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Saúde
Segunda - 22 de Agosto de 2016 às 20:27

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(Thinkstock/VEJA/VEJA)
De acordo com estudo brasileiro, portadores da alteração genética no receptor de leptina têm uma redução praticamente insignificante na produção do hormônio, que está diretamente relacionado à dificuldade de perda e manutenção do peso corporal
De acordo com estudo brasileiro, portadores da alteração genética no receptor de leptina têm uma redução praticamente insignificante na produção do hormônio, que está diretamente relacionado à dificuldade de perda e manutenção do peso corporal

realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma variação genética encontrada no gene receptor da leptina, hormônio que atua na regulação do balanço energético do organismo, prejudica o emagrecimento e a redução de índices como o colesterol e a triglicérides.

O estudo, conduzido pela nutricionista Flávia Corgosinho e orientado por Ana Dâmaso, docente do programa de pós-graduação em Nutrição da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), contou com a participação de 76 voluntários considerados obesos. Destes, 39 não possuíam a variação genética no gene receptor da leptina e 37 eram portadores da alteração. Durante um ano, os participantes foram submetidos a um tratamento de emagrecimento que incluiu a prática de exercícios físicos e o acompanhamento médico, nutricional e psicológico.

Após esse período, os resultados mostraram que os participantes do grupo recessivo (portadores da alteração) não conseguiram reduzir o índice de massa corporal (IMC) nem o perfil lipídico, a resistência à insulina e a produção de leptina nos mesmos níveis do grupo dominante.

“Percebemos que os adolescentes com essa variação genética tinham níveis significativa mente maiores de neuropeptídeos orexígenos (estimuladores da fome). O fator genético conseguiu justificar parcialmente por que alguns adolescentes com obesidade respondiam melhor à terapia e outros, não”, explicou Flávia Corgosinho.

Ainda em relação à produção de leptina – hormônio que desempenha um papel-chave na inibição da fome e no aumento do gasto energético dos tecidos periféricos, incluindo o adiposo – o grupo sem a variação genética conseguiu fazê-la recuar em cerca de 30%. Já o outro obteve uma redução praticamente insignificante.

“Nós sabemos que esse estado de hiperleptinemia (excesso de produção de leptina) é um dos principais fatores que dificultam a perda e a manutenção do peso corporal. O excesso de leptina é um fator pró-inflamatório que vai gerar consequências para a saúde do indivíduo, aumentando o risco cardiovascular”, esclarece a autora.

Para a pesquisadora, esses resultados indicam que é necessário buscar estratégias auxiliares para ajudar aqueles que apresentam alterações genéticas relativas à leptina a emagrecer. O aumento da frequência ou da intensidade das atividades físicas é uma possível solução. “Talvez seja necessário que esses indivíduos percam 10% ou mais do peso corporal para obter os mesmos resultados do grupo sem alteração genética”, conclui Flávia.

No futuro, a nutrigenômica – ciência que estuda a interação entre os compostos bioativos na estrutura e na expressão dos genes – pode tornar-se uma das opções de tratamento, sugere a autora.





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