Caso Itambé
Mãe de criança morta suspeita que achocolatado estava envenenado Segundo ela, o alvo seria o pai do garoto, que comprou leite de usuário de drogas

Em depoimento à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente, a mãe da criança de dois anos, Rhayrionchristian da Silva Santos, que faleceu após tomar um achocolatado da marca Itambé, revelou que o pai do menor é usuário de drogas e acredita que a bebida tenha sido entregue por outros viciados com o objetivo de matá-lo envenenado.

Porém, como o pai decidiu guardar o achocolatado na geladeira, quem veio a beber foi a criança que veio a óbito.

De acordo com o Boletim de Ocorrência ao qual FOLHAMAXteve acesso com exclusividade, a mãe da criança, D.C.P.D.S.S informou que convive aproximadamente cinco anos com o pai do menor, L.F.D.S, e recentemente enfrentava uma grave crise financeira, o que impossibilitava até comprar leite para alimentar o filho.

Informou ainda o companheiro L.F.D.S é usuário de drogas e fuma maconha com frequência. Na quinta-feira (25), aproximadamente às 10h, a mãe D.C.P.D.S.S estava deitada na cama quando o pai L.F.D.S saiu para fumar maconha na Praça Nossa Senhora Aparecida no bairro Parque Cuiabá, localizada próximo a sua residência.

Chegando lá, L.F.D.S encontrou um homem chamado Deuel, que também é usuário de drogas e carregava uma caixa de leite e alguns achocolatados da marca Itambé.

Após consumirem drogas, L.F.D.S deu uma quantia em dinheiro a Deuel que aceitou entregar a caixa de leite e o achocolatado. Assim, L.F.D.S levou os produtos para casa e guardou na geladeira, porém, não informou a mãe que tinha comprado de um usuário de drogas.

A partir daí, a criança acordou e começou a dizer: “mamãe, quero mamar! mamãe, quero mamar!”. Nisso, a mãe pegou um dos achocolatados e conferiu que a data de validade estava programada para novembro.

Ao entender que não tinha problemas, bebeu dois goles e entregou o restante ao filho que ingeriu o achocolatado.

Passados cinco minutos, L.F.D.S chamou o filho para ir até a sua direção, e a mãe percebeu que o menor Rhayriochristian da Silva Santos estava ofegante e com a boca roxa.

A mãe disse que entrou em desespero e foi até a rua pedir ajuda. Um casal que passava de carro decidiu parar para ajudá-la e a encaminhou a Policlínica do Coxipó. Por uma hora, a equipe médica tentou reanimá-lo, mas a criança não resistiu e veio a óbito.

Inicialmente, a equipe médica informou que a criança tinha “bronqueaspirado o leite”, ou seja, se afogado, o que foi negado pela mãe. A partir daí, foi orientada a se deslocar até o Hospital Júlio Muller para ser submetida a um exame SVO.

Foi então que ligou a uma amiga para acompanhar o marido que iria permanecer na Policlínica do Coxipó. Mas, quem compareceu para fazer companhia foi uma pessoa chamada Alan, que os convenceu a irem para casa.

Chegando lá, Alan, que tem proximidade com o casal, abriu a geladeira e tomou um achocolatado que estava na geladeira. Em questão de minutos, começou a passar mal e pagou um mototaxista para ir até a Policlínica do Coxipó.

Na unidade médica, Alan babava muito estava com partes do corpo roxo, pois ficou tonto e levou diversos tombos. Como não poderia permanecer ali, foi transferido ao Pronto Socorro de Cuiabá para se submeter a uma lavagem estomacal e permaneceu entubado para recuperação.

Ao tomar conhecimento do que aconteceu com Alan, , D.C.P.D.S.S determinou que o marido buscasse todos os achocolatados que estava na geladeira, pois acreditava que a bebida poderia ter feito mal a saúde do filho de apenas dois anos e tê-lo levado a óbito.

Depois dos fatos, o rapaz chamado Deuer, que comercializou o achocolatado, não é mais visto no bairro, ainda que seus parentes residam ainda no Parque Cuiabá.

“De acordo com os comentários do bairro, L. era o alvo para consumir o leite e o achocolatado que, em princípio, estava de alguma forma adulterado ou envenenado”, disse.

Diante das revelações, a Polícia Civil tem aprofundado das investigações para identificar outros envolvidos na comercialização do achocolatado.

O episódio levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar o recolhimento de um lote do achocolatado Itambezinho 200 mililitros "Rico em 10 Vitaminas", em todo território nacional.