Servidores da Saúde fazem manifestação nesta terça-feira e emitem nota
Servidores, usuários e todos aqueles que defendem um Sistema de Saúde 100% público se reúnem amanhã, terça-feira, 04 de setembro, na Praça da Saúde (em frente ao Ginásio do Colégio São Gonçalo), às 16h, para dizer não a gestão das Organizações Sociais (OSS) nas unidades de Saúde.
O “novo modelo” de gestão foi aprovado pelo Governo no ano passado e, desde então, a situação enfrentada pelos servidores tem ficado cada vez pior. Faltam equipamentos, materiais, insumos, não há manutenção dos prédios, e até material para higiene. Isso coloca em risco a saúde dos servidores e dos usuários.
Nesta terça os trabalhadores da saúde de Mato Grosso vão às ruas para mostrar à população quem é o culpado por esse caos: o Governo.
Nota emitida pelos servidores da Saúde
Os servidores da saúde, receosos com o rumo da gestão dos órgãos ligados à Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT), vem a público manifestar sua insatisfação contra o sucateamento planejado e a privatização do MT-Hemocentro, MT-Laboratório, SAMU, CRIDAC, Hospital Adauto Botelho, Hospitais Regionais (interior do Estado) e outras Unidades.
No dia 04/09/12 (terça-feira), será realizado um manifesto público, às 16h, na Praça da Saúde (em frente ao Ginásio do Colégio São Gonçalo), não só como forma de protesto, mas como meio de informar a população de Mato Grosso sobre as consequências nefastas da mudança de gestão – da pública para a inserção das OSS’s (Organizações Sociais da Saúde).
Desde o início de 2011, os processos de licitação para aquisição dos insumos e equipamentos destinados aos órgãos da Saúde não têm sido realizados em MT, com o objetivo de prejudicar os serviços realizados gratuitamente e em benefício da população. A partir dessa atitude, o Governo do Estado e a SES/MT têm usado a “incompetência dos Diretores e dos servidores dos referidos órgãos” (segundo as palavras do Secretário de Saúde) quanto à falta dos insumos PARA INSERIR NAS UNIDADES PÚBLICAS O GERENCIAMENTO DAS OSS.
A preocupação dos servidores estaduais é com a população do Mato Grosso, com a falta de transparência no uso dos recursos destinados ao SUS, a falta de qualidade no atendimento ao Usuário e com os desvios financeiros que têm sido amplamente propagados pela imprensa nos órgãos que já estão sendo geridos pelas OSS’s.
A categoria espera também que o Conselho Estadual de Saúde – CES - revogue a resolução 007/2011, que esta sendo utilizada pelo governo como justificativa para à transferência das gestões das unidades de saúde para a iniciativa privada, pois vários conselheiros têm dito em reuniões do CES, que o conselho e outras instâncias que tem o poder de regular, fiscalizar ou de revogá-los, não estão sendo respeitadas nestas atividades, o que dificulta o acesso às informações por parte da sociedade e o controle jurídico e legal de tais atos.
A construção do Hospital Infantil, prevista para 2014, está atrelada à privatização de duas Unidades da saúde que possuem teto financeiro orçado em milhões (VERBA FEDERAL) – MT-Hemocentro e MT-Laboratório, de forma a garantir desvios de recursos – o que irá acarretar a falta ou a precariedade no atendimento aos usuários do SUS, em todas as faixas etárias e camadas da população, incluindo pacientes de doenças sanguíneas. O governo está tentando transformar duas instituições sérias em isca para atrair empresários!!!! Os servidores da Saúde não são contra a construção do Hospital infantil, pois a falta de leitos é uma verdade e precisa ser resolvida rapidamente, mas a cobertura hemoterápica de todo o Estado não pode ser comprometida e o MT-Hemocentro não pode permanecer por 20 anos nas mãos da iniciativa privada.
Um fato inquestionável é que estes atos foram planejados há muito tempo e um dos indícios é que o último concurso público para a SES/MT foi realizado HÁ 10 ANOS. Este ano faltou kits básicos para a realização de exames, bolsas e tubos para a coleta de sangue no MT-Hemocentro. No SAMU, a situação não é diferente, além das precárias condições das Unidades Móveis, falta protetores para a coluna cervical, itens de higiene, entre outros 23 itens apontados pelos servidores em carta enviada ao CES. No CRIDAC e MT Laboratório as péssimas condições de trabalho se repetem. A falta de manutenção em equipamentos e prédios e geral.
Assessoria de Imprensa do Sisma/MT (Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente)
Comentários