicídios. “Os dois casos chamam atenção por conta da relação amorosa. O primeiro, a vítima queria ficar com o namorado por conta da gravidez. O segundo a vítima não queria mais o relacionamento e o ‘cara’ queria reatar de todo jeito, ao ponto de persegui-la”, destacou.
A primeira vítima, Ludmila dos Santos de Jesus, 18 anos, teve o corpo localizado em uma chácara no município de Alto Paraguai (218 km ao Médio-Norte), de propriedade do autor crime, Antônio José de Souza, 40 anos. Ele iniciou relacionamento com jovem quando ela estava com 17 anos e a teria matado por conta da gravidez. Ele está preso por mandado de prisão temporária (30 dias).
A vítima Ludmila tinha acabado de completar 18 anos, quando desapareceu, no dia 4 de novembro de 2015. A moça era natural de Alto Paraguai (218 km a Médio-Norte), e sumiu após deixar a quitinete de uma amiga localizada no bairro Goiabeiras, em Cuiabá, onde estava hospedada.
Conforme informações repassadas pela amiga, no dia dos fatos Ludmila se arrumou e saiu da quitinete dizendo que iria se encontrar com o namorado, o comerciante Antonio José de Souza, que também é da cidade de Alto Paraguai, e o responsável pelo deslocamento da vítima até a capital.
A testemunha contou que Ludmila estava grávida de quatro meses e teria vindo à Cuiabá para se submeter a um aborto, por insistência do namorado, que era casado e tinha três filhos, que não tinha interesse em levar a gravidez à diante e assumir o bebê.
No depoimento, a mãe de Ludmila contou que o último contato com a filha foi no dia 02 de novembro, quando ligou para parabenizá-la pelo aniversário, e acabou tomando conhecimento que a filha estava em Cuiabá. Em conversa por telefone, Ludmila demonstrou muita tristeza. A mãe pediu para que ela voltasse para casa e a jovem afirmou que voltaria nos próximos dias.
Diante dos fatos, um inquérito policial foi instaurado e no decorrer das investigações, a Polícia Civil representou pelo mandado de busca e apreensão domiciliar, bem com pelo mandado de prisão temporária, do principal suspeito e última pessoa que manteve contato com vítima desaparecida. As ordens foram decretadas pela 14ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.
Com as ordens judiciais deferidas, os policiais civis da DHPP se deslocaram, na terça-feira (12.07), até a chácara do acusado, no município de Alto Paraguai. No local, o investigado, Antônio José, foi surpreendido em poder de um revólver calibre 38. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo e durante interrogatório sobre o desaparecimento de Ludmila, confessou a autoria do homicídio, indicando o local em que havia enterrado o corpo da jovem.
Após quase quatros horas de buscas, realizando trabalho manual com picareta e enxada, os policiais civis da DHPP conseguiram localizar o corpo da jovem, em uma profunda cova, na chácara do namorado.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Tangará da Serra também esteve no local e acredita que a jovem, possivelmente, foi morta por asfixia.
Antônio José foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele alegou ser perseguido e ameaçado pela jovem.
Segundo caso
O segundo caso de pessoa desaparecida em razão de homicídio é de Carol Ramos de Almeida, 22 anos. A jovem sumiu no dia 15 de outubro de 2015, após sair de uma quitinete onde residia no bairro Planalto. Ainda na ocasião, Carol entrou em contato com uma amiga informando que estava na companhia de seu ex-namorado Odilson dos Santos Silva, 29, conhecido como “Louco”.
Segundo as investigações, Carol estava separada de Odilson há cerca de quatro meses. Entretanto, ele não aceitava a separação e sempre a perseguia com ameaças.
A jovem já tinha sofrido violência doméstica praticada pelo rapaz, que no último episódio acabou preso depois de ser denunciado, motivo pelo qual o acusado ficou muito revoltado.
As investigações apontam que Odilson insistia em reatar o relacionamento, ligava com frequência para Carol e quando a ela atendia os telefonemas acabava contrariando o acusado, que a ameaçava. A última ligação feita pelo ex foi um dia antes do desaparecimento de Carol. Ela era considerada uma mulher alegre, brincalhona e tinha se afastado dos amigos depois de conhecer Odilson.
A confirmação da morte de Carol ocorreu no dia 13 de novembro de 2015, após o corpo de uma mulher ser encontrado com uma corda enrolada no pescoço, na região do Rio Coxipó do Outro. Submetido a necropsia, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) confirmou a identidade do cadáver.
“Diante dos depoimentos e outros provas de autoria, a DHPP representou pelo mandado de prisão temporária por homicídio qualificado, em desfavor de Odilson, que encontra-se foragido”, disse o delegado Luciano Inácio da Silva, que comandou as duas investigações.
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