Piloto foi absolvido em ação cinco dias antes de ser assassinado Jaime Nystron era acusado pelo Ministério Público de pagar propina a dois investigadores
O piloto Jaime Gustavo Nystron, assassinado em Ponta Porã (MS) na noite de segunda-feira (08), havia sido absolvido da acusação de corrupção ativa, lesão corporal culposa, falsidade ideológica e adulteração de placa de veículo.
A decisão foi assinada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, no dia 3 de agosto, cinco dias antes de Nystron ser assassinado.
Ele havia sido acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de pagar propina a dois policiais civis para escapar da culpa do atropelamento de dois motociclistas na Ponte Nova, entre Cuiabá e Várzea Grande, em outubro de 2011.
O piloto foi morto com 38 tiros na cidade sul-mato-grossense que faz fronteira com o Paraguai.
Na decisão, a juíza também absolveu os dois policiais envolvidos no caso. Segundo a denúncia do MPE, os policiais teriam deixado de registrar o boletim de ocorrência contra o piloto após o recebimento de uma vantagem indevida.
O Ministério Público também narrou que os investigadores teriam providenciado a lavratura do B.O. somente dois dias e meio após o acidente, na tentativa de ocultar o crime de corrupção.
Porém, a magistrada avaliou que não existiam provas das acusações do Ministério Público e por isso absolveu os réus, com base no artigo 386 do Código do Processo Penal.
O assassinato
Conforme informações do delegado Lucas Soares de Caires, da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, o crime ocorreu quando o piloto, que era proprietário da empresa Agricenter Aviação Agrícola, chegava em casa, no bairro Jardim Aeroporto.
O delegado explicou que ele foi abordado no seu carro, um Gol preto com placas de Cuiabá, por dois homens em uma motocicleta.
Conforme Soares, os suspeitos efetuaram vários disparos e, logo em seguida, fugiram em alta velocidade. Eles não foram encontrados. Nystron morreu no local.
O piloto trabalhou na campanha do ex-candidato ao Governo de Mato Grosso, Ludio Cabral (PT), em 2014.
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apura as causas do crime.
Comentários