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Domingo - 28 de Agosto de 2016 às 09:54
Por: Ramon Monteagudo/Mídia News

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Marcus Mesquita/MidiaNews
O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques: a crise é grave mas as expectativas favoráveis
O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques: a crise é grave mas as expectativas favoráveis

A crise financeira em Mato Grosso é extremamente grave. Foi gerada, principalmente, pelos aumentos salariais, feitos de forma "irresponsável e eleitoreira" pela gestão passada, e a capacidade de investimento do Governo está prejudicada. As ponderações são do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques.

Por causa do caixa comprometido, o Executivo já atrasou, por dois meses seguidos, repasses constitucionais ao Judiciário, Legislativo, Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas.

Apesar da insatisfação dos chefes dessas instituições, Taques não acredita na judicialização da questão - como um mandado de segurança para bloquear as contas do Governo e obrigar os repasses.

Esse momento pelo qual estamos passando é um momento de travessia. Nós temos que ter firmeza para atravessar esse momento

"É assim: são cinco irmãos: Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público. Neste momento, o irmão chamado Executivo está precisando de ajuda. E os outros quatro irmãos, que têm cada qual um caixa forte porque fizeram o dever de casa no passado, estão ajudando esse irmão que está desassistido nesse momento. É um relacionamento de irmandade e é só um momento circunstancial", afirmou.

Em entrevista exclusiva ao MidiaNews, o secretário falou sobre as dificuldades do Governo, o caso de corrupção envolvendo a Secretaria de Estado de Educação, e o fato de ter sido alvo de boatos de que estaria recebendo propina de uma empresa de consignado.

"Isso não tirou meu sono. Mas me incomodou muito. Me incomodou porque não faço isso. Fui atacado pela maledicência, pela fofoca, pela intriga, por quem ataca a honra alheia sem ter coragem de mostrar a cara", disse.

Confira os principais trechos da entrevista:

MidiaNews – Mato Grosso vive uma grave crise financeira, de difícil resolução e que começa a ter reflexos na sociedade. O senhor admite que o quadro é extremamente grave?

Paulo Taques – Não é uma questão de admitir. É um fato. A crise é brasileira e os efeitos começaram a chegar a Mato Grosso. Mas, por que ainda não há uma percepção clara da crise aqui? Porque as pessoas ainda não sentiram seus efeitos para valer. A questão dos salários dos servidores públicos estaduais é relevante, sob todos os aspectos. Se os salários atrasarem, 100 mil pessoas vão sofrer com isso de maneira direta. Se imaginarmos que, para cada servidor, haja três pessoas que dependam desse salário, estamos falando de 400 mil pessoas. Como o Governo de Mato Grosso não atrasou salários, essas 400 mil pessoas não sentiram o efeito da crise. A folha de pagamento do Estado é de R$ 650 milhões. Esse dinheiro irriga o mercado, faz a economia girar, não deixa a crise tomar conta. Se formos olhar os cerca de 15 Estados da federação que estão com salários atrasados, veremos um efeito cascata muito grande. Para mim, esse é o primeiro motivo pelo qual Mato Grosso não sentiu ainda os efeitos da crise. Sabemos que tem muito imóvel para alugar, mas ninguém aluga. Sabemos que restaurantes tradicionais, de décadas, fecharam as portas. Esse também é um efeito da crise. Um dos motivos pelos quais o cidadão de Mato Grosso ainda não sofreu os efeitos da crise é de o Estado estar mantendo os salários em dia e o outro é a economia fortemente vinculada ao agronegócio. O agronegócio gira a roda da economia e a cadeia toda, desde o cidadão que tem uma borracharia, que conserta o pneu do trator, até a multinacional que vende fertilizante.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Paulo Taques 260816

MidiaNews – Qual a principal causa dessa crise?

Taques – O aumento da folha de pagamento e de despesas com custeio, feito por gestões passadas. Isso foi absolutamente desproporcional à receita corrente líquida do Estado. Isso agravou a situação financeira do Estado e gerou, em grande medida, essa crise. É impressionante o número de leis de carreiras que foram aprovadas nos últimos anos. No passado, de cada R$ 100 que entravam nos cofres do governo, só sobrava R$ 1 para investimentos. O resto, R$ 99, ia para pagar salários e para custeio. Custeio é, por exemplo, pagar água, luz, telefone, papel das secretarias. Este ano, o que era R$ 1 de investimento, caiu para R$ 0,50 - ou menos. Qual o motivo disso? Se olharmos um gráfico que mostra arrecadação e folha de pagamento, nos últimos seis, oito anos, vamos ver que foi construído um distanciamento entre essas duas linhas.

MidiaNews – O senhor citou aumentos salariais, via leis aprovadas. Houve exagero nessa questão?

Taques – Houve irresponsabilidade, demagogia. Eu não tenho dúvida quanto a isso. E acrescento: isso foi feito de maneira eleitoreira. Basta analisar os aumentos do ano de 2013 – lembrando que ia haver eleição em 2014. Se pegar os membros do governo passado que disputaram as eleições, eles fizeram toda a sorte de irresponsabilidades.

MidiaNews – Quem são os pais da criança?

Eu não gosto muito dessa expressão “virar a chave” porque dá a impressão de que a chave estava em modo desligado. Não estava. Nosso carro está andando numa velocidade boa


Taques – O Executivo e o Legislativo. O Executivo, no governo passado, enviava para a Assembleia. É um fato. Note que não estou desmerecendo nenhuma categoria. Hoje, o salário de um delegado de polícia em Mato Grosso é o melhor do Brasil. Cerca de R$ 18 mil, R$ 20 mil. No Estado de São Paulo, o início de carreira é cerca de R$ 12 mil. É ótimo que seja o melhor salário do Brasil. Ótimo. Isso é bom. Mas nós podíamos pagar? Nós tínhamos condições de pagar? Esse é o principal motivo: cerca de 70% se deve a essa desproporcionalidade entre o que o Estado arrecada e o que tem que pagar de folha.

MidiaNews – E quais os demais motivos da crise?

Taques – Podemos acrescentar também a despesa com o custeio da máquina. Nós encontramos o governo inchado. Aqui na Casa Civil, por exemplo, nós tínhamos cinco ou seis caminhonetes alugadas. Nós devolvemos. Uma caminhonete basta. Encontramos mais de 30 celulares funcionais. Hoje temos oito ou 10 na Casa Civil. Na Vice-Governadoria, havia 78 funcionários. Hoje são cerca de 15. Esse inchaço contou muito. Aí começamos a desinchar. O governador Pedro Taques baixou um decreto no início do governo suspendendo os pagamentos por 90 dias e cortando o orçamento em 20%. Agora nós vamos publicar um decreto com mais cortes, mais contingenciamento. O governador elegeu, nesse momento de crise, quatro prioridades, nesta ordem: salário de servidor, saúde, segurança e educação. Passou disso, o Condes (Conselho de Desenvolvimento Econômico) é quem vai decidir se faz a despesa ou não. Esse mês de agosto e setembro, na minha opinião, são os dois piores meses, do ponto de vista financeiro, até agora.

MidiaNews – Essa conjuntura praticamente zerou os investimentos?

Taques – Seria desse 0,5% a que me referi, a não ser por outras fontes. A União derrubou quase 80% dos repasses. Aí entram os recursos do Fethab. É isso que mantém os investimentos em níveis aceitáveis. Mas há um aspecto importante: o investimento do setor privado está forte no nosso governo. No ano passado, um empresário visitou o governador aqui no palácio e disse: “Vou investir no Estado de Mato Grosso agora porque vejo credibilidade no governo. Estava com esse projeto parado há seis anos.” Então, o dinheiro privado conta muito nesse momento. Esse momento que estamos passando é uma travessia. Nós temos que ter firmeza para atravessar esse momento. Temos que ter parceiros que nos ajudem – e temos. A Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas e o Ministério Público têm sido parceiros na medida em que estão entendendo esse momento e estão vendo com razoabilidade nossa lealdade e transparência em dizer que atrasaríamos o repasse do duodécimo. Não é uma crise do Executivo. É uma crise do Estado.

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Paulo Taques 260816

MidiaNews – Porque os outros Poderes e órgãos, como o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado, não estão na mesma crise, têm dinheiro em caixa?

Taques - Por que eles fizeram o dever de casa no passado. É a fábula da cigarra e da formiga. O Poder Executivo, na gestão passada, foi a cigarra. Só cantou, dançou e fez sei lá mais o quê com o dinheiro público. E os outros Poderes trabalharam como a formiga, por isso têm esse caixa sólido e podem nos ajudar nesse momento crítico.

MidiaNews – O Executivo já atrasou duas parcelas do duodécimo a Poderes e órgãos, e isso gerou um certo “estranhamento”. O MPE já disse que não têm mais fôlego para pagar a próxima folha com recursos remanejados do custeio. Se não bastasse, fala-se em reduzir o duodécimo do ano que vem em 15%. Há uma crise de relacionamento do Executivo com os demais Poderes?

Taques – Não. De maneira alguma. O que acontece nesse sentido de “estranhamento” é absolutamente natural. Não é fácil você chegar para alguém e dizer “olha, não vou repassar o dinheiro que tenho que repassar.” Não é um diálogo fácil, mas é um diálogo franco, honesto e necessário. Foi o que fizemos. Nas últimas três semanas, visitei os chefes dos Poderes. Fui até eles e disse que o governador gostaria de recebê-los individualmente aqui no Palácio Paiaguás, e falei qual seria a pauta da conversa. O governador recebeu um por um e conversou com todos. Eu e o secretário de Fazenda também participamos. Dissemos exatamente isso: vamos precisar atrasar o repasse nesse mês de agosto. Informamos isso numa conversa de absoluta franqueza e transparência. Na semana seguinte, numa reunião conjunta com o governador, o desembargador Paulo da Cunha, o deputado Guilherme Maluf, o conselheiro Antônio Joaquim e o procurador-geral de Justiça Paulo Prado, estabelecemos metas e objetivos. O governador sugeriu, e foi prontamente acatada, a ideia da criação de uma comissão formada por técnicos e representantes desses Poderes para o acompanhamento semanal do fluxo de caixa.

MidiaNews – Isso por que havia uma certa desconfiança sobre os números divulgados pelo Governo?

Sabe quanto havia no caixa do Estado no exato dia em que separamos o dinheiro para pagar a folha dos servidores? Não sobrou R$ 1 milhão

Taques – Não, não havia desconfiança. Mas quando se trata de dinheiro público, quanto mais transparência, melhor. É uma questão não só de afirmar que não temos dinheiro para fazer o repasse sob pena de comprometer a Saúde pública, mas de mostrar que não temos o dinheiro necessário para os repasses. Então, essa comissão vai acompanhar semanalmente a receita corrente líquida do Estado. Ela vai olhar em tempo real quanto entrou, quanto temos e, se tivermos uma melhora no fluxo de caixa, vamos dividir proporcionalmente entre os poderes para recompor esse atraso.

MidiaNews – Como está sendo a reação dos chefes de Poderes e órgãos que dependem do duodécimo?

Taques - É preciso dizer que todos eles são pessoas devidamente comprometidas com seu tempo. Não é uma crise do Executivo. É uma crise do Estado de Mato Grosso que, se não for enfrentada agora, lá na frente compromete todos. A receita corrente líquida vai aumentar. Nós temos novo Fethab. Nós temos o presidente Michel Temer dizendo que vai liberar o FEX. Temos essa conversa com o setor de comércio e serviços por uma alíquota maior por um período determinado e em determinados segmentos. Temos a reforma administrativa que vai conter ainda mais os gastos. Temos esse decreto que vai contingenciar todos os gastos a não ser com salário de servidor, Saúde, Segurança e Educação. Esse é um momento de atravessar a crise. Hoje é dia 26. Nós já temos garantida a folha de pagamento desse mês. Sabe quanto havia no caixa do Estado no exato dia em que separamos o dinheiro da folha? Não sobrou R$ 1 milhão. Isso tem que ser dito. No dia em que separamos a folha de pagamento, não sobrou R$ 1 milhão na conta do Estado. Essa é a crise, esse é o momento que estamos vivendo. E essa comissão vai ver isso.

MidiaNews – Então não é exagero dizer que o caixa do Estado, em determinados dias, fica quase zerado?

Taques – Sim. Só não fica zerado porque ele vai se recompondo ao longo dos dias. Quando separamos o dinheiro da folha de pagamento, ficou praticamente zerado. Os melhores dias do mês são de 5 a 10, que é quando a arrecadação aumenta. Por isso chegou-se a cogitar o pagamento dos salários até o dia 10, mas não foi preciso implementar isso. Todo mês, nós vivemos aqui uma agonia para fazer o pagamento da folha do salário em dia. A gente limpa os cofres para pagar os salários e fica esperando o saldo se recompor.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Paulo Taques 260816

MidiaNews – Quem circula pelos bastidores, sabe que alguns representantes de Poderes e órgãos não estão engolindo muito esse atraso no duodécimo. Eles obviamente entendem as dificuldades, mas mostram uma insatisfação muito clara e, até, que o caldo pode entornar aí. O Estado não teme um eventual mandado de segurança para bloquear as contas e obrigar os repasses, que são constitucionais?

Taques – Em todas as conversas que tivemos, os chefes de Poderes e órgãos mostraram estar comprometidos com esse momento pelo qual Mato Grosso passa. Direito de peticionar é um direito constitucional. Qualquer instituição pode ingressar com mandado de segurança para bloquear o repasse do duodécimo. Mas essa comissão formada é justamente para isso: para que ninguém pense que nós não estamos repassando porque não queremos. Nós atrasamos porque não temos recurso.

MidiaNews – Mas independente disso o senhor entende que os chefes de outros Poderes e órgãos representam milhares de servidores e são pressionados. Por isso não se pode descartar a judicialização dessa questão.


Taques – Sim, imaginamos a pressão que estão sofrendo. Eles são chefes de Poderes e instituições e representam aqueles que lá estão. Acredito que estejam fazendo um diálogo muito forte com os seus para explicar esse momento. Na reunião que fizemos com os chefes de Poderes, o governador se colocou à disposição para ir até aos Poderes e instituições falar pessoalmente sobre tudo isso que estamos passando. Ele se colocou à disposição para ir ao Tribunal de Justiça falar aos desembargadores e juízes, ao Ministério Público falar com os procuradores de Justiça e promotores, à Assembleia falar com o colégio de líderes e ao Tribunal de Contas para falar com os conselheiros.

Não adianta a oposição tentar dizer que o Governo se ajoelhou por conta do episódio de corrupção na Seduc. Não, pelo contrário: ganhamos mais força

MidiaNews – O Governo já definiu como vai repor esses duodécimos que estão atrasados? A regularização será feita ainda nesse ano? O Executivo admite deixar como restos a pagar no ano que vem?


Taques – O governador esteve há alguns dias em Brasília e conversou com o presidente Michel Temer. O presidente disse a ele o seguinte: “Pretendo repassar o FEX de 2016, no valor de R$ 400 milhões, nos próximos 30 ou 40 dias.” Se isso ocorrer, está solucionado o problema. Já zera tudo. Fazemos os repasses, quitamos a dívida e agradecemos pelo empréstimo e companheirismo. É assim: são cinco irmãos - Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público. Neste momento, o irmão chamado Executivo está precisando de ajuda. E os outros quatro irmãos, que têm cada qual um caixa forte porque fizeram o dever de casa no passado, estão ajudando esse irmão que está desassistido nesse momento. É um relacionamento de irmandade e é só um momento circunstancial.

MidiaNews – Vários segmentos, como o político e o empresarial, de todo o Estado, reclamam que o Governo está “travado”. Que as ações não estão sendo feitas, ou chegando na ponta. Como o senhor responde isso?

Taques – Eu concordo que, em algumas situações não está chegando na ponta e, em outras, sim. Vamos aos exemplos concretos. O atraso nos repasses das duas parcelas maiores do duodécimo dos Poderes foi para que pudéssemos honrar compromissos na área de saúde, repassar dinheiro aos hospitais. Porque a Saúde, todos sabemos, não espera. Agora, em alguns outros setores estamos chegando na ponta. O governo passado asfaltou 550 km de estrada em quatro anos ao custo de R$ 1,6 bilhão. Nós, em um ano e meio, asfaltamos os mesmos 550 km por R$ 600 milhões, ou seja, com menos da metade do valor. Essas estradas estão onde o cidadão precisa. Saúde: nós assumimos o governo com quase R$ 60 milhões de atrasos nos repasses. Estamos colocando em dia. Apesar da crise, investimos em segurança pública. Colocamos viaturas novas, coletes à prova de bala, compramos pistolas, armamento, fuzil. Podíamos fazer mais. Mas, considerando o momento pelo qual estamos passando, acho que estamos fazendo muito.

MidiaNews – O governo estaria com o pé no freio, e andando em primeira marcha? Ou está parado de vez?

Taques – Estamos numa terceira marcha, de um carro que tem seis marchas. Estamos em 50% da nossa capacidade de investimento e ações. Mas temos a convicção – porque aqui nós trabalhamos com planejamento – que 2017 e 2018 serão anos bem melhores.

MidiaNews – Já a partir de janeiro de 2017 as coisas melhoram, o Governo “vira a chave”?


Taques – Na verdade, eu não gosto muito dessa expressão “virar a chave” porque dá a impressão de que a chave estava em modo desligado. Não estava. Nosso carro está andando, está andando numa velocidade boa. Se formos olhar para outros governos estaduais, podemos dizer que tem carro parado e tem carro que está até dando ré. O nosso governo está seguindo a uma velocidade segura, gradual, mas está seguindo. E isso só é possível com o governo de austeridade que o governador Pedro Taques está imprimindo aqui.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Paulo Taques 260816

MidiaNews – A arrecadação cresceu 15% no primeiro quadrimestre deste ano. E a despesa 22%. Está claro que o problema não é, como muitos pensam, com a arrecadação.

Taques – O problema não está na arrecadação. A arrecadação está absolutamente sob controle. Vai melhorar, inclusive, porque faz parte de uma das variáveis do Pacto por Mato Grosso. Fizemos uma reunião comandada pelo governador Pedro Taques com o setor de comércio e indústria e serviços e todos eles concordaram em discutir aumento de alíquotas em determinados segmentos e por um determinado período para a gente fazer a travessia da crise. A arrecadação está tranquila. O problema é que, ao longo dos anos, foram dados aumentos que transformaram-se em bombas-relógio de efeito retardado que estão estourando agora no nosso colo.

MidiaNews – O senhor falou em aumento de alíquota. Isso pode ser uma faca de dois gumes. As vendas de bebidas alcoólicas caíram 53% em função de aumento de alíquota.


Taques – Estamos atentos a isso. Eu já recebi aqui na Casa Civil por duas vezes os representantes desse segmento e estamos estudando com eles uma redução disso. Nós concordamos que o remédio foi muito amargo. Eles nos mostraram números que são indiscutíveis. E já estamos finalizando um projeto de lei para enviar para a Assembleia Legislativa até para que eles possam ter uma venda melhor nas festas de fim de ano.

Quem fez intriga para tentar ocupar o meu lugar no governo tem alma menor, espírito baixo, não tem caráter

MidiaNews – Ainda é comum se dizer que falta articulação política ao Governo. O senhor fica incomodado com isso?


Taques – Não, não incomoda. Isso é uma crítica. Quem está à frente de uma função pública não pode se incomodar com as críticas. Quem se incomoda com as críticas tem que ficar em casa. A crítica faz parte do processo democrático. Mas essa crítica não reflete a verdade. A forma como o governador está conversando com os Poderes e a forma como os Poderes estão enxergando esse momento, com companheirismo, é uma demonstração que o governador tem credibilidade e articulação. A Assembleia já aprovou mais de 60 projetos de lei do governo. Todos os projetos de lei do governo são aprovados. Então, onde falta articulação? Eu vejo que a articulação existe, ela é feita semanalmente, está amparada numa coisa que o nosso governo tem: credibilidade para honrar seus compromissos.

MidiaNews – Como o senhor recebe o discurso da oposição de que este Governo é mais do mesmo, de que os hospitais estão largados no interior, sem receber repasses, de que não há investimento...


Taques – Primeiro, é bom que tenha oposição. Até porque as pessoas que estão na oposição não fazem parte do nosso grupo político e não vão fazer porque pensam política de uma forma diferente da nossa. Oposição é própria de um regime democrático. É bom que tenha oposição, é bom que a oposição fale. Agora, muita coisa que a oposição tem dito não tem conteúdo político, não tem conteúdo efetivo, não tem base. É uma oposição por fazer oposição. Dizer que esse governo é mais do mesmo? Não é. Basta comparar o nosso governo com o governo passado. Escolha o critério que quiser comparar. Aliás, isso é uma coisa que deve ser feita. A oposição, quando fala que nosso Governo é mais do mesmo, deveria apresentar argumentos.

MidiaNews – A oposição também diz que o caso de corrupção envolvendo a Seduc é emblemático e tira o discurso do governador Pedro Taques de ética, moral e combate ao mau feito. O senhor admite que esse caso, em que o ex-secretário continua preso, arranhou a imagem do governo?


Taques – Arranhou sim. Não tenha dúvida. Agora, o governador sempre disse aqui que é impossível controlar quase 100 mil pessoas. São quase 100 mil servidores públicos. Enquanto eu e você estamos gravando essa entrevista, é possível que algum servidor público do Estado esteja cobrando vantagem indevida em razão do seu ofício. É possível. Nós não temos como saber. O que diferencia um governo que tem ojeriza à corrupção de um governo que tem cumplicidade com a corrupção? É a forma com que ele reage. Foi detectado pelo Ministério Público, pelo Gaeco, que havia corrupção na Secretaria de Educação. No mesmo dia, o então secretário pediu ao governador para sair de lá. E nós enviamos todas as informações solicitadas ao Ministério Público. O secretário José Arlindo, que é o secretário chefe de gabinete do governador, passou dez dias na Seduc. Levantou todos os contratos sob suspeita. Nós fomos lá para dentro levantar o que havia de errado. Não estou aqui julgando pessoas e não vou fazer isso. Quem julga é o Judiciário. Estou dizendo da nossa reação à detecção de corrupção no nosso governo. É isso que diferencia os governos. É a forma de reação.

MidiaNews – E isso não enfraquece o discurso?


Taques – Não, pelo contrário. Não adianta a oposição, ou quem quer que seja, tentar dizer que o Governo se ajoelhou por conta do episódio da Secretaria de Educação. Não, pelo contrário. Ganhamos mais força. Tomamos mais medidas para combater a corrupção. A corrupção é um mal inerente ao gênero humano. Enquanto houver ser humano caminhando pelo mundo, vai haver corrupção. Vai haver roubo, vai haver cometimento de crime. O que nós temos que fazer é criar mecanismos para combater isso e quando for detectado, reagir com firmeza. O nosso discurso não vai se enfraquecer, pelo contrário, ele vai se fortalecer.

MidiaNews – O ex-secretário Permínio foi uma escolha pessoal do governador. Pressupõe-se que havia uma grande confiança depositada nele. Como o senhor vê a prisão dele? Acha injusta? O governador confiava nele?


Taques – Confiava, como confia em todos os secretários. Confiava no sentido de, quando vai nomear alguém para ser secretário, confia na pessoa. Eu não vou julgar o Permínio, nem mensurar o caráter dele. Conheço o Permínio há quase 30 anos. Não li o processo exatamente para não adentrar essa questão. Acho que o Permínio está fazendo sua defesa, está apresentando seus argumentos e, com o tempo, as coisas aparecem. Sempre aparecem.

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Paulo Taques 260816

MidiaNews – O Ministério Público diz, por exemplo, que ele era o “cérebro” da organização criminosa, que dele partiam os comandos para atuação dentro da secretaria.


Taques – Eu não vou comentar as declarações do Ministério Público. Mas, como eu disse, eu conheço o Permínio há quase 30 anos, e me custa crer que ele é “cérebro” de alguma organização criminosa. É minha opinião pessoal, calcada nesses anos que eu o conheço. Me custa crer.

MidiaNews – Ainda sobre o tema corrupção, há alguns meses começaram a surgir nos bastidores comentários de que o senhor seria responsável por receber propina de uma empresa de consignados. O comentário aumentou quando houve a apreensão de R$ 1 milhão em espécie nas residências de Paulo Mischur, dono da Consignum. O próprio Ministério Público Estadual instaurou um inquérito para apurar isso. Esses comentários tiraram o sono do senhor?

Taques – Não, não tiraram meu sono. Mas me incomodou muito. Me incomodou porque não faço isso. Eu sou cuiabano, tenho 47 anos e, desde 1994, participo dos processos políticos daqui do nosso Estado. Já advoguei para as principais figuras políticas de Mato Grosso. E eu não me lembro de nenhuma outra pessoa que tenha sido tão atacada pela maledicência, pela fofoca, pela intriga de que eu receberia propina dessa empresa que faz o consignado. Eu não me lembro de ninguém ter sofrido tanto. Talvez porque, nesses tempos de WhatsApp e redes sociais, o covarde consegue fazer isso mais do que nunca. Esconde a mão. Ataca a honra alheia sem ter coragem de mostrar a cara. Isso durou mais de um ano, se acentuou quando tirei duas semanas de férias e saí com minha família em viagem. Mas por que não me tirou o sono? Porque eu sabia que, apesar da fofoca, da covardia de quem espalhou esse boato - e não se engane, eu sei um por um dos personagens que plantaram essa boataria.

Eu não sei se (o Emanuel) é marionete. Não estou dizendo isso. Mas já ouvi dizer que essas pessoas (Silval, Bezerra e Janaína) até já lotearam as secretarias. Cada uma pegou três ou quatro

MidiaNews – Os leitores do MidiaNews gostariam muito que o senhor dissesse quem são esses personagens.


Taques – Eu não vou dizer aqui publicamente, mas com alguns deles estou tomando as providências legais.

MidiaNews – Seriam pessoas do próprio Governo? Da Assembleia? De outros órgãos públicos?


Taques – Vamos dizer assim: tem servidor público, e quem não é servidor público. Gente do Governo e gente que não é mais do governo. Cuiabá é uma cidade em que você sabe onde as coisas acontecem. Se você fala uma coisa ali, no outro dia as pessoas estão sabendo. Por que não me tirou o sono? Porque eu confio nos fatos, na verdade. E eu sabia que uma hora a verdade ia aparecer e aguardei firmemente. Muitas pessoas fizeram essa fofoca aqui para o governador. Em nenhum momento, ele sequer me chamou para perguntar se isso era verdade. Ele me conhece. Ele sabe que quem fez isso fez para fazer intriga ou para ocupar meu lugar no governo ou para ocupar meu lugar próximo a ele. Essas coisas são próprias da alma menor, do espírito mais baixo, de quem não tem caráter. Até uma denúncia anônima forjaram. E foi até bom porque, com base nela, o doutor Roberto Turin (promotor de Justiça) está conduzindo o inquérito civil, ouviu esse empresário e as coisas tornaram-se públicas. Eu nunca perdi o sono com isso.

MidiaNews – Estamos em meio a uma campanha política em que o governador Pedro Taques foi o protagonista de uma articulação, em meio a uma turbulência muito grande, gerada pela desistência do prefeito Mauro Mendes em tentar a reeleição. E a solução foi absolutamente inesperada. Caso o ex-prefeito Wilson Santos não vença, o Governo está pronto para assumir esse desgaste?


Taques – Quando o prefeito Mauro Mendes anunciou sua desistência, alegou motivos pessoais e familiares. Não se discute isso. Toda vez que alguém alega um motivo familiar, não se deve discutir isso. É preciso respeitar.

MidiaNews – Mas há controvérsias. Eu mesmo disse que ele teria feito uma jogada de mestre já de olho em 2018.

Taques – Não vou discutir os motivos. Eu vou respeitá-los porque ele nos disse que eram motivos pessoais e familiares. Mas foram dias turbulentos. Nós passamos três dias dormindo duas horas por noite, em absoluto trabalho de articulação e conversa política. É verdade que Wilson Santos é um candidato que está ligado ao nosso governo. E não podia ser diferente. É do partido do governador. Foi nosso líder do governo. Defendeu com muita firmeza o governo na Assembleia em debates que ainda estão quentes. Aliás, o deputado Wilson Santos não se preocupou com o desgaste pessoal para defender aquilo que é de interesse da população e do governo. Não há como dissociar o deputado Wilson Santos do nosso governo. O governador está empenhado em eleger o deputado Wilson Santos prefeito de Cuiabá. Wilson tem uma rejeição que é atribuída muito mais ao fato de ele ter saído do seu segundo mandato pela metade para disputar o Governo do Estado de Mato Grosso. E hoje, se formos olhar para a história, e temos que olhar, bom seria se Wilson Santos ou Mauro Mendes tivessem ganhado aquela eleição. Mato Grosso não sofreria a terra arrasada que sofreu, o tsunami que sofreu com a administração passada.

MidiaNews – Como o senhor analisa o candidato Wilson Santos?

Taques – Muito mais do que avaliar os candidatos, devemos avaliar quem está junto com os candidatos. Quem são os políticos que o cercam. Qual a história desses candidatos? Qual a história do grupo político que o apoia? Wilson Santos foi prefeito de Cuiabá. Construiu a Avenida das Torres. Imagine Cuiabá hoje sem a Avenida das Torres? Construiu a ETA Tijucal. Nós não vamos precisar nos preocupar com água em Cuiabá por muitos anos. Foi um prefeito premiado por quatro vezes com prêmios nacionais.

Estamos indo para uma missão de vitória para não deixar Cuiabá sucumbir, para não deixar Cuiabá sofrer um retrocesso de 20 anos

MidiaNews – Por outro lado, é um candidato que está com os bens bloqueados e acabou de se tornar réu na Justiça Federal por suspeitas relacionadas ao Rodoanel.


Taques – Eu conheço esse processo do Rodoanel. A pedido do Wilson, eu o analisei no passado. E, com absoluta convicção, eu digo que é um processo que o Wilson vai conduzir com absoluta tranquilidade. Hoje, eu costumo dizer que carreira política é profissão de risco. Como advogado, atuo muito nessas questões de ação de improbidade de gestor público, mas estou afastado da advocacia enquanto estou no governo. É impossível alguém ser prefeito sem sair respondendo a um ou dois atos que muitas vezes não ocorreu por culpa direta, mas por responsabilidade de assessores ou secretários. Tenho absoluta convicção que o Wilson tem argumentos para explicar esses processos. Acho que ele tem que explicar ao eleitor de Cuiabá os motivos pelos quais ele deixou a metade do seu segundo mandato - e foi para disputar o governo do Estado. Ele se prontificou a fazer uma missão maior, que foi não deixar o ex-governador ganhar. Ele e o Mauro e não conseguiram, infelizmente. Então, ele não abandonou a prefeitura. Ele saiu para uma missão que hoje vemos que era muito maior, que era necessária.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Paulo Taques 260816

MidiaNews – É um bom argumento, mas o fato é que ele saiu e deixou o Chico Galindo lá no Palácio Alencastro.


Taques – Ele era o vice. Foi eleito junto com o Wilson. Ambos foram escolhidos pela população. Para resumir, olhando para os apoiadores de cada candidato, nós temos que pensar o seguinte: nós queremos para Cuiabá o que fizeram com Mato Grosso? Nós queremos que quebrem Cuiabá como quebraram o governo do Estado? Vou deixar essa pergunta e convidar o cidadão de Cuiabá a essa reflexão. É preciso comparar, ver quem está aqui, conosco, e quem está do lado de lá.

MidiaNews – Ao lado do Wilson está o senhor, o governador, o prefeito Mauro Mendes, por exemplo. Eu gostaria que o senhor dissesse os nomes que estão ao lado do candidato Emanuel Pinheiro.


Taques – Vou dizer dos que eu vi na foto no dia em que ele anunciou sua candidatura. Eu vi lá o ex-governador Silval Barbosa, representado num quadro na parede da sala em que o candidato atendeu a imprensa. Me disseram até que não esqueceram o quadro lá, que foi colocado ali para homenageá-lo, para prestar homenagem a ele. Vi ali o deputado federal Carlos Bezerra. Vi a deputada estadual Janaína Riva. Me lembro desses. São os apoiadores.

MidiaNews – E esses nomes, na sua opinião, desagregam para o candidato Emanuel?

Taques – Não é questão de desagregar. Vou responder como cidadão de Cuiabá. Eu não tenho dúvida de que esses políticos não serão o melhor para Cuiabá. Esses políticos estavam no poder no governo passado. E eu vi e estou vendo como eles deixaram o Estado de Mato Grosso. E vou lhe dizer com toda a franqueza: eu não gostaria de vê-los comandando Cuiabá.

MidiaNews – Mas não há um certo exagero nesse raciocínio? De que, caso o deputado Emanuel Pinheiro - que inclusive se diz amigo do senhor – assumir a Prefeitura vai acontecer a mesma coisa, a mesma corrupção desenfreada que aconteceu na gestão de Silval Barbosa. Não é meio forçado, não é querer abusar um pouco do bom senso dos eleitores?


Taques – Não. Não disse isso. Disse que essas pessoas ajudaram o ex-governador Silval a governar Mato Grosso. E agora eles querem ajudar a eleger um candidato a prefeito de Cuiabá.

Qualquer derrota tem desgaste. Mas quem tem medo de perder não pode entrar em eleição

MidiaNews – Mas o governador Pedro Taques deixou isso claro quando disse: “Quebraram Mato Grosso e agora querem quebrar a prefeitura de Cuiabá”. Ou seja, que a corrupção vai correr solta se Emanuel Pinheiro se eleger. Quer dizer que, na sua opinião, o candidato do PMDB é uma marionete, que vai ser controlado?


Taques – Eu não sei se é marionete. Não estou dizendo isso. Mas já ouvi dizer que as pessoas até já lotearam as secretarias. Cada uma pegou três ou quatro. Eu ouvi dizer isso aí, na conversa da política em Cuiabá. Eu não gostaria de ter isso na cidade onde eu moro, onde nasci. E tenho certeza de que quem escolheu Cuiabá para morar, adotou a cidade como sua, também não quer.

MidiaNews – O candidato do Palácio Paiaguás tem uma rejeição na casa dos 35%. Essa é uma campanha curta, que será muito rápida, de tiro curto. O senhor acredita que há tempo hábil para ele se explicar, pedir desculpas por ter deixado a Prefeitura em 2010, e conquistar o voto?


Taques – Eu acho que esse é o grande desafio da campanha de Wilson Santos. Eu acredito que dá tempo. Como eu disse, nós precisamos relembrar o que Wilson já fez por Cuiabá. Ele é o único que tem uma experiência de Executivo para mostrar. Eu não vejo outro. É o único que tem condições de falar: eu fiz isso por Cuiabá e posso fazer mais que isso. É o único que tem serviços prestados. Dante deixou um mandato para concorrer a outro. José Serra deixou um mandato para concorrer a outro. Agora estão estigmatizando o deputado Wilson Santos como se isso fosse o maior erro da sua vida. Mas por que não enxergamos pelo outro lado? Que ele deixou a prefeitura no meio do segundo mandato para disputar o governo do Estado porque não queria que Silval Barbosa ganhasse a eleição. Ele saiu de uma posição de conforto para ir para uma missão que era muito maior.

MidiaNews – Se o candidato Wilson Santos perder, o grupo do governador Pedro Taques também perde, e muito. O grupo está pronto para assumir a quota de responsabilidade na derrota?


Taques – Eu não vejo dessa forma. Se nós fossemos pensar assim, nós ficaríamos cuidando do Governo e não nos preocuparíamos com a eleição em Cuiabá. Primeiro, temos convicção de que vamos ganhar as eleições. O eleitor de Cuiabá é um eleitor historicamente cuidadoso, cauteloso. Ele fica olhando, assuntando para ver o que vai acontecer, quem são os apoiadores, quais são as propostas, a história de vida de cada um. Tenho convicção de que vamos ganhar as eleições porque vamos mostrar isso ao cidadão. Temos que ver que estamos indo para uma missão de vitória para não deixar Cuiabá sucumbir, para não deixar Cuiabá sofrer um retrocesso de 20 anos. Tem coisas na política que é pior do que praga de gafanhoto. Praga de gafanhoto bate na lavoura, mas uma hora ela vai embora. E tem político que bate em cima de um lugar e não quer mais sair, acaba com o lugar, sangra, vira terra arrasada, vira um caos. Nós não queremos isso para Cuiabá.

MidiaNews – Mas, insisto, se o grupo da situação perder, sofrerá um grande desgaste político.


Taques – Qualquer derrota tem desgaste. Mas quem tem medo de perder não pode entrar em eleição. Quem tem medo de perder não pode disputar nada, não pode nem sair de casa. Mas nós não temos esse medo até porque temos condições e vamos ganhar.

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