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Segunda - 03 de Setembro de 2012 às 18:49

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Várias mensagens publicadas neste fim de semana pelo jornal Los Angeles Times revelam a fragilidade psicológica de Michael Jackson pouco antes de morrer, assim como as tensas relações com os organizadores da turnê de 50 apresentações previstas em Londres, que o cantor nunca chegou a fazer. Segundo o jornal americano, as "250 páginas" de mensagens de correio eletrônico obtidas "mostram até que ponto os altos encarregados" da companhia de promoção dos shows, AEG, "tinham consciência das dúvidas sobre a estabilidade de Michael Jackson". "MJ está trancado em seu quarto, bêbado e deprimido. Estou tentando fazer com que se tranquilize", escreveu certo dia Randy Phillips, diretor da AEG Live, divisão de shows de AEG, a seu chefe, Tim Leiweke. De seu Blackberry, ele respondeu, "está brincando?" "Gritei com ele tão alto que os muros tremeram", prosseguiu Randy Phillips. "Está completamente perdido e paralisado, se odeia, está bloqueado pelas dúvidas agora que precisa começar o espetáculo", prosseguiu, enquanto o rei do pop era aguardado naquele momento para uma entrevista coletiva, em Londres, para anunciar a turnê, à qual chegou 90 minutos atrasado. "Está muito assustado", escreveu Randy Phillips, que, segundo as mensagens, teve que vestir o cantor ele próprio, com a ajuda do agente do artista. Segundo o Los Angeles Times, diante da hesitação do astro, os encarregados da AEG começaram a considerar os riscos de essa turnê de 50 shows ser cancelada e aumentaram a pressão. "Não podem nos obrigar a isto, que é o que MJ vai tentar fazer porque é preguiçoso e muda constantemente de opinião, segundo seus desejos imediatos", disse outro encarregado da AEG Live, Paul Gongaware, a M. Phillips. "Está de mãos atadas, não tem escolha, assinou um contrato", concluiu. Estes testemunhos contradizem a versão da AEG, segundo a qual Jackson estava bem de saúde, como informou um médico após o exame exigido para a assinatura do contrato. Algumas semanas antes do início da turnê, prevista para meados de julho de 2009, o diretor do show, Kenny Ortega, advertiu Phillips: Michael "dá grandes sinais de paranoia, ansiedade e comportamento obsessivo". Em meados de junho, Ortega pediu um exame psiquiátrico ao cantor, que faltava regularmente aos ensaios, mas Randy Phillips rejeitou o pedido. "MJ ainda não está em forma para cantar e dançar ao mesmo tempo", alertou Ortega aos seus superiores, sugerindo recorrer ao play-back. Michael Jackson morreu pouco depois, em 25 de junho, aos 50 anos. Em agosto, ainda de acordo com os documentos divulgados pelo Los Angeles Times, Randy Phillips escreveu a um colega da indústria da música: "A morte de Michael Jackson é uma tragédia, mas a vida continua. A AEG vai fazer uma fortuna com a venda de produtos licenciados, as entradas, a exposição e o DVD do filme", ""This is it"", lançado após a morte do cantor. Estas revelações podem ter consequências sobre dois processos que correm contra a AEG. Um deles foi aberto pelos herdeiros de Jackson, que acusam a empresa de ter feito uma enorme pressão sobre o cantor, apesar dos sinais de fragilidade que apresentava. O outro é da companhia de seguros da AEG, a Lloyd""s of London, que tenta anular o pagamento de uma indenização de US$ 17,5 milhões que a AEG negociou com base, segundo a seguradora, em declarações falsas sobre a saúde e a capacidade de Michael Jackson de garantir a realização do espetáculo.




Fonte: Terra

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