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Politica MT
Segunda - 10 de Outubro de 2016 às 17:33

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Os números de duas pesquisas eleitorais em Nortelândia se aproximaram mais do resultado das urnas.
Os números de duas pesquisas eleitorais em Nortelândia se aproximaram mais do resultado das urnas.

As pesquisas eleitorais têm sido motivo de muita discussão tanto no meio político como por parte dos eleitores, e já foi alvo até de discussão no congresso nacional, durante reforma eleitoral, e que pretendia criar dificuldades na divulgação das sondagens eleitorais realizadas as vésperas das eleições, mas prevaleceu o interesse cientifico e político e estas continuam sendo a razão de muitos questionamentos.

Parte da população não entendem como numa cidade de pouco mais de 6 mil habitantes e pouco mais de 4.400 eleitores, apenas e no máximo 350 eleitores são entrevistados em média, e esse universo serve para apresentar a preferência do eleitor em determinado no momento do processo eleitoral. E aí é comum ouvir a frase “mas a pesquisa não passou aqui em casa, ou eu não fui entrevistado” para rechaçar ou duvidar dos resultados divulgados.

Na verdade, este modelo de aferição da vontade do eleitor ou da população é chamado de estatística. Estatística é um conjunto de métodos usados para se analisar dados. A Estatística pode ser aplicada em praticamente todas as áreas do conhecimento humano e em algumas áreas recebe um nome especial. Este é o caso da Bioestatística, que trata de aplicações da Estatística em Ciências Biológicas e da Saúde.

De acordo com o Instituto PHD, as pesquisas de intenção de voto são um dos tipos mais conhecidos de levantamentos estatísticos feitos com a população. Apenas as pesquisas do Censo do IBGE podem se comparar as pesquisas eleitorais em termos de importância e nível de inserção na mídia. Mesmo assim, muitas pessoas (inclusive políticos e assessores políticos) não sabem como funciona esta modalidade de pesquisa que é tão importante para o marketing político e para os órgãos de mídia.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, as pesquisas eleitorais não acontecem apenas no período eleitoral. Órgãos de mídia e grupos políticos fazem periodicamente levantamentos sobre popularidade de governantes e candidatos. Claro que na época eleitoral o número de pesquisas políticas aumenta. Em alguns lugares chegam a ser feitas diariamente. Mas aí fica a pergunta: como são feitos estes levantamentos para que não haja distorções nos resultados?

O Instituto PHD explica, que o primeiro passo da pesquisa eleitoral é definir os objetivos operacionais. Algumas pesquisas servem para ver intenção de voto, outras estão focadas na rejeição de candidatos. O tipo de cargo também influencia em como vai ser feita a pesquisa. Nesta hora se define também como fica a ordem dos candidatos na planilha (veja como a ordem pode causar distorções), se os entrevistadores leem o nome dos candidatos e quais são os critérios que acabam definindo as pessoas que participam da pesquisa.

Uma das partes mais importantes em uma pesquisa de intenção de voto é definir os critérios que tornam a pesquisa válida. Define-se uma proporção das pessoas que podem votar através de critérios como sexo, idade, renda e escolaridade são alguns dos que são utilizados quem vai responder as pesquisas. A parte da definição da amostragem precisa ser feito com muito critério, já que alguns perfis tendem a votar em certos candidatos, e não podem em hipótese alguma serem enviesados. Um bom instituto de pesquisas conta muito para um bom resultado.

Passada esta parte e já definida quantas pessoas vão responder as pesquisas, chegamos na hora da apuração de dados. Nesta hora, os entrevistadores verificam se as pessoas se encaixam nos critérios para responder as perguntas através de questões gerais como idade e renda, que servem como filtro. As últimas perguntas são em relação as intenções de voto. Faz-se a pesquisa espontânea e estimulada (veja neste artigo o que significa cada tipo destas abordagens de pesquisa).

Não existe um número único e “cabalístico” de pessoas que se precisa entrevistar para uma pesquisa para presidente, o tamanho amostral varia de acordo com o tamanho da população e precisão estatística que se pretende atingir. A última parte da pesquisa é a apuração dos dados. A partir daí, chega-se às conclusões em relação à opinião das pessoas nas pesquisas eleitorais.

Todo este processo resulta em informações para o público, mídia e políticos. E pode ter certeza que são informações muito valiosas, avalia o Instituo PHD.

E de fato são mesmo muito importantes, sendo realizadas para o chamado “consumo interno” quando os candidatos desejam saber o “rumo” do eleitorado e para divulgação por parte de veículos de comunicação ou também de candidatos.

Em Nortelândia, nestas eleições municipais de 2016, muitas foram os levantamentos realizados para consumo interno e que não foram divulgadas, e apenas três delas se tornaram de conhecimento público.

E qual delas se aproximaram do resultado final obtido nas urnas, com o exercício do voto pelo eleitor? É exatamente isso que vamos analisar agora, comparando as pesquisas e o resultado das eleições.

Stratégia Comunicação

O primeiro levantamento surgiu faltando exatamente 17 dias para o dia 02 de Outubro, pelo Instituto Strategia Comunicação, realizado nos dias 07 e 08 de Setembro, após ouvir 355 eleitores, e apontou que o candidato da coligação Por uma Nortelândia Solidária, Democrática e Progressista (PSD, SD e PRP), Jossimar Fernandes (PSD), o Zema venceria com folga o candidato da coligação Nortelândia com Saúde e Emprego (DEM,PSDB, PMDB, PT, PR, PSB), Gervásio Quinteiro (DEM).

Na estimulada, quando é apresentado o nome dos postulantes ao cargo de prefeito para o eleitor, Zema aparece com 61,02% das intenções de voto. Já o candidato da oposição Gervásio Quinteiro obteve 25,42%, uma diferença de 35,6% pontos percentuais. De acordo com o levantamento 6,36% dos eleitores pesquisados estariam indecisos, outros 5,93% não souberam ou não quiseram responder, e 1,27% votariam branco ou nulo.

Na espontânea, quando o eleitor menciona livremente a intenção de voto nas eleições de 02 de Outubro, Zema foi apontado por 60,17%, Gervásio 23,73%, 14,41% responderam estar indecisos, 1,27% não souberam ou não quiseram responder, e 0,42% branco e nulo.

A margem de erro máxima prevista foi de 6,0 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.

Em relação aos números da estimulada e espontânea creditadas ao então candidato Zema, de 61,02% e 60,17%, respectivamente, e considerando a margem de erro de 6% para mais ou para menos%, ele teria naquele momento 57,35% na estimulada e 56,55% na espontânea, números que se aproximaram do resultado da eleição que deu a Zema 55,30% dos votos válidos. Ou seja, os números diferem muito pouco, se considerar que ela fora realizada mais de 15 dias antes da eleição.

Comparando os números relativos ao então candidato Gervásio Quinteiro, de 25,42% na estimulada e o percentual obtido na totalização dos votos que foi de 44,70% , percebe-se uma diferença considerável. No entanto se somarmos os 25,42%, mais 6,36% de eleitores indecisos e os 6% da margem de erro para mais, teria ele 37,78%, um “erro” de 7,0 pontos percentuais com o resultado das urnas.

Na espontânea, Gervásio Quinteiro teria sido apontado por 23,73% das intenções de votos. Mas nessa modalidade, o Stratégia identificou que 14,41% de eleitores estavam indecisos, 1,27% não souberam ou não quiseram responder, e 0,42% declaram votar branco e nulo. Logo, se considerarmos que todos os indecisos migraram para o candidato Gervásio Quinteiro junto com os que não souberam ou não quiseram responder (1.27%) e os que declararam votar em branco e nulo (0,42%) teríamos uma soma total de 39.83% que deduzidos do total de votos obtidos nas urnas 44,70%, houve uma “defasagem” de 4,87% negativos.

Mas é preciso levar em conta, que esta sondagem do Stratégia fora feita 17 dias antes da eleição, e como a pesquisa reflete o momento de sua aplicação, o cenário político pode ter mudado por alguma razão em mais de duas semanas, capaz de promover profundas transformações no quadro geral. Sendo assim, o referido instituto não destoou gravemente do resultado das urnas.

Tendency Pesquisas x Rádio Regional

O Grupo Regional de Comunicação MT e a Rádio Regional FM Arenápolis, divulgou pesquisa eleitoral realizada no município de Nortelândia, com levantamento feito pelo Tendency Pesquisas Eleitorais, cuja coleta de dados foi realizada nos dias 25 e 26 de setembro, tendo margem de erro de 6.1 pontos percentuais, nível de confiança de 95% e uma amostra de 250 entrevistas.

Faltando 5 dias para a eleição, na modalidade estimulada o Tendency Pesquisas divulgou que 49,6% dos eleitores votariam em Gervásio e 36% em Zema, e que 14,4% estavam indecisos.

Os números desta pesquisa contratada pela Rádio Regional FM de Arenápolis, ficaram bem o oposto do resultado das urnas, considerando o curto espaço de tempo entre a coleta, a divulgação dos dados e o dia da eleição.

Isto é o que no jargão politico pode se chamar de um grande erro, visto que mesmo somando ou dividindo os indecisos a qualquer um dos postulantes, o resultado das urnas 55,43 para Zema e 44,70 para Gervásio, ficou longe dos números apresentados e anunciados pela emissora de rádio.

Segmenta Dados

A última pesquisa de opinião pública sobre as eleições municipais de 2016, divulgada no sábado (01.10) pelo site Repórter News, as vésperas da eleição que definiria o sucessor do prefeito Neurilan Fraga (PSD), apontou que Jossimar José Fernandes (PSD), o Zema, venceria com ampla vantagem seu adversário político Gervásio Quinteiro.

Essa foi a terceira pesquisa devidamente registrada na Justiça Eleitoral, e levando-se em conta que a pesquisa do Segmenta Dados foi realizada nos dias 24 e 25 de Setembro, entrevistando 300 pessoas, com margem de erro é de 3% para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%, esta se aproximou mais do veredito das urnas.

Note que esta pesquisa foi realizada praticamente nos mesmos dias (24 e 25/09) da divulgada pela Rádio Regional FM e feita pelo Tendency Pesquisas (dias 25 e 26/09).

Na modalidade espontânea, o Segmenta Dados, aferiu que 52% votariam em Zema e Regis Meira, e apenas 32% em Gervasio Quinteiro e Alcenor Barreto, uma diferença de exatos 20 pontos percentuais de frente. 13% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder e 3% disseram que não votaria em nenhum deles.

Lembrem-se mais uma vez que Zema obteve 55,43% dos votos válidos e Gervásio 44,70%. Os números do Segmenta Dados - se avaliarmos os 13% de indecisos e 3% que declararam não votar em ninguém, e ainda a margem de erro de 3% para mais ou para menos - foram os que mais se aproximaram dos números auferidos nas urnas.

Dos 4,413 eleitores aptos a votar, apenas 3,846 exerceram o direito ao voto, e uma abstenção de 567 eleitores, ou seja, 91,46% de votantes e 8,54% de ausentes.

Resultado final

Estes são os números das pesquisas eleitorais realizadas no município de Nortelândia, devidamente registradas, sem contar as que foram realizadas para consumo interno, mas não divulgadas pelos seus contratantes.

O resultado final da eleição representa a vontade do eleitor nua e crua, inquestionável, e que numa análise superficial, demonstra que não se deixou influenciar por pesquisas e outros meios utilizados para tentar mudar a sua vontade.

É inegável que as pesquisas, sejam elas eleitorais ou de mercado, são importantes para nortear os interessados, que monitoram os passos do eleitor ou do consumidor, respectivamente, e serve para avaliar comportamentos, corrigir rumos e aproximar-se da vontade da classe ou categoria sondada.

Grandes grupos empresariais ou políticos realizam permanentemente esses levantamentos, tanto qualitativa como quantitativamente, embora no período de eleições os candidatos investem mais na quantitativa para saber a vontade do eleitor, do que a qualitativa que mede o seu pensamento.





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