População desocupada cresceu 64% em MT No Centro-Oeste, Mato Grosso foi o que mais contabilizou egresso de trabalhadores na comparação anual ao passar de 100 mil para 164 mil

Mato Grosso encerrou o segundo trimestre de 2016 com um contingente 164 mil pessoas fora do mercado de trabalho, consideradas pelo IBGE como população desocupada. O volume, conforme dados divulgado ontem pelo Órgão por meio da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), mostra que na comparação com o mesmo período do ano passado, ou seja, nos meses de abril, maio e junho de 2015, a população desocupada do Estado havia sido estimada em 100 mil pessoas, com isso, a expansão anual do nível de desocupação avançou em 64%, fechando o período analisado com o maior percentual da região Centro-Oeste.

Os outros estados, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, encerraram o segundo trimestre com elevação anual de 41%, 15,8% e 0%, respectivamente.

Em relação à população desocupada, Goiás lidera o segundo trimestre com o maior contingente, 359 mil pessoas em idade de trabalhar, o que na comparação anual imprimiu um aumento de 41%. Em seguida vem o Distrito Federal com 171 mil desocupados, Mato Grosso com 164 mil e Mato Grosso do Sul com 95 mil.

Outro indicador importante mostrado na Pnad Contínua e que serve para mensurar o nível de empregabilidade nos estados é a taxa de desocupação. O percentual aferido em Mato Grosso ficou em 9,8%, valor que supera a média da região Centro-Oeste, em 9,7%, mas abaixo da expansão anual registrada em igual período no Brasil, que foi de 11,3%.

Como detalha a pesquisa, a taxa de desocupação no Estado variou em 3,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mesmo período do ano anterior, entretanto, em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente significativa. Na comparação anual passou de 6,2% para 9,8%. Na comparação contra o trimestre anterior (janeiro, fevereiro e março), passou de 9,1% para 9,8%.

Em relação ao rendimento médio real, a Pnad estimou para os trabalhadores do Estado R$ 2.230, o que representa uma variação de -4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas sem alteração estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior.CUIABÁ – A Pnad Contínua trouxe também dados das capitais. Em Cuiabá, a taxa de desocupação no segundo trimestre passou de 6,6% em 2015 para 13,4%, evolução anual de 6,9 p.p. O rendimento médio real do trabalhador caiu 7,8% de R$ 2.491 para R$ 2.297.

BRASIL - O País tem atualmente 22,7 milhões de pessoas desempregadas, subocupadas ou inativas, mas com potencial para trabalhar. O resultado significa que, no segundo trimestre de 2016, estava faltando trabalho para todo esse contingente de brasileiros.

Segundo o IBGE, somados os contingentes de pessoas desocupadas (11,6 milhões), pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (4,8 milhões) e na força de trabalho potencial (6,2 milhões) há um total de 22,7 milhões de pessoas com capacidade de trabalhar mais, o que representava 13,6% dos 166,3 milhões de brasileiros em idade de trabalhar (com 14 anos ou mais de idade). "As pessoas querem trabalhar", definiu Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Como resultado, a taxa composta da subutilização da força de trabalho voltou ao patamar do primeiro trimestre de 2012, quando também estava em 20,9%. O resultado vinha mostrando tendência de queda até o terceiro trimestre de 2014.

No segundo trimestre de 2016, a jornada média semanal de horas trabalhadas ficou em 39,1 horas, período menor do que a jornada 40,1 horas registrada no segundo trimestre de 2012, ano de início da pesquisa. O levantamento mostra que apenas 52,5% da população ocupada trabalhavam entre 40 e 44 horas semanais.