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Sábado - 07 de Janeiro de 2017 às 08:32
Por: Eduarda Fernandes/RD NEWS

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Gilberto Leite
Prefeito de Pontes e Lacerda, Alcino Barcelos, diz que não apoia a violência em hipótese alguma, mas também não pode virar as costas para o problema do garimpo na região e quer legalizar cooperativas
Prefeito de Pontes e Lacerda, Alcino Barcelos, diz que não apoia a violência em hipótese alguma, mas também não pode virar as costas para o problema do garimpo na região e quer legalizar cooperativas

O prefeito de Pontes e Lacerda (483 km a Oeste de Cuiabá), Alcino Barcelos (PRB), apoia o garimpo, desde que seja feito de forma legal. Em entrevista ao , na manhã dessa sexta (6), o gestor contou, inclusive, que um dos objetivos de sua gestão é trabalhar pela legalização das cooperativas. “O nosso intuito é chamar a mineradora para conversar porque as cooperativas dão muito certo em Peixoto de Azevedo e queremos copiar esse molde”, comenta.

O subsolo da Serra do Caldeirão, local onde funciona o garimpo ilegal, pertence à União. A mineradora Tarauacá detém o alvará de pesquisa da terra e, por sua vez, emitiu alvará de cessão de direito para a mineradora Apoema, que era a responsável pelos seguranças que protegiam a região antes da invasão, no último 31 de dezembro.

Nesta linha, o prefeito ressalta que o que existe na região é um garimpo ilegal. “Garimpo mesmo é a coisa mais organizada que existe. A mineradora não garimpa lá”.

Gilberto Leite

Questionado sobre a diferença entre os garimpeiros da primeira ocupação e os atuais, Alcino se mostra receoso e dá uma resposta evasiva. Aponta que é necessário trabalhar em prol da legalização das cooperativas e concessão de áreas. “Vamos trabalhar em parcerias com as cooperativas. Já teve reunião para que essas grandes mineradoras cedam áreas. Até porque o dinheiro gira 100% aqui e consecutivamente vamos ter os impostos legais da exploração do minério”, pondera e cita que as mineradoras também geram impostos.

Neste sentido, o gestor avalia que uma mineradora é importante, mas as cooperativas são “demasiadamente importantes”. “Uma mineradora gera muito emprego de qualidade só que todo o ouro extraído vai embora. Com a cooperativa, o ouro fica aqui e gera muita receita específica”, argumenta.

Perguntado sobre a dificuldade de iniciar uma gestão com uma situação como esta, Alcino vê naturalidade na lida com problemas. “Acho que um prefeito tem que estar pronto, principalmente emocionalmente, para isso aí. Ficamos tristes de ver uma cena daquelas (o confronto entre garimpeiros e policiais). Nós não apoiamos a violência em hipótese alguma, mas também não podemos virar as costas para o problema”.

Sobre o eventual risco que o garimpo traz à população, o prefeito entende que o maior perigo é na Serra. “Aqui na cidade não, ninguém vem para a cidade, o perigo é no local. Ninguém vai descer armado e invadir a cidade, isso não tem possibilidade de acontecer”, garante.

Antes de ser prefeito, Alcino foi suplente de deputado estadual e chegou a ocupar uma cadeira na Assembleia em 2010. Ele mora em Pontes e Lacerda há 33 anos.





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