Sexo oral: use protetores e fuja de doenças graves
Toda vez que as palavras sexo e proteção estão citadas sempre pensamos na camisinha. De fato, não há nada de errado nisso. Mas quando o assunto é um pouco mais específico, como o sexo oral, é importante que a gente saiba que existem vários outros tipos de preservativos no mercado.
Esses preservativos existem, pois a prática do sexo oral pode transmitir doenças como a sífilis, o HPV, o herpes genital, a gonorreia e tantas outras que, sem tratamento, podem levar a morte.
Protetores
De cara é importante que se diga que todo tipo de barreira mecânica que não seja permeável e impeça o contato direto da boca com a área afetada, seja oral, genital ou anal é um tipo de protetor que pode ser mais ou menos eficaz dependendo de alguns fatores que impeçam o máximo de troca de fluídos durante o sexo.
A popular camisinha é o mais conhecido protetor do órgão genital masculino e, apesar de não ser tão eficiente assim para o sexo oral, é a mais usada atualmente quando o sexo oral é no homem. “Com ela, toda região ao redor do pênis fica descoberta, portanto vários vírus como por exemplo o HPV podem infectar a região da virilha e testículos”, diz Kaue Campos Pavanello, cirurgiã-dentista e diretor clínico da Ome Odontologia Integrada.
Agora, quando a intenção é fazer esse tipo de sexo nas mulheres, as opções são menos famosas e pouco usadas, infelizmente. “No caso das mulheres, algumas opções também podem ser utilizados para fazer sexo oral no ânus. Uma das modalidades é a calcinha de látex, facilmente encontrada na internet. Ela consiste em uma calcinha com uma abertura na região genital e anal que é recoberta com látex. Esta calcinha também pode ser encontrada totalmente em látex”, diz Kaue.
Também existe no mercado a camisinha lingual, mas segundo o especialista, esse item não fornece a proteção devida. “A camisinha lingual não tem função protetora por que só protege a língua e não a cavidade oral como um todo. A sua principal função é o estimulo durante o sexo oral, pois apresenta textura, sabores e pode até vir com um pequeno vibrador na ponta”, diz Kaue.
A camisinha feminina é um dispositivo bem interessante para o sexo oral na mulher uma vez que apresenta uma área grande de recobrimento e limita bastante a área de contato direto entre quem recebe o sexo oral e quem faz. Ela e a masculina são os métodos mais utilizados para evitar DSTs.
“Toda barreira mecânica induz a uma perda de sensibilidade mas, assim como a camisinha convencional, usá-la é uma questão de saúde”, diz Kaue.
Preconceitos
Infelizmente o sexo oral é uma das modalidades de sexo onde menos se encontra maneiras para prevenção de doenças e o diagnóstico ainda é cheio de preconceitos.
“Quando eu me deparo com um caso de doença sexualmente transmissível em meu consultório tenho dificuldades de conseguir falar com o meu paciente. Muitas vezes quando proponho a possibilidade de ser uma DST, o paciente não volta mais ou afirma que essa opção não é válida, sentindo-se envergonhado, principalmente quando atendo mulheres. As vezes preciso de alguns dias para convencer o paciente a voltar ao consultório para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento na cavidade oral”, diz o especialista.
Para Kaue, apesar da evolução da sociedade ainda é comum encontrar muita resistência para falar de sexo no mundo, isto torna a prevenção das doenças sexuais muito mais difícil.
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