Na Grande Cuiabá, polícia registra mais de 50 desaparecimentos por mês De janeiro a maio deste ano, 271 pessoas foram declaradas desaparecidas. Ao todo, 224 pessoas foram localizadas e retornaram para as suas famílias.
O Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil em Mato Grosso registra, em média, 54 desaparecimentos por mês em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital. De acordo com o balanço da polícia, apenas de janeiro a maio deste ano, 271 pessoas foram dadas como desaparecidas na Grande Cuiabá.
Segundo a polícia, a maior parte das ocorrências de desaparecimento é de pessoas do sexo masculino, com idades entre 18 a 64 anos. Do total de ocorrências deste ano, 224 pessoas foram localizadas e retornaram para as suas famílias.
O delegado responsável pelo núcleo, Luciano Inácio da Silva, afirmou que há diferentes motivos para as pessoas deixarem seus lares, como uso de drogas, envolvimento em crimes, brigas em família ou mudança de estilo de vida.
"Um dos primeiros pontos a ser esclarecido é se a pessoa desapareceu de forma voluntária, muito comum em caso de adolescentes, ou por algum motivo específico, como problemas de saúde, envolvimento com drogas e com outros delitos, até chegar à possibilidade de ter sido vítima de homicídio", afirmou.
Um dos casos, em que a investigação iniciou como desaparecimento e chegou ao esclarecimento de um crime, é o dehomicídio e ocultação de cadáver da jovem Joane Glória Macedo, de 19 anos.
A vítima desapareceu na noite de 28 de março de 2012. Seus restos mortais foram encontrados em agosto de 2015, depois que o suspeito confessou o crime e apontou o local em que o fato teria ocorrido. A ossada e parte do vestuário da jovem foram localizadas, na região do Barreiro Branco, em Cuiabá.
Na mesma linha, outros dois crimes de homicídio proveniente da violência contra mulher foram esclarecidos pela equipe do Setor de Desaparecidos. Em ambos os casos, as vítimas estavam desaparecidas há cerca de oito meses. Em um dos casos, a vítima estava grávida.
Reencontro
Há casos, também, em que o núcleo de desaparecidos é procurado por familiares que desejam reecontrar parentes. Em novembro de 2015, dois irmãos que estavam separados há 59 anos se reencontraram depois de um pedido de ajuda ao setor. Pedro Alves Ferreira, 77 anos, procurou a unidade para reencontrar a irmã mais nova, Maria José Ferreira, 74, que foi localizada no Estado de Minas Gerais.
Pedro Ferreira localizou a irmã após 59 anos
separados (Foto: Carlos Palmeira/ G1)
Registro e investigação
O registro de desaparecimento de uma pessoa pode ser feito no próprio Núcleo de Desaparecidos, nas Centrais de Ocorrência de Cuiabá e Várzea Grande ou pelaDelegacia Virtual.
Segundo o delegado, não é necessário esperar 24 horas para fazer o registro, mas é preciso comprovar se a pessoa realmente desapareceu. A partir da ocorrência, os policiais procuram ouvir pessoas próximas, como familiares, amigos, além de checarem em meios eletrônicos, como sites e redes sociais, se há alguma pista.
Ao mesmo tempo em que é feita a busca de informações, o setor entra em contato outras unidades como hospitais, unidades de saúde, casas de abrigo, Polícia Militar, Departamento Médico Legal e demais órgãos que possam auxiliar na localização do desaparecido.
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