Rêmora 2 - Locus Delicti
Gaeco vê outros membros; empresário revela que propina seria para Permínio Novas fases da operação podem chegar a detentores de foro privilegiado
Apontado como um dos coordenadores das fraudes em 23 obras de R$ 56 milhões na Secretaria de Educação de Mato Grosso, o empresário Luiz Fernando da Costa Rondon, dono da Luma Construtora, revelou ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) que a propina entregue ao empresário Giovani Belatto Guizardi seria repassada ao ex-secretário Permínio Pinto Filho (PSDB), preso na tarde de quarta-feira na segunda fase da "Operação Rêmora - Locus Delicti". Já estão presos desde o dia 03 de maio na primeira fase os ex-servidores da pasta Moisés Dias da Silva, Wander Luiz dos Reis e Fábio Frigeri, além de Guizardi.
No pedido de prisão do ex-secretário feito a juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, os delegados e promotores do Gaeco destacam que a partir da primeira fase se descobriu a participação de Permínio e outras pessoas que devem ser alvos nas próximas operações. "Com a deflagração da operação, foi possível produzir novas provas que confirmaram aquelas até então produzidas, bem como que abriram o horizonte da estrutura da organização criminosa, pois elas revelaram a existência de outros integrantes do grupo delituoso", diz a representação criminal.
Rondon explica que foi orientado por ex-servidores da Seduc a procurar "Giovani da Dínamo". Inicialmente, houve o pagamento de propina de 5% sobre os contratos e, que após muita negociação, os donos de empreiteiras conseguiram reduzir o percnetual para 3%.
Os encontros aconteceram na sala 1602 do edifício Avant Guarden Business e também na sede da construtora Dínamo. O dono da Luma revelou que pagou R$ 4,8 mil em propina para Guizardi em decorrência do pagamento de uma medição em novembro de 2015.
Segundo Rondon, o então assessor especial da Seduc, Fábio Frigeri, "lhe procurou afirmando que o pagamento de propina se dava com a aprovação de Permínio Pinto e após Fábio Figeri confirmou a solicitação da vantagem indevida, bem como que ela se deu com o aval de Permínio". Nesta quarta-feira, Permínio deixará o Centro de Custódia de Cuiabá para depor no Gaeco.
Em depoimento hoje, o empresário Ésper Haddad Neto, dono da construtora Panamericana Ltda, confirmou que tentou alertar o ex-secretário sobre a cobrança de propina, mas sequer foi atendido por Permínio Pinto.
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