Eleições 2016
Vinte prefeitos desistem de ir à reeleição A desistência abrange Cuiabá, o maior município do Estado, e Araguainha, o menor
Em Mato Grosso, 20 prefeitos em primeiro mandato não disputam a reeleição e nenhum está enquadrado na lista suja do Tribunal de Contas da União (TCU). A desistência abrange Cuiabá, o maior, e Araguainha, o menor município, além de importantes cidades.
Em Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), alegando razões de ordem familiar, retirou seu nome da disputa e seu grupo político o substituiu lançando o deputado estadual e ex-prefeito tucano Wilson Santos. Em Araguainha, município com 976 habitantes e 954 eleitores, a prefeita Maria José das Graças, a Zezé do Osmari (PR), 64 anos, desistiu da disputa; ela não justificou sua ausência na eleição, mas seu marido e ex-prefeito Osmari Cezar diz que foi por “canseira e idade”.
Donizete Barbosa do Nascimento (PSDB) diz que não se apaixonou pelo cargo de prefeito e por isso não disputará a reeleição em Pontes e Lacerda. Donizete administra um dos raros municípios mato-grossenses com as finanças arredondadas e sabe que suas decisões podem interferir para melhor ou pior na vida das pessoas. “Penso muito antes de agir”, observa com o sotaque que trouxe consigo do Triângulo Mineiro. A descrença da população na classe política o levou a refletir sobre se compensaria ou não continuar na vida pública e a avaliação mostrou que não. Além disso, ele reclama da sistemática criminalização coletiva pelos órgãos internos e externos de controle, a exemplo das câmaras municipais, Ministério Público, tribunais de contas, Controladoria-Geral da União e outros. À espera do dia de entregar a chave da prefeitura, Donizete jura que não mais subirá a palanque. “Não terei recaída, pode escrever”, resume.
Em Colíder, o prefeito e ex-deputado estadual Nilson Santos (PSDB) se diz desencantado com o quadro político nacional, mato-grossense e em seu município, e que se entrasse na disputa não conseguiria levar adiante seu projeto administrativo.
Numa composição política o tucano Carlos Roberto da Costa, o Nezinho, abriu mão da tentativa de reeleição em Nossa Senhora do Livramento para apoiar a correligionária Maria Aparecida Botelho, que encabeça uma chapa partidária com o ex-prefeito Chico Monteiro de vice.
Em Juara, desde o final de 2015, o prefeito Edson Piovesan anunciava que não seria candidato. Piovesan chegou à prefeitura numa eleição suplementar, pelo PPS, mas para reforçar seu posicionamento de ficar fora da disputa desfiliou-se, ato que o tornou inelegível.
Cristóvão Masson (PSDB), prefeito de Nova Olímpia, preferiu não disputar a reeleição. Segundo ele, é muito difícil administrar município sem receita suficiente e que depende de convênios, repasses constitucionais e emendas parlamentares. Recentemente, Masson chegou a propor a redução do funcionamento de sua unidade de saúde, “para economizar”. O prefeito é irmão do deputado estadual e seu correligionário Saturnino Masson.
Jerônimo Samita Maia Neto (PSDB), prefeito de Alto Araguaia em quarto mandato, cansou-se. Anunciou que desce do palanque para viver mais a família. Seu vice-prefeito Américo Alves Pereira Filho (PSD) também não disputará mandato; Pereira Filho é irmão do ex-deputado federal Homero Pereira, já falecido.
Ademir Gaspar de Lima (PR) preferiu abrir mão da candidatura à reeleição em Jaciara para apoiar Andreia Russi (PSB), que é mulher do deputado estadual Maxi Russi, do mesmo partido.
Osvaldo Evaldo Diehl (PSD), prefeito de Canarana em segundo mandato intercalado, desistiu de tentar o terceiro e sua administração sofre duras críticas. Diehl, aos 72 anos, é um dos prefeitos mais velhos de Mato Grosso.
Em Tapurah, o prefeito Luiz Umberto Eickhoff não tentará a reeleição. Sua decisão é motivada por razões familiares e ele a comunicou ao governador e correligionário Pedro Taques.
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